Parabenize em público e corrija em particular
Todos sabemos que, às vezes, nossos filhos não se comportam como deveriam quando saímos com eles. Uma palavra na hora errada, falar em voz alta incomodando os outros ou mexer no que não devem, fazem com que muitas vezes os pequenos nos deixem nervosos. É necessário interromper essa conduta e é isso que fazemos.
Não se trata, portanto, de ser permissivos. Trata-se de saber parar algo que está errado, mas de forma sábia, adequada, firme e respeitosa. A repreensão e a correção faremos em casa e em particular, sem necessidade de público e sempre sem prejudicar.
Basta entender uma coisa: também não gostamos de ser repreendidos na frente de outras pessoas. Também não gostamos de ser corrigidos a gritos, de ouvir “não dá para te tirar de casa, você não tem jeito, é um mal-educado”. O que ganhamos com essas frases, com estas expressões?
O que conseguimos, simplesmente, é alimentar ainda mais a negatividade. Assim, criamos um círculo vicioso, no qual tanto a criança quanto nós mesmos nos sentimos ainda pior. Isso não é adequado. A seguir, propomos uma reflexão sobre esse tema.
Corrigir em público com agressividade: uma má pedagogia
Considere por um momento uma situação que ocorre muitas vezes. Por exemplo, professores que corrigem ou chamam a atenção de seus alunos da pior maneira possível. Frases como “você é um preguiçoso”, “você nunca vai passar nesta matéria” ou “você é um péssimo em matemática” são exemplos de uma má pedagogia.
- As expressões que desqualificam uma criança em público criam marcas em sua estrutura emocional.
- Em longo prazo pode se transformar numa profecia autocumprida. (“Para que vou me esforçar se meu professor diz que sou péssimo em matemática?”).
- A desqualificação em público faz com que os demais nos rotulem do mesmo modo (“Se o professor diz que Sara é preguiçosa, ela deve ser mesmo”).
Pode-se chamar a atenção de uma criança para que ela fique quieta. Depois de pedir isso, dizemos que “mais tarde queremos falar com ela em particular”. Não há necessidade de dizer mais nada em público.
Mais tarde, assim como fazem muitos professores bons, conversamos sobre algumas estratégias de melhoria. Dessa forma, a criança será motivada para que se comporte melhor. E, por sua vez, será criada uma aproximação adequada, na qual a criança poderá expressar seus sentimentos e necessidades.
A mãe ou o pai que corrige com agressividade
A mãe ou o pai que grita e corrige com agressividade não aplica a Inteligência Emocional. A pessoa se deixa levar pela emoção, até o ponto de intensificar e gerar na criança um sentimento traumático.
- Corrigir em público com raiva vai gerar raiva em nossos filhos, até o ponto de conseguir o contrário do que pretendíamos.
- Quem corrige com gritos gera medo. Esse não é um modo de educar. E essa marca traz consequências indesejadas no desenvolvimento da criança: baixa autoestima, insegurança, frustração, agressividade, etc…
Corrija em particular, elogie em público
Quando foi a última vez que você elogiou seu filho ou filha em público? Pode ser que tenha ocorrido hoje mesmo porque é bem possível que você também saiba a importância de demonstrar aos nossos filhos que estamos orgulhosos deles diante de todos aqueles que nos rodeiam. É algo que também fazemos em particular, mas quando o fazemos diante de outras pessoas, adquire uma conotação especial para os pequenos.
Vamos ver agora uma série de aspectos dos quais devemos nos lembrar.
Nunca compare seu filho com outras crianças. Faça-o sentir que é o melhor!
Há pais e mães que cometem o erro de dizer frases como as seguintes perante seus filhos, como se eles não os escutassem. “Seu filho é mais esperto que o meu”, “De todos os meus filhos, esse é o mais lento para tudo, não sei o que vou fazer com ele”.
Também evite as seguintes expressões: “Meu filho é especial, é o melhor do mundo”, “Meu filho está cada dia mais bonito e mais esperto, ele chegará onde quiser”.
Faça uso da correção “positiva”
Devemos corrigir em particular e de forma adequada, próxima e compreensiva. Evite sobretudo categorizar ou ser fatalista (“Você nunca vai aprender a ler!”).
O ideal é fazer uso da correção positiva:
- Se você se esforçar um pouco mais, com certeza conseguirá. Estou aqui para te ajudar.
- Você se comportou mal, mas tenho certeza de que você pode me mostrar que você é bom e responsável.
- Sei que você errou, que fez algo errado, mas confio em você e sei que você vai se sair melhor da próxima vez.
- Quero que você entenda que o que você fez não é certo. Agora, a mamãe vai te dizer como fazer melhor para que me demonstre como você é incrível.
Coloque em prática esses simples conselhos e lembre-se sempre de educar sem medo. Oriente com carinho, respeito e amor para dar ao mundo crianças felizes.
Imagens, cortesia de Sonja Wimmer.