Transtornos alimentares em adolescentes: consequências na saúde
Os transtornos alimentares em adolescentes têm aumentado dia após dia, o que tem contribuído para que se torne um grave problema de saúde. Não só devido a esse crescimento desproporcional, mas também devido ao seu grave impacto nos sintomas associados. Também é considerado grave devido à incidência crescente, à resistência ao tratamento e também porque está aparecendo cada vez mais em idades precoces.
Estudos sérios e meticulosos foram realizados entre jovens adolescentes sobre seus comportamentos de risco em transtornos alimentares, imagem corporal e autoestima. Estes foram os testes realizados:
- Teste de Atitudes Alimentares juntamente com o questionário Imagem Corporal.
- Teste para a avaliação da Autoestima.
- Teste de dados sociodemográficos.
Todos entre 298 alunos do ensino médio, sendo 153 mulheres e 145 homens, com idade média de 13 anos.
Resultados de estudos sobre transtornos alimentares em adolescentes
Os resultados obtidos foram que 8% apresentavam transtornos alimentares e 10% apresentavam patologia estabelecida, com maior incidência em mulheres. O que é importante notar é que em ambos os casos, tanto mulheres quanto homens, estavam preocupados com sua imagem corporal.
Também apresentaram baixos níveis de autoestima com maior tendência a desenvolver transtornos alimentares no caso das mulheres. Todos os casos aumentam com a idade da pessoa. Todos esses ensaios clínicos foram conduzidos de forma aleatória e voluntária e os resultados não foram compartilhados com os alunos.
Por sua vez, um estudo publicado na Revista Médica Clínica Las Condes mostrou que até 5% das adolescentes em todo o mundo sofrem de um transtorno alimentar. Esse estudo também estabelece que distúrbios dessa natureza são mais frequentes em mulheres e que a incidência em homens é de 1 em cada 10 casos.
Quais transtornos alimentares são mais comuns em adolescentes do sexo feminino ou masculino?
Foi realizado um questionário com 482 universitários aos quais foi aplicado o Eating Disorders Inventory (EDI), bem como um questionário que tratava de comportamentos alimentares e imagem corporal. Esse questionário mostrou resultados em que as mulheres se sentem mais preocupadas com a perda de peso e com a imagem corporal.
Inclusive são elas que recorrem com mais frequência a dietas para tentar perder peso sem conseguir atingir a imagem ideal. Dentro do grupo de mulheres, as mais jovens são as que apresentam em maior medida a ansiedade de perder peso e consequentemente o risco de desenvolver transtornos alimentares em adolescentes.
Isso levou à criação de comitês de auxílio à prevenção os estudantes, principalmente universitários. Todos os modelos foram aplicados graças aos levantamentos realizados com um desenho transversal.
Sintomas e comportamento em adolescentes devido a transtornos alimentares
Há um relatório da EDI sobre os sintomas de transtornos alimentares em adolescentes em que foram determinadas as características cognitivas e comportamentais de anorexia e bulimia nervosa. Dentro deles existem 64 itens que ao mesmo tempo são subagrupados em 8 escalas, entre as quais:
- Impulso para perder peso.
- Bulimia.
- Insatisfação com a imagem corporal.
- Ineficiência.
- Perfeccionismo
- Desconfiança interpessoal.
- Consciência interoceptiva.
- Medo da maturidade.
As três primeiras escalas avaliam preocupações sobre imagem corporal, peso e comportamento alimentar. As demais subescalas estão intimamente relacionadas à autoestima e ao autoconceito.
“Muitos dos transtornos alimentares dos adolescentes são resultado da tentativa de alcançar a imagem corporal que prevalece em nossa sociedade”
Consequências dos transtornos alimentares na saúde dos adolescentes
Sabemos que a má nutrição, assim como a supernutrição, podem ter sérios efeitos em nosso corpo e principalmente em nossa saúde. Nesse caso, o transtorno alimentar, seja por anorexia nervosa ou bulimia nervosa, tanto para mulheres quanto para homens adolescentes, pode levar a outros problemas físicos, psicológicos e sociais.
Consequências físicas:
- Abuso de substâncias como drogas para se sentir “completo”.
