Por que se deve evitar sal e açúcar nos alimentos para bebês?
É importante cuidar da dieta dos bebês para garantir que seu desenvolvimento seja ideal, bem como sua saúde a curto e médio prazo. Assim, é necessário promover a inclusão de alimentos de qualidade na dieta, com alta densidade nutricional e com baixa participação de processados industriais. Embora estes últimos sejam apresentados no mercado como soluções para a falta de tempo, possuem altas concentrações de sal e açúcar, dois elementos potencialmente prejudiciais ao organismo. Principalmente nos primeiros anos de vida e hoje vamos dizer contar o porquê.
O sal deve ser evitado na dieta do bebê
O corpo do bebê não nasce maduro o suficiente para processar adequadamente grandes quantidades de sal adicionado. De fato, durante o primeiro ano de vida, as necessidades de sódio são perfeitamente supridas pelo leite materno e pelos alimentos naturais. Assim, não é necessário reforçar sua contribuição na dieta e, embora seja inofensivo, a adição de sal de cozinha à alimentação pode causar um grave desequilíbrio hidroeletrolítico no bebê.
Por outro lado, as bases de uma alimentação saudável são estabelecidas na infância e hábitos benéficos são incutidos desde o primeiro dia. Assim, se começarmos a modificar o sabor dos alimentos quando nossos filhos são pequenos e acostumarmos seus paladares à adição de sal, condicionaremos a dieta no futuro.
Caso você se acostume a consumir sal em excesso em casa, a médio prazo pode gerar hipertensão. É importante destacar que nem sempre será assim, pois a influência da regulação da pressão arterial também depende de fatores genéticos. No entanto, acostumar-se a comer com pouco sal é positivo na maioria dos casos.
É importante reduzir o consumo de açúcar
Outro detalhe importante na alimentação do bebê tem a ver com a necessidade de limitar a presença de açúcar. Este elemento é claramente prejudicial para a saúde, tanto a curto como a médio prazo.
No contexto imediato, a adição de açúcar aos alimentos cria um hábito e também uma certa necessidade de experimentar esse sabor repetidamente. Foi demonstrado que o consumo de doces gera alterações no sistema de recompensa do cérebro e que esse efeito é capaz de alterar o comportamento das pessoas. Principalmente quando se trata de comida.
Por outro lado, a longo prazo, o consumo excessivo de açúcar pode causar alterações no metabolismo das crianças. E quando há uma certa predisposição genética e outros hábitos pouco saudáveis, como o sedentarismo, o risco de obesidade e diabetes tipo II aumenta, mesmo em fases iniciais da vida.
Infelizmente, há uma vasta oferta de alimentos para bebês com adição de açúcar no mercado. Mesmo muitos leites de fórmula o incluem entre seus ingredientes, apesar das recomendações de especialistas em nutrição infantil.
Por tudo isso, é fundamental prestar atenção aos rótulos dos produtos e evitar comprar aqueles que incluam esse elemento. Em vez disso, os alimentos frescos devem predominar na dieta do bebê, e as fontes de carboidratos de cadeia curta (ou de sabor doce) devem ser reservadas para frutas. Esses alimentos contêm fibras, um elemento que amortece o impacto dos carboidratos nos níveis de glicose no sangue e evita a sobrecarga do pâncreas.
Sucos não são uma boa opção
Ao oferecer frutas aos bebês, muitos pais optam por preparar sucos. Mas, mesmo sendo naturais, não são a melhor alternativa, pois concentram os açúcares da fruta e eliminam as fibras e os fitonutrientes. Assim, perde-se grande parte das propriedades benéficas da fruta inteira e o consumo fica limitado aos seus componentes potencialmente nocivos, como a glicose em grandes quantidades.
Então, o melhor é oferecer a fruta inteira ou na forma de papinha para poder aproveitar o alimento todo e não apenas o suco. Embora a moagem mecânica afete parcialmente a função da fibra, ela continua fazendo seu trabalho. Portanto, essas preparações são adequadas para bebês.
Reduza a presença de sal e açúcar na dieta dos bebês
Como você viu, é fundamental reduzir a presença de açúcar e sal na dieta dos bebês. A partir dos 6 meses, a maioria das crianças inicia a alimentação complementar, mas é fundamental que os hábitos nutricionais recebam atenção desde o primeiro dia. Por exemplo, sempre priorize alimentos frescos com alta densidade nutricional e evite os industrializados ou aqueles que têm muitas “calorias vazias”.
Se você tiver alguma dúvida sobre a alimentação do seu bebê, reveja todos os artigos que preparámos para você em Sou Mamãe. Além disso, discuta o tema com seu pediatra na próxima consulta.
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