O que é a teoria da carga cognitiva

Desvendamos e desenvolvemos a teoria da carga cognitiva, assim como as suas origens e a sua aplicação.
O que é a teoria da carga cognitiva
Azucena Fernández

Escrito e verificado por a professora Azucena Fernández.

Última atualização: 27 dezembro, 2022

John Sweller, um psicólogo australiano especializado em educação, desenvolveu no final dos anos 80 a teoria da carga cognitiva. Para isso, ele partiu do trabalho prévio sobre o processamento de informação de George Miller. Além disso, a Universidade de Nova Gales do Sul publicou um documento em agosto de 2017 que se aprofundou na teoria.

A teoria da carga cognitiva é uma teoria sobre a aprendizagem que se baseia na premissa de que, como o cérebro só pode fazer um número limitado de coisas por vez, nós temos que ser intencionais no que pedimos que ele faça.

“A teoria da carga cognitiva se baseia em uma série de teorias aceitas sobre como o cérebro humano processa e armazena a informação. Esses pressupostos incluem: que a memória humana pode ser dividida em memória de trabalho e memória a longo prazo; que a informação é armazenada na memória a longo prazo em forma de esquemas; que o processamento de novas informações dá lugar a uma ‘carga cognitiva’ da memória do trabalho que pode afetar os resultados da aprendizagem”.

-Anderson, Atkinson, Shiffrin, Baddeley-

Em outras palavras, a teoria da carga cognitiva afirma que há um limite de novas informações que o cérebro pode processar de cada vez. Por outro lado, não há limites de quanta informação já armazenada ele pode processar de cada vez.

a teoria da carga cognitiva

O que diz a teoria da carga cognitiva

Como o cérebro humano trabalha com a memória a longo e a curto prazo, temos que levar ambas em conta. A memória a longo prazo mantém a informação bastante estruturada por um tempo indefinido.

A memória a curto prazo recebe a informação e a processa para que ela seja entendida e possa ser armazenada na memória a longo prazo. Essa memória a curto prazo é limitada. Assim, considera-se que é possível armazenar nela por volta de sete elementos de informação.

Se a memória a longo prazo criar estruturas para determinados conteúdos, os processos relacionados com a informação dessa estrutura podem ser feitos com menos esforço, de uma forma automatizada.

Quando uma pessoa consegue criar diferentes esquemas mentais, ela obtém a capacidade de estruturar de forma mais rápida e eficiente a informação que obtém pelos sentidos. Dessa forma, a compreensão e a análise dessa informação fica automatizada.

Nesse momento, a informação aparece na memória como um único elemento na memória de trabalho. É o que é conhecido como “adquirir experiência”. Então, o processo de aprendizagem, de assimilação de conteúdos, é facilitado se a informação que obtemos puder ser agrupada com um sentido lógico que crie um novo esquema mental.

Podemos aliviar a carga cognitiva se formos capazes de distribuir a informação em vários meios (meio auditivo e visual, por exemplo). Ou seja, para aprender, é importante que a informação apareça direcionada ao objetivo principal, e não a tarefas que estejam ao redor dele.

O que Sweller disse

“A teoria da carga cognitiva foi desenvolvida para proporcionar diretrizes destinadas a ajudar na apresentação da informação de uma forma que fomente as atividades dos estudantes que otimizam o rendimento intelectual. A teoria assume uma memória de trabalho de capacidade limitada que inclui subcomponentes parcialmente independentes para lidar com material auditivo/verbal e informação visual ou tridimensional, assim como uma memória a longo prazo efetivamente ilimitada, que contém esquemas que variam em seu grau de automatização”.

-Sweller-

a teoria da carga cognitiva

Portanto, a base do conhecimento é formada de esquemas que vão sendo adquiridos durante toda a vida. E, dentro desses esquemas, pode haver outros.

De acordo com essa teoria, em uma área de conhecimento encontramos diferenças entre um aprendiz e um especialista. Um aprendiz não tem os esquemas cognitivos que, por outro lado, foram adquiridos por um especialista ao longo do tempo.

Com a aprendizagem, as estruturas esquemáticas da memória a longo prazo vão mudando, o que é alcançado a longo prazo.

Quando conhecemos algo e trabalhamos com isso, as características cognitivas que são associadas a esse conteúdo vão mudando para que a memória de trabalho possa dominá-las de forma mais eficiente.

Assim, tudo isso pode ter consequências na forma como os professores podem desenvolver os seus sistemas de ensino, as suas aulas, as suas avaliações e as suas unidades de conteúdo.


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  • Paas, Fred, Alexander Renkl, y John Sweller. Cognitive load theory: Instructional implications of the interaction between information structures and cognitive architecture. Instructional science . (2004).
  • Singley, Mark K., y John Robert Anderson. The transfer of cognitive skill. Harvard University Press, 1989.
  • Atkinson, Stephanie. Cognitive style in the context of design and technology project work. Educational Psychology. (1998).
  • Shiffrin, Richard M. Perspectives on modeling in cognitive science. Topics in cognitive science. 2010.

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