O segredo da vida está no cordão umbilical

O milagre da vida é tão maravilhoso quanto misterioso. Ainda hoje, depois de tanto desenvolvimento da tecnologia e da ciência que estão ao nosso alcance, o segredo que encerra a possibilidade de um ser humano ser concebido deslumbra a humanidade.
O segredo da vida está no cordão umbilical

Última atualização: 29 agosto, 2018

Grande parte do segredo da vida está no cordão umbilical, pois o sangue dessa região é rico em células-tronco.

Durante a fase de gestação, mãe e filho estão unidos por um cordão que mede aproximadamente 56 centímetros de comprimento. Ele vai da parede abdominal do bebê até a placenta. Sua função principal é levar nutrientes e oxigênio da placenta para o bebê e devolver os dejetos do bebê para a placenta.

Quando a criança está na barriga da mãe, o cordão umbilical faz parte do corpo dela. Por meio de uma das duas artérias que passam por esse cordão, os dejetos que o corpo do bebê produz são eliminados. A outra artéria, por sua vez, serve para que o pequeno corpinho do bebê seja sempre nutrido com sangue oxigenado.

O cordão umbilical está cheio de vida

Por meio desse longo e útil cordão, também são transportados anticorpos. Pois perto da fase final da gravidez, o cordão umbilical transfere, por meio da placenta e de maneira sintetizada, os anticorpos que a mãe da criança adquiriu durante toda a vida.

Mas, além do sangue, o cordão umbilical é rico em células-tronco ou células criadoras da vida. Essas células recebem esse nome porque possuem a capacidade de reproduzir ou criar outras células, pois conseguem se autorrenovar. Isso significa que possuem a capacidade de se dividir e fazer cópias de si mesmas. Além disso, elas podem colonizar, originar e se integrar a novos tecidos.

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As células-tronco possuem a informação genética necessária para formar todos os órgãos do corpo humano. No sangue do cordão umbilical, há milhões desse tipo de célula. Esse cordão que as mães cuidam com tanta dedicação, quando seu bebê sai da barriga, carrega boa parte do segredo da vida.

De fato, o sangue do cordão umbilical é a principal fonte de células-tronco das crianças. Essas células são idênticas àquelas encontradas na medula óssea. Por isso, são capazes de combater doenças que podem ameaçar a vida de qualquer criança.

Assim, o sangue do cordão umbilical contém milhares de células que podem combater alguns tipos de câncer. Como, por exemplo, a leucemia, o linfoma do tipo não-Hodgkins e o mieloma múltiplo.

Essas células também têm o poder de combater alguns tipos de anemia como a anemia aplástica e a anemia de Fanconi, assim como outros tipos de doenças como a síndrome de Hunter, o lúpus e a imunodeficiência combinada grave. Inclusive, na Espanha estão estudando o uso dessas células para combater o câncer no sangue.

Há muitos segredos no corte do cordão umbilical

As células-tronco que estão na placenta e no sangue do cordão umbilical apresentam a particularidade de apresentar imaturidade imunológica. Segundo explicam os especialistas, isso é uma vantagem porque produz menos rejeição entre o doador e o receptor.

Outra vantagem desse tipo de células extraídas do cordão umbilical é que, além de garantir uma compatibilidade exata com as células do bebê do qual foram extraídas, elas apresentam grande probabilidade de compatibilidade com outros membros da família do bebê.

O procedimento por meio do qual são extraídas as células-tronco do cordão ou da placenta do pequeno não é doloroso. Atualmente, muitos países possuem diferentes alternativas para conservar e usar essas células para ajudar a melhorar a saúde do próprio bebê ou de algum membro da família que possa precisar.

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O corte do cordão umbilical

Mas, além do fato de o cordão umbilical possuir uma riqueza inerente devido às células-tronco, alguns cientistas britânicos recentemente descobriram que atrasar por aproximadamente três minutos o corte do cordão umbilical pode melhorar substancialmente a saúde do bebê.

Em recém-nascidos saudáveis, esperar pelo menos três minutos para cortar o cordão pode melhorar os níveis de ferro e evitar o risco de o bebê apresentar anemia devido a alguma deficiência desse mineral. Isso de acordo com a pesquisa publicada na British Medical Jorunal (Revista Médica Britânica – BMJ, sigla em inglês).

“O atraso do corte do cordão umbilical deve ser considerado como uma questão de atenção padrão para os nascimentos no tempo certo e em gravidezes que não apresentaram complicações”, garantem Ola Andersson e Magnus Domellöf em uma nota de imprensa publicada por BBC Mundo dos médicos.

A pesquisa deles somada a todos os outros estudos que comprovaram que o cordão umbilical esconde tantos mistérios da vida transformam esse cordão que une a mãe ao bebê em um bem precioso que pode ser usado para melhorar a saúde de muitos seres humanos.


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