6 consequências da falta de brincadeiras
Brincar é muito saudável. Quando brinca, a criança explora o mundo. Imita os mais velhos, testa alternativas, experimenta, resolve problemas, desenvolve seu pensamento e sua criatividade. Uma criança que brinca certamente será um adulto bem ajustado, com bom desempenho na vida. Caso contrário, a falta de brincadeiras tem um impacto negativo no futuro das crianças.
Os momentos de brincadeira na infância são cada vez mais raros. Um problema que cresce cada vez mais é o de “crianças atarefadas”. São crianças que passam de uma atividade para outra ao longo do dia e que não têm tempo para brincar.
Escola, esportes, aulas de idiomas, danças, artes marciais, música e uma série de outras atividades preenchem o dia a dia dos pequenos. Assim, eles chegam a casa exaustos e não querem mais brincar.
São crianças que não têm tempo para brincar livremente. É necessário que os responsáveis pela criança entendam que brincar é aprender e que o tempo em que a criança brinca é fundamental para o seu desenvolvimento.
Consequências da falta de brincadeiras para crianças
1.- Pouca criatividade e imaginação
A criatividade é essencial para a vida. É o segredo que permite resolver problemas e lidar com diferentes situações. O mundo que a criança cria quando brinca torna-se real para ela. Através da brincadeira, a criatividade da criança levanta voo. Está comprovado que a falta de brincadeiras dificulta essa habilidade que é o que permite o pensamento original.
2.- Falta de autonomia e independência
À medida que evolui e cresce, a criança deve se livrar de sua mãe e pai e adquirir um pouco autonomia. Brincar é fundamental para que isso aconteça, porque brincando a criança toma decisões, resolve problemas e age sem que um adulto supervisione ou lhe diga o que fazer. Ao brincar, a criança dá asas a sua autonomia.
Brincar é um treinamento para essa liberdade individual. A falta de brincadeiras causa insegurança e dependência nas crianças.
3.- Timidez
A criança que não brinca desde que é um bebê geralmente é tímida e insegura. Ela duvida de tudo o que faz e tem vergonha de qualquer situação em que esteja exposta.
Muitas vezes, essa timidez é resultado dos pais que estão dizendo à criança o dia todo o que fazer. Além disso, eles repreendem a criança quando as coisas não vão bem. Nesses casos, são crianças que não recebem espaço para brincar livremente, para liberar sua energia e potencial ou para descobrir seus talentos.
É uma criança que não possui experimentação e a possibilidade de sentir que ela pode fazer as coisas que deseja.
“É necessário que os responsáveis pela criança entendam que brincar é aprender e que o tempo em que a criança brinca é fundamental para o seu desenvolvimento”
4.- Dificuldades em se relacionar com pessoas
Brincar contribui para o desenvolvimento de habilidades sociais. A maioria das habilidades sociais que uma pessoa precisa para ter sucesso na vida são adquiridas através das brincadeiras na infância.
Brincando, as crianças aprendem a se controlar, a negociar, a trabalhar em equipe, a esperar e a compartilhar. A ausência de brincadeiras na infância gera pessoas isoladas, centradas em si mesmas e individualistas.
5.- Imaturidade no desenvolvimento emocional
Brincar é essencial para o desenvolvimento emocional das crianças. Brincadeiras imaginárias são fundamentais, pois com elas a criança aprende muito sobre si mesma e pode projetar suas emoções sem limitações. Imagina a si mesma superando obstáculos e medos ao triunfar em situações de risco, então essas visualizações tornam-se verdadeiras experiências que a enriquecem.
A criança se sente poderosa e independente, e com isso seu equilíbrio emocional é favorecido.
6.- Temperamento difícil
Em muitas ocasiões, o temperamento difícil de que os pais se queixam tanto é o resultado de a criança não ter oportunidade de brincar. Durante a brincadeira, a criança libera suas tensões. A brincadeira cumpre uma função catártica. Portanto, a falta dela para as crianças faz com que a liberação seja canalizada em outros meios.
Uma alerta dos psicólogos: brincar com computadores e videogames limita muito e enriquece pouco. Portanto, embora os jogos digitais possam ser um complemento, o fundamental é o brincar livre, sem regras fixas. O ideal é intercalar momentos individuais de jogo com outros momentos compartilhados com outras crianças.
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