Adolescência e puberdade: mudanças físicas
Ver nossos filhos crescerem faz parte da nossa própria formação. Estamos tão acostumados a ter nossos pequenos no colo que ao pensar que isso pode mudar sentimos uma terrível ansiedade.
Adolescência e puberdade são duas palavras que tememos porque simbolizam o fim da nossa fase como protetores. Em contrapartida, para as crianças é o começo do caminho para a fase adulta.
As mudanças pelas quais elas passam mental e psicologicamente são muito mais bruscas do que em qualquer outro momento da vida. Os adolescentes se sentem confusos com o corpo e com a própria identidade.
É provável que se olhem no espelho e não se reconheçam. É nesse momento em que você deve tentar se conectar com eles e explicar que devem se preparar para a fase tão importante que estão começando a viver.
Adolescência e puberdade: o fim da infância
Na adolescência e na puberdade, as mudanças são bem marcadas em determinadas partes do corpo. Tem meninos e meninas que lidam bem com isso, mas alguns e algumas crianças se negam a aceitar as mudanças.
É entendível: possivelmente nós também reagimos da mesma maneira quando tínhamos essa idade. Mas no que consistem essas mudanças? Elas afetam os meninos e as meninas da mesma maneira?
Aumento do tamanho do corpo
A massa óssea cresce, provocando um aumento de altura e, muitas vezes, de peso. A puberdade nas meninas costuma fazer com que cresçam entre 20 e 23 centímetros, ao passo que os meninos costumam crescer entre 24 e 37 centímetros. Isso acontece a partir dos 13 anos e se prolonga até os 21.
Em geral, as meninas costumam se desenvolver antes dos meninos. É muito comum ver grupos de adolescentes em que elas parecem muito mais velhas que eles, quando na verdade têm a mesma idade.
Os órgãos internos também aumentam de tamanho. Mais especificamente, o fígado, o coração, o cérebro e os rins. Da mesma maneira, as articulações não se desenvolvem ao mesmo tempo. Primeiro vêm as pernas e os pés, depois o tronco, os braços e, por fim, a cabeça.
Isso provoca, frequentemente, uma desproporção física inicial que pode ser motivo de vergonha e descontentamento com o próprio corpo.
O amadurecimento sexual
Para muitos pais, esse tema é um verdadeiro tabu. Devemos aceitar que nossos filhos, por mais crianças que possam parecer aos nossos olhos, são seres humanos. A partir de determinada idade vão começar a sentir impulsos sexuais e isso se deve aos hormônios.
Em geral, o hormônio liberador de gonadotrofina estimula a hipófise que, por sua vez, libera os hormônios gonadotrofinas hipofisários: FSH e LH. Estes últimos são os responsáveis por realizar as mudanças físicas que tantas dores de cabeça vão dar aos nossos filhos.
Nos meninos, ocorre o amadurecimento dos genitais, o aumento da libido e o aparecimento de pelos no rosto, no púbis e nas axilas. A secreção dos hormônios FSH e LH gera o aparecimento da testosterona e a produção dos espermatozoides.
Nas meninas, as mudanças são um pouco mais complexas. Os ovários amadurecem e começam a produzir um tipo de hormônio diferente do masculino: estrogênio e progesterona. Ao mesmo tempo, a testosterona (em um nível menor do que nos meninos) provoca o aparecimento dos pelos no púbis e nas axilas.
Não vai demorar muito para ocorrer a primeira menstruação. E, com ela, o amadurecimento das mamas e do endométrio.
“A juventude é assim, estabelece os próprios limites sem perguntar se o corpo é capaz de suportar. E o corpo sempre é”
-Paulo Coelho-
Problemas de confiança
É bastante comum que nossos filhos sintam uma redução da confiança em si mesmos. Ninguém gosta de passar por mudanças que não escolheu. Além das mudanças já mencionadas, também ocorre o aparecimento de odor corporal e da acne, além da mudança na voz.
À exceção desta última, as anteriores não são bem recebidas. É muito importante interagir com nossos filhos e responder a qualquer pergunta que eles tiverem.
Devemos ser mais compreensivos do que nunca e entender que, em certos comentários irritados, são os hormônios que estão falando.
Chegou o momento em que devem forçar a mente para se adequar às mudanças do corpo. E isso nem sempre é uma tarefa fácil. Felizmente, os problemas na adolescência e na puberdade não são eternos e fazem parte da idiossincrasia humana.
Ensine seu filho a se amar e aceitar tudo o que está vivendo como parte da aprendizagem pela qual todos devemos passar.
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