Os medos na adolescência

Em meio à imensidão de desafios que a adolescência traz, um muito importante é superar os medos e aprender a conviver com eles.
Os medos na adolescência

Última atualização: 25 abril, 2018

A adolescência não é uma fase simples da vida, apesar das indiscutíveis e maravilhosas vivências que nos proporciona. Nessa fase, se misturam grandes mudanças físicas, hormonais, psicológicas e sociais. Devido à somatória desses fatores, os medos na adolescência são algo comum e que todos os jovens devem enfrentar.

Entre os 12 e os 20 tantos anos – esse limite tem aumentado nos últimos anos – a adolescência traz grandes desafios para a vida das ex-crianças.  Elas devem se adaptar, em primeiro lugar, às alterações no corpo e às mudanças psicológicas decorrentes dessas alterações.

Por outro lado, iniciam um processo de independência parcial em relação aos pais. Por isso, muitas vezes manifestam publicamente aversão a eles. No sentido oposto, vem a vontade de se integrar a um grupo de iguais. Vinculado a esse aspecto, temos os problemas de identidade e o medo da rejeição.

Sem dúvidas, é um combo quase incontrolável de sensações que, necessariamente, é preciso enfrentar. Quais são, então, os medos na adolescência? Como podemos ajudar nossos filhos?

Os principais medos na adolescência

Na verdade, os medos na adolescência não se diferem muito dos medos da vida adulta. Passamos por medo da rejeição, do fracasso, da solidão, do amor, entre outros. O que difere é o contexto no qual essas emoções vêm à tona.

Durante a juventude, temos toda a vida pela frente. Isso inclui muitas possibilidades e esperanças, mas também uma carga muito grande de incertezas.

Em contrapartida, ao crescer, algumas dessas questões vão sendo resolvidas. Portanto, a estabilidade emocional aumenta e o cérebro pode se concentrar no objetivo seguinte.

Compreendida essa diferença, podemos entender por que a adolescência é um período de transição, dúvidas e questionamentos em relação a tudo. Por isso, listamos os seguintes medos que acompanham a maioria dos adolescentes:

Medo da frustração

Esse medo surge, em grande medida, devido à preocupação constante dos pais em manter os filhos a salvo de qualquer situação desagradável. Dessa maneira, os jovens vivem em permanente estado de comodidade e satisfação. Mas, quando passam por um tropeço na vida, as consequências são ainda piores.

Desenvolver a tolerância à frustração e, principalmente, a capacidade de superar as adversidades é essencial para qualquer pessoa. Quando não é isso que acontece, todos os planos da vida são prejudicados: o profissional, o sexual, o familiar, o social, entre outros.

 

os medos na adolescência

Além disso, é importante saber que os jovens não são obrigados a corresponder às expectativas de ninguém. A base de comparação deveria ser somente eles mesmos. Ou seja, o objetivo é ser a melhor versão de si mesmo.

Medo do futuro

À medida que os jovens vão se integrando à sociedade, passam a perceber que todas as expectativas estão depositadas neles. É frequente que isso os atormente. Um jovem de 16 anos, que está quase se formando no ensino médio, se encontra frente às seguintes decisões:

  • Qual profissão devo escolher?
  • Será que eu devo começar a trabalhar e ter meu próprio dinheiro?
  • E se eu não me der bem na universidade?
  • Será que eu vou conseguir fazer novos amigos ou ter uma namorada?
  • E se eu não me adaptar à nova vida universitária?

Esses são apenas alguns questionamentos, já que pode haver muitos outros em curto ou longo prazo que também vão invadir a mente dos jovens. Esses medos na adolescência podem causar ansiedade, insegurança e falta de autoestima. É necessário muito apoio para que a criança tenha para quem contar suas preocupações e uma voz que transmita serenidade.

“Desenvolver a tolerância à frustração e, principalmente, a capacidade de superar as adversidades é essencial para qualquer pessoa.”

Medo da rejeição

Os adolescentes ainda não estão com suas identidades completamente definidas. Portanto, vão formando com base na interação com outros pares ou grupos de pessoas.

No entanto, quando não se consegue estabelecer essa interação, o adolescente pode sentir medos mais profundos. Isso pode levar a mudanças precipitadas, questionamentos sobre seus valores e, até mesmo, a adoção de hábitos nocivos, apenas pelo fato de que “é legal”.

A rejeição não é uma exclusividade do âmbito amoroso. Também pode ocorrer entre amigos, colegas de sala ou, até mesmo, por parte dos adultos.

Nesse último caso, é comum a preocupação excessiva em ser incluído em um time ou algum outro grupo seleto.

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Medo da perda

Assim como no caminho da adolescência vão se somando pessoas que ao longo da vida se tornam insubstituíveis, o oposto também acontece. Outras pessoas ficam para trás ou são completamente excluídas das nossas vidas.

Amigos de infância, parentes ou, até mesmo, animais de estimação, seja por motivos sentimentais ou perdas físicas, podem abandonar o nosso convívio. Essas mudanças, principalmente quando são novas experiências na vida de um jovem, podem ser muito duras e gerar muito medo.

Mais uma vez, e ao longo de toda essa fase, é fundamental o apoio e a orientação de pessoas mais experientes. Os pais, os avós e os irmãos mais velhos podem ajudar a superar as situações difíceis de lidar por conta própria. Principalmente questões relacionadas a perdas.

Devemos ratificar que os medos na adolescência são normais e que promovem o desenvolvimento de uma mentalidade saudável e resiliente.

Apesar de ser importante ajudar os jovens, também não podemos resolver tudo por eles! Cada pessoa precisa enfrentar suas batalhas pessoais para evoluir e se tornar alguém melhor a cada dia.


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