Os beijos da mãe curam “quase” tudo

Os beijos da mãe curam “quase” tudo
Valeria Sabater

Revisado e aprovado por a psicóloga Valeria Sabater.

Escrito por Valeria Sabater

Última atualização: 22 dezembro, 2021

Os beijos da mãe são o melhor remédio para as lágrimas, para o medo no berço à noite , para as cólicas, para os machucados nos joelhos, ou para os dias de febre e resfriado. Esse gesto repleto de vitaminas emocionais produz “quase” o mesmo efeito que um antibiótico.

Tanto as mamães quanto os papais afetuosos, que adoram praticar a arte do beijo, do abraço apertado, e de uma criação positiva, na qual os bebês crescem nos braços das suas famílias, que produz múltiplos e maravilhosos benefícios.

Como dado curioso, vale citar aqui os estudos realizados por Anna Freud (filha de Sigmund Freud) à respeito da saúde psicológica e emocional das crianças. Seus trabalhos foram pioneiros no que se refere à importância da figura materna na vida dos pequenos, como provedora desse afeto que promove boa saúde, maturidade, felicidade e segurança pessoal às crianças.

Anna Freud defendeu desde muito cedo a necessidade de que as crianças não fossem hospitalizadas por mais tempo que o necessário e, se fosse um caso imprescindível, que pudessem sempre contar com a presença das suas mães. Desse modo, a recuperação das crianças doentes era mais rápida. Fica claro, portanto, que a figura materna (assim como a paterna) não tem uma capacidade curativa formal e objetiva, mas sim essa abordagem terapêutica, na qual as emoções positivas promovem calma, segurança e bem-estar às crianças, favorecendo uma recuperação precoce.

Neste artigo de “Sou Mamãe” falamos sobre isso.

Os beijos, os carinhos e os abraços da mamãe favorecem o desenvolvimento de um sistema imunológico mais forte

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Ter desde cedo essa figura presente, capaz de nos fazer sentir seguros, protegidos e amados, contribui para que o cérebro de um bebê produza menos estresse e, portanto, menos cortisol no sangue.

Vamos analisar um exemplo. Santiago é um bebê de 5 meses que não recebe atenção à noite quando chora.   Desde que nasceu, seus pais decidiram que ele devia se acostumar o quanto antes a dormir sozinho no berço. Os pais de Santiago não entendem que os choros do bebê são causados pelo medo e pela sensação de se sentir sozinho, abandonado e distante daquilo que mais precisa: a pele da mamãe.

O cérebro desse pequeno vai passar por estresse, medo e ansiedade, maior nível de cortisol no sangue. Tudo isso faz com que o sistema imunológico de Santiago se torne em longo prazo “um pouco” mais fraco e que, portanto, fique mais sensível a infecções.

Em contrapartida, o bebê que desde cedo recebe beijos regulares da sua mãe ou os abraços do pai, que sempre é consolado e tem suas necessidades atendidas, vai ter níveis de endorfinas e oxitocina mais elevados. O sistema imunológico vai ser reforçado e o laço de vínculo com seus pais vai ser mais intenso.

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Educar com beijos e risos para afastar as lágrimas

Um beijo não é somente um gesto com o qual se reafirma a união de vínculo. As pessoas oferecem essas simples demonstrações de afeto somente àqueles que moram no nosso coração, àqueles dos quais gostamos e que possuem significado para nós. Algo tão básico quanto beijar as bochechas, a barriguinha ou as mãos do bebê imediatamente proporcionam uma sensação prazerosa. Essa sensação aos poucos adquire na mente do bebê uma atribuição positiva e, quase sem saber, o iniciamos na linguagem do amor.

  • À medida que o bebê cresce e se desenvolve em contextos mais íntimos como pode ser a casa, a família, a creche ou a escolinha, ele vai se deparar com os primeiros desafios e as primeiras dificuldades.
  • Acreditemos ou não, esses beijos que oferecemos depois de cada queda ou quando vamos buscá-los na creche, recebendo-os com um longo abraço e dezenas de beijos é um bom modo de educar.
  • Porque fazer a criança se sentir amada, ao sentir nas suas bochechas os beijos da mamãe, não é mimar. É um carinho emocional e um modo de reconfortar os pequenos, de fazê-los saber que aconteça o que acontecer sempre estaremos com eles, ajudando-os, fazendo-os rir e se sentir seguros em cada passo.

Sabemos muito bem que vai chegar um dia em que se sentirão incomodados com nossas demonstrações de afeto. No entanto, lembre-se de que é apenas da boca para fora. Um beijo escondido quando menos esperam aos 11 ou 12 anos de idade também é remédio para esse adolescente.

Porque não importa que suas preocupações e inquietações sejam um pouco mais complexas. No fundo, todo adolescente e todo adulto vai continuar sendo uma “criança” que precisa de afeto. Assim, não se reprima: educar com beijos é o melhor remédio para o coração.


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