Pérolas de Epstein em bebês: o que são e por que aparecem?
Os recém-nascidos podem apresentar algumas lesões na pele e nas membranas mucosas no momento do nascimento. Tratam-se principalmente de fenômenos adaptativos ao mundo exterior. Por esse motivo, costumam ser mudanças transitórias e de resolução espontânea.
Embora algumas dessas lesões sejam chamativas, a maioria não representa uma doença ou risco para sua saúde. As pérolas de Epstein são um bom exemplo dessas marcas. Confira a seguir por que elas aparecem nos bebês.
O que são as pérolas de Epstein?
As pérolas de Epstein são pequenos cistos constituídos por restos de queratina (pele) e material sebáceo (gordura), localizados na mucosa oral. Essas lesões também são conhecidas como cistos de inclusão.
Sua aparência é a de pequenas pérolas brancas, de 1 a 2 milímetros de diâmetro. Elas geralmente estão localizadas na superfície externa das gengivas e na linha média do palato.
A frequência de ocorrência relatada é de 75 a 80% de todos os recém-nascidos, sem diferenças entre os sexos.
Existem lesões de aparência semelhante na pele, chamadas milium, que se distribuem por várias partes do corpo e também são constituídas por queratina e restos de gordura. A diferença é que nesse caso essas substâncias se acumulam dentro do folículo piloso.
Por que as pérolas de Epstein aparecem nos bebês?
Embora a causa não tenha sido totalmente determinada, existem várias hipóteses que poderiam explicar porque 4 em cada 5 recém-nascidos as apresentam.
Uma das teorias atuais envolve o ácido fólico, uma vez que o crescimento das células e seu metabolismo dependem desse fator. Acredita-se que as células gengivais (que constituem a gengiva) possam sofrer alterações em sua estrutura, dependendo dos níveis de folato do feto.
De acordo com um estudo mexicano publicado em 2018, pode haver uma relação entre os níveis maternos de ácido fólico e o aparecimento de diferentes cistos de inclusão. Entre eles, as pérolas de Epstein. Contudo, mais pesquisas são necessárias para confirmar essa associação.
Produzem algum sintoma nos bebês?
Apesar de sua localização, esses cistos não causam dor ou desconforto ao recém-nascido. E também não interferem na amamentação, na deglutição ou na respiração. Por isso, são considerados inofensivos para o bebê.
O que devo fazer se meu bebê nascer com pérolas de Epstein?
Em princípio, você não deve fazer nada. Basta consultar o pediatra, para confirmar se é esse tipo de lesão e não cistos de erupção congênitos, o qual indica a presença de dentes neonatais prestes a irromper. Uma característica principal é que estão localizados no local dos incisivos inferiores.
Em geral, as pérolas de Epstein desaparecem nas primeiras semanas de vida, embora possam durar até o primeiro mês. Em contrapartida, os cistos de erupção congênitos não desaparecem e, eventualmente, um dente irá emergir deles.
Sobre as lesões na pele e na mucosa do recém-nascido
O feto se desenvolve em um ambiente aquoso, protegido de todas as agressões ambientais. Muitas vezes encontraremos manchas ou cistos ou até lesões na pele e nas mucosas do bebê. Essas marcas nada mais são do que mudanças adaptativas à vida fora do útero.
Todas essas mudanças podem gerar ansiedade e preocupação nos novos pais, mas o pediatra poderá orientá-los sobre a normalidade ou não de cada manifestação. Embora o aconselhamento profissional seja importante, saiba que o estado geral da criança será um bom indicador de sua saúde.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Miller M, Trevino J. Lesiones cutáneas del recién nacido. Capítulo 46. En: Hoekelman R, Adam H, Nelson N, Weitzman M, Wilson M. Atención primaria en pediatría. 4ta Edición. España. Editorial Océano Mosby. 2002.
- Clark MB, Clark DA. Oral Development and Pathology. Ochsner J. 2018;18(4):339-344. doi:10.31486/toj.18.0040. Disponible en: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6292461/
- Patil S, Rao RS, Majumdar B, Jafer M, Maralingannavar M, Sukumaran A. Oral Lesions in Neonates. Int J Clin Pediatr Dent. 2016;9(2):131-138. doi:10.5005/jp-journals-10005-1349. Disponible en: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4921882/
- Perez-Aguirre B, Soto-Barreras U, Loyola-Rodriguez JP, et al. Oral findings and its association with prenatal and perinatal factors in newborns. Korean J Pediatr. 2018;61(9):279-284. doi:10.3345/kjp.2017.06177. Disponible en: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6172521/
- Vorvick L. Perlas de Epstein. Medline Plus -NIH. [Internet] Última actualización 2020. Disponible en: https://medlineplus.gov/spanish/ency/article/001603.htm
- de Oliveira AJ, Silveira ML, Duarte DA, Diniz MB. Eruption Cyst in the Neonate. Int J Clin Pediatr Dent. 2018;11(1):58-60. doi:10.5005/jp-journals-10005-1485. Disponible en: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5968165/