- Dores de cabeça seguidas.
- Visão ruim.
- Obesidade (pode parecer um pouco absurdo, mas na hora de “enfrentar” a situação do transtorno alimentar, pode-se chegar ao outro extremo, que é a obesidade).
- Problemas para ir ao banheiro (causam danos ao sistema digestivo).
- Infecções urinárias.
- Fraqueza muscular e perda de massa muscular.
- Ruptura no estômago.
- Maus comportamentos e mudanças de humor com muita frequência.
- Defesas baixas para contrair qualquer vírus.
- Problemas para dormir.
- Problemas cardíacos futuros.
- Morte.
Além disso, não tem a ver só com a parte de saúde e física, temos que incluir também a parte social do adolescente, que se verá preso em uma bolha e com medo de conseguir sair de lá. Vai se sentir envergonhado, chateado e com a autoestima muito baixa.
Consequências sociais:
- Diminui a qualidade e a quantidade nas relações interpessoais.
- Problema para se adaptar.
- Isolamento do grupo social.
- Declínio do nível acadêmico.
- Ausência na escola ou universidade.
- Sentir-se incapaz de cumprir os deveres de casa e os estudos.
- Problemas contínuos em casa.
- Mente suicida e pensamentos que podem se tornar tentativas.
Por último, mas não menos importante, não podemos deixar de mencionar as consequências psicológicas. Com elas, podemos criar outras doenças mentais, que podem esgotar ainda mais nosso corpo, ou seja, tudo isso vira um círculo vicioso.
Consequências psicológicas:
- Depressão.
- Bipolaridade.
- Estresse pós-traumático.
- Transtorno de adaptação.
- Desejo de ingerir substâncias nocivas.
- Ansiedade.
- Problemas de personalidade.
- Transtorno compulsivo e obsessivo.
Atualmente, os transtornos alimentares em adolescentes são comuns pelo simples fato de tentar manter ou alcançar uma figura corporal que é consequência da sociedade atual. O efeito da Internet e da mídia, principalmente por meio das redes sociais, contribui para isso.
Tudo isso leva a uma grande competição sobre quem exibe a melhor aparência, quem tem a melhor foto, quem se veste melhor, quem tem o melhor corpo entre o grupo de garotas, etc. Isso faz com que os jovens tenham mais consciência da figura do seu corpo do que do seu caráter. E isso sem saber as verdadeiras e graves consequências que uma alimentação inadequada pode trazer.
Portanto, os pais devem ter cuidado, ser cautelosos e sempre tentar manter um relacionamento aberto com seus filhos, lembrando-os da importância da saúde vital, boa alimentação e exercícios.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Bruni, V., & Dei, M. (2017). Eating disorders in adolescence. In Good Practice in Pediatric and Adolescent Gynecology. https://doi.org/10.1007/978-3-319-57162-1_8
- Herpertz-Dahlmann, B. (2015). Adolescent Eating Disorders: Update on Definitions, Symptomatology, Epidemiology, and Comorbidity. Child and Adolescent Psychiatric Clinics of North America. https://doi.org/10.1016/j.chc.2014.08.003
- Hetherington MM. (2000). Eating disorders: diagnosis, etiology, and prevention. Nutrition 2000; 16(7,8): 547-551
- INGELMO FERNANDEZ, J., & VAZ LEAL, F. J. (1985). Trastornos Alimentarios En La Adolescencia. Psicopatología.
- Kreipe R andDukarm C. (1999). Eating Disorders in Adolescents and Older Children. Pediatr Rev 1999; 20(12): 410-420
- Marín, B. (2002). Trastornos de la conducta alimentaria en escolares y adolescentes. Revista chilena de nutrición, 29(2), 86-91. https://scielo.conicyt.cl/scielo.php?pid=s0717-75182002000200002&script=sci_arttext
- Farfán, J. I. A., I. BAILE JOSE, R. Y., Calvo, R., Puente, R., Vilariño, P., Méndez, J., … Castillo, B. (2001). Alimentaria : Anorexia Y Bulimia. Manual de Salud Reproductiva En La Adolescencia.
