Os miomas uterinos e a infertilidade
Uma das várias complicações que o aparelho reprodutor da mulher pode sofrer são os miomas uterinos. Apesar de se tratar de uma condição benigna, pode trazer consequências negativas.
A relação entre os miomas uterinos e a infertilidade cria a necessidade de tomar as devidas precauções, não pular nenhum exame e, assim, evitar qualquer complicação antes, durante ou mesmo após a gravidez.
O que é um mioma uterino?
Os miomas uterinos são tumores benignos formados a partir do músculo do útero. É uma condição bastante comum nas mulheres: ocorre em uma a cada cinco mulheres em fase fértil.
É justamente nesse momento em que se pode produzir algum dos efeitos da relação entre os miomas uterinos e a infertilidade.
Causas dos miomas
Ainda que se desconheça a origem do problema, considera-se que os miomas podem ocorrer por causa de algumas destas circunstâncias:
- Genética: podem ser transmitidos de mãe para filha através dos genes.
- Hormônios: esse fator se desenvolve e depende exclusivamente de cada organismo. O estrogênio contribui com sua expansão; por esse motivo, muitas mulheres não notam até ter ocorrido a gravidez, época em que a progesterona é abundante.
“Os miomas uterinos ocorrem em uma a cada cinco mulheres em fase fértil”
Onde podem ocorrer os miomas?
Os miomas uterinos, como seu nome indica, se desenvolvem no útero da mulher. Entretanto, podem crescer em diferentes áreas:
- Na parede muscular.
- Por debaixo da superfície do revestimento uterino.
- Embaixo da cobertura externa do útero.
- Em um pedúnculo na parte externa do útero.
- Dentro da cavidade uterina.
Sendo assim, podemos classificar três tipos de miomas reconhecidos pelos especialistas: os subserosos (fora do útero); os intramurais (dentro da parede do útero); e, por fim, os submucosos (dentro da cavidade do útero).
Como identificar?
Os miomas costumam vir acompanhados de alguns dos seguintes sintomas:
- Sangramento excessivo durante a menstruação, que além disso pode ter um prazo maior que o habitual.
- Possibilidade de sangramento entre os ciclos; inclusive com aparecimento de coágulos.
- Dor abdominal e inchaço nessa região.
- Aumento de peso.
- Dor na região da pélvis ou sensação constante de estar “cheia”.
- Complicações durante a gravidez ou parto.
- Dor nas relações sexuais.
- Aumento da frequência de idas ao banheiro para urinar.
Nem sempre é fácil detectar os miomas, ainda mais quando a mulheres sofrem de obesidade. Podemos fazer o diagnóstico através de ecografias, ressonâncias magnéticas, histeroscopias, histereseografias ou biópsias do endométrio .
Relação entre os miomas uterinos e a infertilidade
Em determinados casos, os miomas podem causar infertilidade na mulher. Isso acontece dependendo de sua localização e tamanho. A melhor opção nessas circunstâncias é proceder à extração dos mesmos o mais rápido possível.
Um dos aspectos fundamentais para saber se os miomas uterinos podem afetar a fertilidade da mulher é avaliar seu tamanho, quantidade e localização. Não existindo complicações mais sérias, uma miomectomia permitirá prosseguir com a gravidez ou mesmo manter a mulher fértil.
Durante a gravidez, uma maior irrigação sanguínea e também o aumento dos níveis hormonais podem causar um aumento de tamanho dos miomas; assim, seus riscos se potencializam. Aí esta a raíz da relação entre miomas uterinos e a infertilidade.
Além dos problemas uterinos, outras complicações também causadas pelos miomas que podem afetar o desenvolvimento de uma gravidez normal são:
- Anemia: devido ao aumento do sangramento, pode ocorrer uma deficiência de glóbulos vermelhos que acabe causando a anemia.
- Partos prematuros: o útero se encontra em condições anormais. Isso pode adiantar o momento da mulher dar à luz.
- Cesárea: será necessária nos casos em que os miomas obstruam o canal do parto ou mesmo coloquem o bebê em uma posição incômoda.
- Sangramento pós-parto: isso pode conduzir a uma hemorragia pós-parto, com os perigos associados a ela.
“Durante a gravidez, uma maior irrigação sanguínea e também o aumento dos níveis hormonais podem causar um aumento de tamanho dos miomas”
Existe tratamento?
O tratamento utilizado habitualmente para resolver esses casos é a cirurgia. Existem dois tipos: a miomectomia, que consiste na extração dos fibromas (tumores) sem afetar o útero; ou a histerectomia, na qual se remove o útero parcialmente ou totalmente conforme a gravidade do caso.
Quanto aos medicamentos, na Espanha se aprovou em 2013 a utilização do acetato de ulipristal (também conhecida por pílula do dia seguinte). Seus efeitos aliviam a dor e diminuem o sangramento. Além disso, quase 70% dos tumores costumam reduzir seu tamanho em quase um quarto, assim evitando a cirurgia para a grande maioria das mulheres.
Por outro lado, as pílulas anticoncepcionais podem ajudar a controlar o abundante fluxo de sangue durante os ciclos menstruais. Também podem ser utilizados dispositivos intrauterinos (DIU) para que segreguem hormônios que reduzam o sangramento e não produzam uma relação entre os miomas uterinos e a infertilidade.
Mesmo assim, se aplica ácido tranexâmico, suplementos de ferro, analgésicos e por breves períodos, doses de hormonoterapia.
Somente 0,5% dos miomas uterinos são capazes de produzir câncer. Nestes casos, os sarcomas, que são as células cancerígenas, se produzem nos músculos, na gordura, nos ossos e no tecido fibroso.
Devido às complicações que possam surgir nos miomas, a melhor opção é sempre prevenir, assim como em todos os casos em que a nossa saúde está em jogo. Ainda mais quando se trata de mulheres em idade fértil, é preciso tomar as devidas precauções.
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