A negligência emocional cria adultos pouco assertivos

A negligência emocional cria adultos pouco assertivos
Pedro González Núñez

Escrito e verificado por o educador infantil Pedro González Núñez.

Última atualização: 27 dezembro, 2022

Alguma vez você já se perguntou como a negligência emocional afeta a sua vida? A verdade é que ela pode acabar gerando adultos pouco assertivos. Você sabe por quê? Vamos tentar dar uma resposta a essa pergunta.

Noções sobre a assertividade

A assertividade é uma qualidade essencial para a vida. É a característica que nos ajuda a evitar problemas ao nos relacionarmos com outras pessoas. Além disso, é vital para não perder a paciência e para viver de maneira mais equilibrada e descontraída.

A assertividade é a capacidade que temos de dar valor aos nossos direitos. Algo que precisamos conseguir fazer sem, para isso, sermos passivos nem agressivos. E isso se consegue respeitando os direitos das outras pessoas. Embora pareça simples de realizar, a verdade é que nem sempre é fácil na prática.

Tanto que a maioria das pessoas não consegue ser assertiva, ou o são muito pouco. Para encontrar o motivo disso, muitas vezes é preciso voltar à própria infância. As pessoas que cresceram em uma casa onde se praticava a negligência emocional, não conseguiram desenvolver posteriormente a assertividade.

Lembre-se de que como negligência emocional estamos fazendo referência ao ato de ignorar os sentimentos alheios.

Direitos assertivos frente à negligência emocional

Existe uma série de direitos assertivos básicos:

Julgamento de si mesmo

Você tem o direito de julgar seu próprio comportamento e de assumir a responsabilidade que este envolve. Ou seja, você tem o direito de não dar explicações pelo seu comportamento, de considerar se você assume a responsabilidade de resolver os problemas dos outros, de mudar de opinião, de cometer erros, de dizer “não”, etc…

Expressar as emoções

Está comprovado que as pessoas que foram criadas com uma educação oferecida por pais ou tutores que consideravam que expressar as emoções era algo negativo, são mais propensas a não serem conscientes dos seus direitos. Se seus pais ignoravam ou castigavam o que você pensava, inconscientemente você vai pensar que as suas emoções e suas necessidades não têm importância.

mãe e filha se abraçando com emoção

Uma prova disso é constatar se mais de uma vez você já ouviu frases iguais ou parecidas a estas: “você não pode deixar que os outros saibam como você se sente ou o que você pensa de verdade” ou “não provoque mudanças”.

Se a resposta for sim, você deve saber que são frases provenientes do discurso dos seus pais ou seus tutores legais. Embora você não esteja consciente disso, elas estão gravadas no seu inconsciente e acabaram por determinar o seu comportamento, mesmo que talvez você já seja uma pessoa adulta.

Então, o que é a negligência emocional?

A negligência emocional se refere à incapacidade de responder como se deve às necessidades emocionais das crianças.

Uma das tarefas dos pais deve ser validar as emoções dos seus filhos e ensiná-los a canalizá-las. Os pais ou os tutores são o verdadeiro modelo emocional das crianças, pois são suas referências em todos os aspectos da vida.

Caso os pais não sejam capazes de reconhecer essas emoções, a criança não vai saber o que fazer porque entende que o que ela pensa ou sente não é adequado.

Esse efeito faz com que na fase adulta a pessoa também não confie nas suas emoções ou nos seus instintos, e tenha uma baixa autoestima. Além disso, é fácil para que adultos que foram educados assim, tenham dificuldades de expressar de maneira assertiva suas emoções. Tudo isso faz com que, no fim, sempre se recorra a posturas extremas: ou você se permite ser pisado ou se relaciona de maneira agressiva.

A importância de desenvolver a assertividade

Se as bases que constituem a assertividade forem levadas em consideração, esse aspecto pode ser desenvolvido em qualquer etapa da vida, especialmente desde a infância. Entre esses fundamentos está o fato de saber reconhecer as emoções próprias e rotulá-las. Saber como você se sente e por que, para que, assim, você consiga enfrentar melhor esse sentimento.

menina de braços abertos em um campo de flores

Também é preciso estar consciente dos seus direitos próprios e, como pessoa você deve ser tratado com respeito.

Naturalmente, também é importante saber dar valor às opiniões dos outros. Você deve ter consciência de que, entre pessoas, podemos discordar sem julgar nem menosprezar quem pensa diferente de você, e isso é exatamente o que devemos exigir.

Tudo isso nos levará a desenvolver uma autoestima saudável que vai nos ajudar a compreender que os erros não diminuem o nosso valor, mas que podem nos enriquecer e servir para que cresçamos como pessoa. Assim, não nos sentiremos ameaçados pelas outras pessoas.


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