Ajude sua filha única a resolver os problemas dela
Uau! Para uma filha única, chegar na escola é o primeiro choque em relação ao mundo real. Talvez seja a primeira vez que ela perceba que não receberá sempre toda a atenção a que está acostumada.
Ser filha única tem suas vantagens. Todos os brinquedos são para você e, seja pouco ou muito o poder aquisitivo dos pais da menina, a maior parte dos recursos estará destinada a satisfazer as necessidades da princesa da casa.
Talvez por estarem acostumadas aos brinquedos que são só delas, algumas dessas meninas têm problemas para compartilhar com seus colegas. Por isso, a escola, muitas vezes, é um choque duro contra a realidade.
Geralmente, explica a psicóloga Nathalie Sánchez, durante a infância, essas meninas não se acostumaram a compartilharam nada com outra criança, não dividiram atenção, nem tiveram que competir por nada. Por causa disso crescem com a ideia de ter direito sobre todas as coisas.
Essas circunstâncias quando negativas podem fazer com que uma pessoa tenha dificuldades com os conceitos de empatia, compartilhar e se colocar no lugar do outro, esclarece a especialista.
Processo de mentalização
Contudo, além de compartilhar objetos ou atenção, a filha única tem dificuldade de se conectar emocionalmente com as crianças da idade dela. Isso acontece porque normalmente ela se relaciona mais com adultos do que com crianças; justamente por isso ela desenvolve mais o intelecto do que as emoções.
As filhas únicas costumam ter o processo de mentalização menos desenvolvido do que crianças com irmãos. Isso significa que, como têm pouco contato com outras crianças, não experimentam as brigas com irmãos e não têm consciência do efeito dos atos ou ações -sobre os demais, revela o psicólogo Giovanny Zapata.
Às vezes quando adulta, a filha única pode ser ofensiva, mas não é um ato deliberado, já que não se dá conta do efeito dos atos ou palavras dela pela falta de amadurecimento do processo de mentalização.
Esse amadurecimento se desenvolve quando briga com os irmãos, quando os culpa pelas ações dela, pois essas circunstâncias lhe permitem confrontar os próprios sentimentos. Mas uma filha única carece de irmãos. A falta de amadurecimento, afirma Zapata, também cria dificuldades para se ligar com parceiros afetivos.
O imaturo processo de mentalização, o qual a filha única possui, aprofunda a psicóloga Nathalie Sánchez, geralmente contribui para que haja um pouco mais de egocentrismo, que a pessoa pense muito nas próprias necessidades dela, no próprio ponto de vista dela e deixe de lado o que se passa no entorno dela.
“O processo de mentalização implica em se colocar no lugar do outro, ter que compreender o sentimento ou a necessidade do outro”.
-Nathalie Sánchez, psicóloga-
Entretanto, isso pode ser desenvolvido. Tudo depende da educação e do meio que rodeia a filha única.
Compartilhar de verdade
A filha única muitas vezes sente que não é ouvida de verdade por ninguém. Às vezes, os adultos subestimam as opiniões da criança. Além disso, muitos pais, argumenta Nathalie Zapata, tentam satisfazer as necessidades emocionais da criança com objetos.
Também é frequente que a filha única desenvolva um mundo de fantasia, que lhe permite brincar sozinha. Mas, depois, pode ser difícil se desprender dele.
Para prevenir esse tipo de circunstância, recomenda Sánchez, como pai, é importante que você identifique quais são as suas necessidades, quais foram as suas necessidades durante a infância e quais são as verdadeiras necessidades dos seus filhos.
Quando há um filho único, também há uma pessoa sozinha, sobre a qual se depositam todas as esperanças, os projetos e ambições; isso costuma levar a um excesso de atenção que comumente está mal dirigida.
Como pai, você deve tentar colocar sua filha em situações de constante interação com outras crianças. Mas não se trata de uma interação superficial em um parque, que pode ajudá-la a se socializar. E sim de uma interação, por exemplo, com os primos.
Pode ser que a menina seja filha única, mas passe os finais de semana com os avós e os primos. Isso propicia uma situação na qual compartilha a atenção com outras crianças e com uma figura que de uma maneira ou outra, em teoria, é imparcial entre todas as crianças.
Você também deve brincar com a sua filha, mas brincar de verdade. Isso implica em desejar colocar para fora a sua criança interior, respeitar as regras do jogo, ainda que às vezes para você pareçam carentes de lógica.
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