Alimentação do bebê prematuro
É muito importante controlar a alimentação do bebê prematuro para que ele possa crescer com um ritmo parecido ao dos bebês que ainda estão no útero.
Quando um bebê é considerado prematuro?
Define-se como prematuro o recém-nascido com menos de 37 semanas de gestação, contadas a partir do primeiro dia após a data da última menstruação da mãe.
Embora exista unanimidade quanto à definição de recém-nascido prematuro, há controvérsias para definir os subgrupos de prematuridade. A terminologia usada para os subgrupos é:
- Prematuro extremo: < 28 semanas.
- Muito prematuro: 28 a < 32 semanas.
- Prematuro moderado: 32 a < 34 semanas.
- Prematuro tardio: 34 a 37 semanas.
Alimentação do prematuro
O Comitê de Nutrição da Academia Americana de Pediatria define como uma alimentação ideal para o bebê prematuro aquela que proporciona um crescimento de acordo com os níveis intrauterinos sem submeter as suas imaturas funções metabólicas e excretoras ao estresse.
Os bebês nascidos antes das 34 a 37 semanas geralmente têm dificuldade para se alimentar com a mamadeira ou no peito porque têm dificuldade para coordenar a sucção, a respiração e a deglutição.
Por isso, bebês muito pequenos podem precisar obter alimentação e líquidos por via intravenosa. Conforme forem se fortalecendo, eles podem começar a receber leite materno ou leite de fórmula por meio de uma sonda.
A sonda é inserida no estômago através do nariz ou da boca, o que é chamado de alimentação enteral por meio de sonda nasogástrica. A quantidade de leite é aumentada muito lentamente, especialmente para os bebês muito prematuros. Isso reduz o risco de contrair uma infecção intestinal chamada enterocolite necrosante.
O leite materno
O leite materno é o alimento mais tolerado pelos bebês prematuros, com um esvaziamento gástrico mais rápido e menor retenção do que a alimentação com fórmulas artificiais. É possível que a baixa osmolaridade do leite materno, a sua especificidade de espécie e as suas qualidades defensivas possibilitem a proteção dos bebês prematuros contra a enterocolite necrosante.
Além disso, parece estar comprovado que os bebês prematuros alimentados com leite materno enquanto submetidos ao Método Canguru sofrem menos infecções nosocomiais. Trata-se de crianças que permanecem em contato pele a pele com a mãe o mais rápido possível, continuamente e de forma prolongada.
A mãe secreta imunoglobulinas A, específicas contra os germes da sua pele e contra os germes da área neonatal incorporados por ela, que são os responsáveis pelas infecções nosocomiais.
Composição
A composição do leite materno varia dependendo de se tratar do leite materno de uma mãe cujo bebê nasceu a termo ou o leite materno de uma mãe de um bebê prematuro.
Durante as primeiras 24 semanas, as mães de bebês prematuros secretam um leite cuja composição se adapta às necessidades nutricionais estimadas dos seus filhos. Apenas o seu conteúdo de cálcio (Ca) e fósforo (P) é menor.
Recomenda-se suplementar esse leite a partir das semanas 4-6, quando ele se torna ‘maduro’, por meio do uso de preparações que contenham proteínas e minerais.
Outros suplementos são o cálcio e o fósforo, para minimizar a baixa densidade óssea e o raquitismo bioquímico encontrado nas primeiras semanas de vida nos bebês prematuros alimentados com o leite da própria mãe.
O leite materno é a melhor opção para a alimentação do bebê prematuro.
O leite da mãe do prematuro contém uma série de aminoácidos necessários para o desenvolvimento do sistema nervoso central do bebê. Além disso, também contém uma série de substâncias que fazem com que o seio materno seja classificado como um órgão imunológico.
Ele também contém ácidos graxos de cadeia média e longa que são associados a um QI mais alto. Possui mais colesterol do que o leite ‘maduro’ e muito mais do que as fórmulas artificiais.
Outros fatores importantes na alimentação do bebê prematuro
É fundamental controlar as necessidades hídricas dos bebês prematuros. Esses bebês têm uma maior dificuldade para manter o equilíbrio adequado da água no corpo e podem apresentar desidratação ou hiponatremia.
Alguns bebês precisarão continuar tomando suplementos nutricionais depois de deixar o hospital. Para aqueles que são amamentados, isso pode significar uma ou duas mamadeiras de leite materno fortificado por dia, além de suplementos de ferro e vitamina D.
Alguns bebês precisarão de mais suplementos do que outros. Isso inclui os bebês que não conseguem ingerir um volume de leite suficiente para obter as calorias necessárias para crescer adequadamente.
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