Os antibióticos funcionam contra os vírus?

Os antibióticos não funcionam contra todos os microrganismos. Eles devem ser usados apenas em casos de infecções bacterianas, mas é necessário evitar o uso abusivo.
Os antibióticos funcionam contra os vírus?

Escrito por Equipo Editorial

Última atualização: 28 janeiro, 2021

Muitos de nós, preocupados com a saúde dos nossos filhos, procuramos o pediatra várias vezes ao longo do ano por causa de infecções na garganta. Geralmente, esperamos que sejam prescritos antibióticos para acelerar a recuperação e ficamos desapontados ao ver que só recebemos orientações médicas. Isso ocorre porque os antibióticos não funcionam contra os vírus?

O que são os antibióticos?

Os antibióticos começaram a ser prescritos no início dos anos 40 do século passado para combater infecções bacterianas.

Geralmente, eles são eficazes para matar bactérias ou impedir a sua reprodução, ajudando, assim, o nosso sistema imunológico a combater melhor as doenças. São, portanto, uma ferramenta de reforço para os casos em que as defesas naturais do corpo são insuficientes.

Os antibióticos foram descobertos por acaso, em 1928, por Alexander Fleming, que observou os efeitos de uma substância produzida pelo fungo Penicillium notatum, a penicilina.

O seu laboratório quase sempre estava desarrumado e, quando ele se preparava para jogar fora algumas culturas bacterianas, observou que um fungo havia crescido nelas e que as bactérias tinham sido eliminadas por ele.

O que são os vírus e as bactérias? Eficácia dos antibióticos

Para entender como os antibióticos funcionam e verificar a sua eficácia contra os vírus, precisamos conhecer os microrganismos que eles atacam. Vírus ou bactérias?

Riscos do uso abusivo de antibióticos

As bactérias são microrganismos unicelulares procariotas, microscópicos e sem núcleo. Elas geralmente são classificadas de acordo com o seu formato em: cocos, bacilos, vibriões ou espirilos.

Entre elas, encontramos algumas que são benéficas para o homem, tais como o gênero Lactobacilus, e outras extremamente prejudiciais, como a Mycobacterium tuberculosis, por exemplo.

Por outro lado, os vírus são agentes infecciosos que precisam de outro ser vivo para a sua reprodução e, portanto, não podemos considerá-los seres vivos. É precisamente essa característica de seres acelulares que os torna imunes aos antibióticos.

Certamente, ambos causam infecções, mas se tratam de dois tipos muito diferentes de microrganismos. E é por causa das suas diferenças estruturais que os antibióticos funcionam contra as bactérias, mas não contra os vírus.

Os antibióticos não funcionam contra os vírus

A maioria das infecções infantis é viral, portanto, só podemos amenizar os sintomas da doença, mas não podemos curá-la com antibióticos. Os vírus produzem doenças, em geral, mais benignas do que as bactérias, tais como resfriados, sarampo, bronquite, catapora e a maioria das anginas e gastroenterites.

Por outro lado, as bactérias causam doenças infecciosas muito mais graves, tais como rubéola, pneumonia ou otite. No entanto, existe um pequeno grupo de doenças que podem ter origem tanto viral quanto bacteriana: a angina, a conjuntivite e a meningite.

Para identificar a origem da infecção, o pediatra pode fazer um exame clínico no seu consultório e, caso não tenha certeza, também pode solicitar ao laboratório uma cultura para confirmar o diagnóstico e verificar se a prescrição de antibióticos é conveniente.

Riscos do uso abusivo de antibióticos

A organização KidsHealth nos alerta que tomar antibióticos para infecções virais é inútil contra esse tipo de doença. Além disso, pode produzir tanto efeitos colaterais quanto resistência diante de possíveis infecções bacterianas no futuro.

vírus e bactérias

A administração de antibióticos de forma contínua causa alterações no material genético bacteriano, bem como no de outros microrganismos patogênicos. Como consequência, tais patógenos desenvolvem resistência contra a medicação convencional, tornando-se imunes. Isso é conhecido como resistência bacteriana ou resistência a antibióticos.

Atualmente, essa resistência está bastante disseminada e a comunidade médica se refere a esses microrganismos como superbactérias.

De fato, é necessário usar antibióticos muito potentes e perigosos em alguns casos, com efeitos colaterais graves. Um exemplo disso são as infecções causadas por pneumococos (pneumonia), meningococos (meningite) ou bactérias hospitalares.

Lembre-se…

Os antibióticos não funcionam contra os vírus porque são formas acelulares. Eles combatem apenas as bactérias e outros microrganismos patogênicos. O uso abusivo cria bactérias super resistentes e, além disso, também pode acabar com aquelas que são benéficas para o nosso corpo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) listou a resistência a antibióticos como um problema de saúde pública que requer medidas urgentes. Para esse fim, em 2015, a Assembleia Mundial da Saúde aprovou um plano de ação que inclui:

  • Aumentar a conscientização da população sobre o uso indevido.
  • Fortalecer a pesquisa e a vigilância.
  • Reduzir a incidência de infecções.
  • Otimizar o uso de medicamentos antimicrobianos.

“Às vezes, o remédio causa a doença.”

-Baltasar Gracián-


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  • Ben-Joseph, E.P. (septiembre 2015). El peligro de abusar de los antibióticos [artículo en web especializado]Recuperado de: www.kidsheatlh.org
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  • OMS. (5 febrero 2018). Resistencia a los antibiótico). Recuperado de: www.who.int/es

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