8 perigos da superproteção
Certamente a paternidade nunca foi algo fácil e cada indivíduo a vivencia de uma maneira diferente. O que é certo é que ela sempre coincide com a busca pelo bem-estar dos mais jovens da casa, em alguns casos, superando e ignorando os perigos da superproteção.
Ser excessivamente dedicado a proteger as crianças de qualquer potencial perigo faz com que muitos pais vejam ameaças onde elas não existem. Como resultado, estão constantemente alarmados e têm vontade de colocar os seus filhos em redomas de vidro.
É verdade que as crianças podem ficar indefesas em algumas situações, por isso precisam de muito cuidado e carinho. Mas elas também precisam começar a aprender a resolver as dificuldades por conta própria. Dessa forma, desenvolvem autonomia e personalidade.
O caráter formado em uma criança que experimentou um cuidado excessivo influencia a sua personalidade, o que é algo muito difícil de ser mudado nas próximas etapas da sua vida. Isso, certamente, traz algumas dificuldades.
Perigos da superproteção
1. Baixa autoestima
A autoestima é algo que as crianças desenvolvem quando se colocam à prova ao enfrentar dificuldades, sejam elas superadas ou não.
Se nunca tiverem a oportunidade de fazer isso, devido a uma criação protetora, então elas não vão ser capazes de adquirir autoconfiança.
Essa qualidade sempre estará em declínio se os pais não permitirem que a criança se desenvolva. Quando isso acontece, o jovem não conhece suas habilidades nem desenvolve a coragem para enfrentar os problemas da vida cotidiana.
2. Impaciência
Quando os pais não permitem que seus filhos façam as coisas por conta própria, eles não entendem o valor do trabalho. Para essas crianças, basta pedir o que quiserem que elas vão conseguir.
Esse tipo de atitude promove a falta de empatia e a malcriação. Além disso, é manifestada, por exemplo, em forma de lágrimas e birra.
3. Tornam-se dependentes dos pais
Os pais, ao querer facilitar todas as atividades da vida de maneira prática e sem problemas para os filhos, promovem um excesso de dependência.
Como resultado, os jovens não conseguem resolver os próprios problemas sem a ajuda dos pais. De fato, isso afeta sua autonomia e independência. Além disso, esse comportamento pode ser arrastado até mesmo depois da adolescência.
“É verdade que as crianças podem ficar indefesas em algumas situações. Mas elas também precisam começar a aprender a resolver as dificuldades por conta própria”
4. Desenvolvem medo e insegurança
Pais e mães que se excedem na proteção de seus filhos por medo de que algo ruim aconteça com eles, transmitem medo e insegurança.
Ao não saber como navegar pelo mundo, os filhos começam a ver tudo como uma ameaça e desenvolvem até mesmo fobia social. Ao dar aos nossos filhos uma criação superprotetora, conseguimos torná-los pessoas inseguras.
Ao contrário do que foi dito acima, é necessário dar a eles a oportunidade de perceberem por si mesmos que são capazes de conseguir aquilo a que se propuserem.
5. Limitam sua aprendizagem
A aprendizagem é obtida experimentando e cometendo erros. Desde a infância, as crianças começam a cometer erros e a alcançar conquistas e fracassos.
É nesse momento que as técnicas para resolver as dificuldades do dia a dia devem ser ensinadas, para que dessa forma, no futuro, elas se tornem adultos responsáveis.
6. Não suportam o fracasso
Desde pequenos, esses jovens têm alguém para resolver os seus problemas e até mesmo para tomar decisões por eles, impedindo-os de cometer erros.
É nesse momento que essas atitudes se tornam um dos perigos da superproteção, uma vez que os pais não permitem que experimentem o fracasso. Então, quando precisarem enfrentá-lo, eles não saberão como lidar com a situação.
7. Problemas comportamentais
A falta de autoestima gerada pelo cuidado excessivo pode levar a problemas comportamentais nas próximas etapas de suas vidas.
Esses problemas podem aparecer na hora de socializar com os seus pares ou durante as aulas. Inclusive, podem até mesmo afetar o desempenho escolar.
8. Não conhecem a responsabilidade
Desde pequenos, devemos atribuir responsabilidades aos nossos filhos. Nem sempre é preciso ajudá-los em suas tarefas diárias, tais como organizar os brinquedos e arrumar a cama, ou dispensá-los de suas falhas e erros.
Isso porque, agindo dessa forma, gradualmente descartaríamos o conceito de responsabilidade diante deles.
As regras devem governar as vidas das crianças desde pequenas. Assim, elas vão saber que, para conviver em casa e na sociedade, devemos ser responsáveis com nossas ações. Com isso, vamos formar bons homens e mulheres para o futuro.
Finalmente, é importante lembrar que, não importa quanto amor seja oferecido aos filhos, é impossível evitar que corram riscos e tenham fracassos e sofrimento.
Certamente, na vida, há muitas batalhas a serem travadas. Então, principalmente por isso é que devemos prepará-los para que consigam superar qualquer obstáculo. Para isso, é necessário evitar os perigos da superproteção a todo custo.
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