Ajude seus filhos a compreender e administrar a decepção
Uma coisa é apenas administrar a decepção e outra é entendê-la. As crianças podem aprender a administrar esse sentimento automaticamente, mas, sem compreender, não estarão criando uma mudança interna real. É por isso que é importante que você saiba ajudar seus filhos a compreender e administrar a decepção.
Como pais, é natural tentar evitar que os filhos sofram. Tentamos evitar qualquer frustração ou desapontamento pensando que é para o seu bem, mas na realidade estamos fazendo um desserviço. As crianças precisam entender quais são as causas da decepção e aprender a lidar com isso.
A decepção
Para que seu filho entenda a decepção, ele primeiro terá que senti-la. Ou seja, entender que é o resultado de quando queremos que algo ocorre, mas não acontece. Um desejo interior não é satisfeito e, portanto, ficamos decepcionados.
Muitas vezes essa decepção vem acompanhada de irritação, raiva, revolta, etc. A vida pode conter muitas decepções e é necessário saber disso para poder enfrentar as situações e seguir em frente. Nós, adultos, sabemos bem disso, mas para as crianças pode ser mais difícil entender para, posteriormente, lidar com isso.
Os pequenos podem ficar frustrados com coisas simples, como ter que voltar do parque porque começou a chover. Por isso é tão importante que eles aprendam as ferramentas necessárias para superar uma situação que os decepciona. Assim, eles vão confiar mais em si mesmos e, mesmo que se sintam decepcionados em um determinado momento, conseguirão administrar muito melhor a situação.
Um adolescente que não trabalhou durante a infância essa tolerância à frustração e às decepções será um adolescente que joga a toalha rápido demais, que não quer tentar coisas novas por medo de errar ou medo do que os outros vão dizer. Ele sempre terá um sentimento de fracasso constante dentro de si, que irá deteriorar sua autoestima e fazer com que se sinta uma pessoa incompetente e inútil.
Tudo isso pode levá-lo a cair no poço escuro da depressão e da autocomiseração. Um poço perigoso do qual é muito difícil sair.
O papel dos pais
É imprescindível que os pais tenham consciência de tudo isso e trabalhem essas situações desde a infância com a criança, ensinando-as a enfrentar esses acontecimentos que a decepcionam. É importante que os pais sejam seus guias e lhe ensinem que todos os problemas têm soluções diferentes. E para isso, basta aprender a olhar com perspectiva.
Quando uma criança se sente bloqueada diante de uma situação que a decepcionou, o pai ou a mãe devem ajudá-la a compreender sua emoção. Ou seja, entender o que se sente e por que se sente assim, compreender a decepção que emana do seu interior.
Será apenas a partir desse momento de compreensão que a criança estará preparada para administrar aquela sensação de decepção de forma mais efetiva e por meio de seu próprio entendimento. Ela será capaz de dominar a emoção porque a compreende e não se deixará levar por explosões de raiva.
Como ajudar uma criança a compreender e administrar a decepção?
Para que a criança seja capaz de compreender e administrar a situação que causa sua decepção e aqueles sentimentos intensos dentro de si, tenha em mente o seguinte:
- Explique para ela a emoção sentida.
- Valorize suas emoções, aceite e diga a ela que você a entende.
- Dê a ela a opção de controlar a situação. Por exemplo, se a criança tiver que ir embora do parque porque está chovendo, pergunte o que ela acha de fazer uma tarde de jogos em família em casa.
- Mostre ao seu filho que ele é capaz de ajudar a si mesmo e aos outros e ensine-o a fazer isso. Assim, a resiliência começará a nascer neles.
- Não “conserte” o problema instantaneamente. Contenha o desejo de não deixar seu filho se decepcionar e permita que ele descubra o caminho por si mesmo. Se ele não conseguir, ofereça sua ajuda como guia, não como salvadora.
Com essas dicas, seus filhos aprenderão a entender o que é a decepção, as emoções que essa sensação desperta e por quê. Mas o mais importante é que eles aprenderão a olhar para dentro de si mesmos a fim de encontrar as soluções necessárias que os ajudarão a se sentir melhor.
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- García, T. (2020) ¿Qué necesito cuando me enfado? Editorial: Beascoa.