A musicoterapia com crianças autistas
As virtudes terapêuticas da musicoterapia com crianças autistas se estendem em ambos os hemisférios cerebrais. A razão é que ambos intervêm no seu processamento, o que ajuda a relaxar e reduzir as tensões.
O poder que a musicoterapia possui é incrível. Por exemplo, ela pode diminuir as respostas fisiológicas ao estresse, além de aumentar a produção de endorfinas, que são analgésicos produzidos pelo próprio corpo.
Atualmente, a musicoterapia oferece resultados concretos em três áreas fundamentais da medicina:
- Dor, ansiedade e depressão.
- Impedimentos mentais, emocionais e físicos.
- Distúrbios neurológicos.
Esta última área se destaca entre as demais porque a base neurológica das respostas aos estímulos musicais é sólida. É por isso que a musicoterapia com crianças autistas é um dos métodos educacionais mais utilizados e é eficaz.
Uma em cada dez crianças autistas mostra habilidades excepcionais para a pintura, a matemática, a memorização e a música, dependendo do tipo de autismo.
Em algumas delas, são observados grandes talentos nessas habilidades. No entanto, elas também podem mostrar facilidade para outras habilidades, como por exemplo: expressar-se fluentemente, demonstrar agilidade mental, falar em voz alta e conversar eloquentemente sobre os seus interesses.
Tendo em vista os múltiplos problemas sofridos pelas crianças com esse transtorno neurológico, a música é usada como terapia com o objetivo de reduzir os sintomas associados ao comportamento e aos movimentos rotineiros ou repetitivos.
Benefícios da musicoterapia com crianças autistas
A musicoterapia tem as seguintes vantagens para essas crianças:
- Melhoria no processo de comunicação.
- Desenvolvimento da criatividade em qualquer um dos seus campos.
- Compreensão da leitura e escrita.
- Redução de comportamentos de agressividade e raiva.
- Aumento significativo da atenção.
- Relacionamento afetivo com as pessoas ao seu redor.
- Diminuição eficiente dos estados de ansiedade.
As crianças com autismo não percebem sentimentos refletidos em expressões faciais ou tons de voz como as outras crianças fazem; estes são os casos nos quais a musicoterapia incentiva e estimula a comunicação através de gestos ou expressões.
Além do prazer que a musicoterapia produz nas crianças com esse transtorno, ela também pode ajudar na vida cotidiana do pai ou da mãe. Por isso, seria benéfico aplicar esse método.
No entanto, é importante ressaltar que nem todos os casos são iguais. Algumas crianças podem ter destrezas e habilidades mais desenvolvidas do que outras com tipos diferentes de autismo.
O autismo que se caracteriza pela incapacidade de a criança falar e se relacionar faz com que ela não participe de brincadeiras de dramatização, não empreste os seus brinquedos ou que resista a mudanças de hábitos, uma vez que ela é metódica nas suas atividades.
Atenção de um especialista
Uma avaliação exaustiva pelo especialista é imprescindível, já que ele indicará, de acordo com as necessidades da criança, se as terapias musicais são necessárias. Deve-se levar em consideração que, aquilo que é benéfico para uma criança, pode não ser benéfico para outra; portanto, a avaliação médica é necessária.
Uma vez que a musicoterapia com crianças autistas seja diagnosticada como um tratamento viável, as funções básicas e vitais da criança começarão a ser promovidas e restauradas.
Desse modo, será possível satisfazer necessidades de natureza cognitiva e afetiva, bem como físicas e sociais, entre outras. Assim, uma integração adequada da criança a qualquer grupo social será alcançada.
“Nas crianças com autismo, a música é usada como terapia com o objetivo de reduzir os sintomas associados ao comportamento e aos movimentos rotineiros ou repetitivos.”
Outras dimensões da musicoterapia para crianças com autismo
Com a ajuda da musicoterapia, a criança será capaz de melhorar o desenvolvimento da linguagem, de tal forma que a sua comunicação vai melhorar notavelmente.
Após a implementação da musicoterapia como tratamento, as crianças se sentem motivadas emocionalmente. Elas podem, então, estar em contato com todas as pessoas ao seu redor que, em geral, tendem a rejeitar.
Outro aspecto positivo que a musicoterapia oferece é que, através do uso de instrumentos musicais variados, o conhecimento e a percepção do seu corpo aumentam. Isso significa que a criança aprende a conhecer e usar partes do seu corpo, tais como boca, mãos, dedos e braços, por exemplo.
Com isso, a criança se torna consciente dos mecanismos que produzem o funcionamento do corpo humano. Além disso, processos neurológicos, tais como compreensão, simbolização e aprendizado de padrões são estimulados.
As pessoas com autismo não são tão poucas quanto se costuma pensar. Esse transtorno neurológico é observado em todos os estratos sociais e afeta 1 em cada 300 pessoas.
Não é considerada uma doença rara, mas sim, ao contrário, um problema premente de saúde pública. No entanto, graças a métodos educacionais como a musicoterapia, é possível ajudar aqueles que sofrem com a doença a participar de grupos sociais.
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