Realidade virtual para crianças com ansiedade
A realidade virtual consiste no uso da tecnologia para simular um ambiente real com todos os seus ingredientes: sons, imagens e estímulos. O resultado é uma imersão em um cenário diferente que consegue dar a sensação de que estivemos lá. Dada essa proximidade com um ambiente real, é utilizado para abordar diferentes questões e problemas em diferentes idades. Vamos ver mais sobre o uso da realidade virtual para crianças com ansiedade.
O uso da realidade virtual na psicologia
Hoje em dia, a realidade virtual tem diferentes aplicações. Por exemplo, nos permite viajar para lugares distantes e até melhorar o nosso rendimento esportivo através da participação em treinos específicos. Devido aos diversos benefícios que proporciona, passou a ser utilizada também na psicologia. Dentro dela, uma das áreas mais frequentes tem a ver com a abordagem da ansiedade em geral e nas crianças em particular.
O caso das crianças com doenças que precisam ser operadas é um bom exemplo. Algumas temem hospitalização, as agulhas e estar separadas dos pais, entre outras preocupações. Sem dúvida, cada um desses aspectos dá origem a diferentes emoções. Por outro lado, com o uso da realidade virtual, os pequenos chegam mais tranquilos e com mais um preparo para a cirurgia.
Por sua vez, a realidade virtual também é útil para ajudar crianças com fobia. Nesse tipo de distúrbio, a exposição gradual é uma das técnicas mais recomendadas. No entanto, a sua aplicação com os pequenos torna-se mais difícil. Isso porque eles ficam muito nervosos quando se deparam com o estímulo temido. No entanto, essa metodologia fornece um ambiente de teste.
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O que o uso da realidade virtual proporciona para crianças com ansiedade?
Algumas das vantagens do uso da realidade virtual para crianças com ansiedade são as seguintes:
- Oferece um espaço de transição. Dessa forma, elas são expostas à determinada situação, mas não completamente. Por exemplo, elas podem sair da simulação quando não se sentirem confortáveis e deixar que suas emoções as guiem. Isso implica grande respeito durante o processo. A familiaridade com o digital tende a recriar uma situação mais amigável.
- Aproxima-se de um tratamento não farmacológico.
- Permite-lhes um papel ativo. As crianças usam diferentes habilidades para resolver e enfrentar situações. Por exemplo, elas podem desenvolver e fortalecer habilidades sociais para conversar, interagir e encontrar seu próprio estilo.
- Recria um espaço de jogo sem o estresse real de uma situação difícil. Além disso, coloca a imaginação em jogo.
- Oferece uma terapia que tende a ser mais curta no tempo em comparação com outros tipos de tratamentos.
- Pode ser usada para ensinar ou orientar técnicas de relaxamento. Em idades mais jovens, às vezes é difícil para as crianças se concentrarem e aprenderem a relaxar. Porém, com a realidade virtual, pode ser mais fácil conseguir a imersão em um ambiente calmo e tranquilo.
- Permite um acompanhamento do profissional, que registra ao vivo o que acontece com a criança. Dessa forma, pode não apenas conter, mas também traçar estratégias eficazes e personalizadas. Ao mesmo tempo, a criança pode registrar as sensações corporais causadas por tal situação. Dessa forma, isso a ajuda a se conhecer, a registar o seu corpo e as suas emoções e a deixar de temer tais reações.
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Desvantagens de usar a realidade virtual
No entanto, também devemos mencionar algumas das desvantagens do uso da tecnologia. A saber:
- O custo: por ser uma ferramenta que possui um ótimo design em sua elaboração, em muitos casos não é acessível. No entanto, depende do caso. Por exemplo, para quem tem fobia de avião, o uso da realidade virtual sai mais barato do que se expor a uma viagem.
- A capacitação e a formação do profissional. Embora não seja complexo, é importante que o profissional que a propõe como instrumento conheça seu funcionamento.
O uso da tecnologia a serviço da saúde
Sem dúvida, muitos adultos se perguntam se devem ou não usar realidade virtual com crianças. No entanto, lembre-se de que elas atualmente crescem com a tecnologia. Portanto, não são dois mundos separados. O digital e o virtual fazem parte do seu dia a dia. O segredo é saber como encontrar um benefício e um lado positivo.
No entanto, como em todas as aplicações, é necessária uma utilização guiada e acompanhada. É importante lembrar que não é a tecnologia que nos domina, e sim o movimento contrário: temos que escolher quando a usamos e como o fazemos. De resto, qualquer avanço científico que implique bem-estar é bem-vindo.
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