Seu filho tem amigos imaginários? O que fazer?
Os amigos imaginários são companheiros inseparáveis que conhecem todas as travessuras, os segredos e as vontades das crianças.
Eles nunca são falsos e sempre estão dispostos a escutar, consolar e fazer companhia, independentemente do momento ou do lugar em que estiverem.
Amigos imaginários. Uma situação real
Ter amigos imaginários na infância é um fato que às vezes surpreende as famílias.
- Nosso filho se sente sozinho?
- Será que não damos a devida atenção?
- Será que ele tem uma preocupação tão grande que precise buscar um amigo imaginário com o qual dividir esse possível problema?
- Por que ele inventou um amigo imaginário e não procurou uma amigo real, de carne e osso?
São muitos os pais que consideram que se seu filho cria um amigo imaginário é porque alguma coisa ruim está acontecendo com ele ou porque está se sentindo sozinho.
A incerteza de se estão agindo corretamente ou de se a criação que dão para o filho é deficiente os leva a se fazer uma infinidade de perguntas que, na maioria das vezes, somente aumenta o dilema.
Na busca por respostas, os pais se perguntam se é somente o filho deles que têm amigos imaginários ou se se trata de uma tendência das crianças de hoje em dia.
Para esclarecer essas e outras dúvidas, continue lendo este artigo.
O que são os amigos imaginários?
Os amigos imaginários são personagens não reais que vivem na mente das crianças e que aparecem e desaparecem segundo a necessidade de cada uma.
São consequência de algum distúrbio mental?
Não necessariamente. Em geral, é algo normal da infância. Esses personagens costumam surgir na mente das crianças por volta dos 2 aos 8 anos de idade e desaparecem com o tempo.
No entanto, se você desconfia que a chegada dos amigos imaginários na vida do seu filho é algo fora do normal, sempre recomendamos procurar uma ajuda especializada. Você pode procurar um psicólogo infantil porque é ele quem poderá dizer se se trata de algo passageiro ou se é o sintoma de algum distúrbio.
Um amigo imaginário indica criatividade, não é?
Sim. Os amigos imaginários são fantasias que as crianças inventam e sempre que a fantasia existe ela vem acompanhada pela criatividade.
Os amigos imaginários são bonecos que ganham vida, personagens completamente irreais, animais fictícios… Eles podem ter características “físicas” fora do comum e fazer o que mais ninguém consegue.
O que fazer com os amigos imaginários?
Nada. Absolutamente nada. A existência dos amigos imaginários não deve preocupar os adultos. Pelo contrário, pode ser bom para a criança ter um “colega” com o qual brincar e conversar. Se fosse desagradável ou se fizesse mal a si mesmo, a criança não os inventaria.
Os pais devem agir com naturalidade e conversar sobre e com os amigos imaginários, assim como a criança faz. Não é bom que os pais ignorem, rejeitem ou briguem com a criança sempre que ela “trouxer” seus amigos imaginários para a vida real.
Também não é preciso dizer às crianças que esses amigos não existem de verdade e que são fantasias que elas estão inventando.
Os amigos imaginários podem fazer parte da infância. E, como parte do processo de crescimento, devem ser aceitos pelas famílias.
Só é preciso tomar medidas quando a criança quiser, por exemplo, culpar o amigo imaginário por uma travessura que ela mesma fez. Querendo, portanto, escapar das suas responsabilidades.
Quando os amigos imaginários são motivo de preocupação?
Como já comentamos anteriormente, cada família, por intuição, pode desconfiar que a situação está um pouco fora do comum. Nesse caso, o ideal é buscar uma ajuda especializada.
Então, é preciso conversar com a criança ou consultar um psicólogo quando:
- A criança conversar com o amigo imaginário sobre temas recorrentes que não estão de acordo com a sua idade, como por exemplo, a morte.
- A criança quiser passar mais tempo com o amigo imaginário do que com os amigos reais.
- O amigo imaginário “tiver” ideias ruins e sempre quiser fazer travessuras que coloquem em perigo a vida da criança.
- A criança não tiver amigos reais ou não souber se relacionar com as crianças da creche ou da escola.
Incidência de amigos imaginários
Aproximadamente, metade das crianças do mundo, em algum momento das suas vidas (seja por períodos prolongados ou em situações pontuais), já tiveram um amigo imaginário.
Algumas criam um amigo imaginário que as acompanham em todos os momentos, enquanto outras inventam amigos para brincar. Ainda há um terceiro grupo cria amigos e, logo em seguida, se esquece deles.
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