8 coisas que os pais podem fazer para prevenir o suicídio
O suicídio é um evento que devasta emocionalmente famílias inteiras. E, embora a perda seja sempre dolorosa, quando se trata de uma criança ou jovem, o sofrimento pode ser ainda maior. Nestas fases, o ambiente familiar desempenha um papel crucial na educação e apoio na vida de crianças e jovens. Por esse motivo, queremos compartilhar algumas dicas para prevenir o suicídio que os pais podem colocar em prática.
Os números nesse sentido são preocupantes. O suicídio está entre as principais causas de morte no mundo na população infantil e adolescente. Além disso, estima-se que 2% das crianças tenham pensamentos suicidas. Esse número até triplica e chega a 6% ao chegar à adolescência. Para evitar que a tragédia ocorra, uma série de medidas devem ser tomadas a partir do ambiente mais próximo.
O que os pais podem fazer para prevenir o suicídio?
Antes de mais nada, é preciso saber que na maioria dos casos o suicida não quer morrer, mas sim deixar de viver em sofrimento. Embora certos transtornos mentais possam precipitar o suicídio impulsivo, a verdade é que geralmente é o desespero sustentado que leva a esse ato.
Quando as circunstâncias externas são muito adversas, dolorosas e exigentes, se a pessoa não tem capacidade para enfrentá-las, o suicídio parece ser a única saída. Diante disso, a prevenção deve se concentrar tanto nas condições de vida quanto nos recursos e ferramentas pessoais que os menores possuem. Os seguintes passos podem ser fundamentais:
1. Cuidar da saúde mental de crianças e adolescentes
Estigmatizar os cuidados de saúde mental pode custar vidas. Muitas pessoas ainda consideram a terapia uma loucura e que nenhuma criança tem um problema grande o suficiente para precisar desse tipo de ajuda. Mas a verdade é que entre 15 e 25% dos menores sofrem de algum transtorno psicológico. Além disso, verificou-se que 9 em cada 10 crianças e jovens que tiram a própria vida sofrem de um transtorno mental.
Por isso, é fundamental cuidar da saúde emocional dos menores e buscar ajuda assim que necessário. Se seu filho mostrar sinais de ansiedade, apatia, depressão ou qualquer outro sofrimento mental, não assuma que é algo insignificante e temporário. É preciso dar a importância que merece e buscar apoio.
2. Ficar atento aos sinais
Mesmo que não sofram de nenhum transtorno mental, os jovens costumam apresentar sinais de ideação suicida antes de cometer o ato. Muitos pais minimizam essas expressões ou simplesmente ficam chocados e evitam falar sobre isso, mas é fundamental fazê-lo.
Pergunte abertamente sobre isso, crie um espaço seguro no qual seus filhos possam expressar o que pensam e sentem sem medo de julgamento e com a certeza de que receberão apoio. Não pense que suas expressões em relação ao suicídio são apenas uma forma de chamar a atenção.
3. Validar e acompanhar as emoções dos menores
Lembre-se de que na adolescência a intensidade emocional é muito alta. Nesta fase, tudo é ampliado e qualquer acontecimento diário pode impactar e afetar muito os jovens. Embora o problema pareça insignificante para um pai, é essencial que você valide as emoções de seus filhos. Ouvir seus problemas e dificuldades, apoiá-los e, acima de tudo, ensiná-los a gerenciar esses estados emocionais que transbordam é fundamental.
4. Criar laços familiares fortes
A família é um pilar fundamental durante a infância e também na adolescência. Relações familiares complicadas, conflitantes ou fracas podem causar privação e sofrimento nas crianças. Portanto, cultive um vínculo estreito de amor, respeito e confiança com seus filhos. É importante que a comunicação seja saudável e fluida, que o tempo em família seja abundante e nutritivo e que a paternidade seja democrática. Isso pode ser um ótimo fator de proteção.
5. Promover relacionamentos sociais saudáveis
As relações com o grupo de pares também desempenham um papel muito importante, especialmente na adolescência. O bullying é um dos fatores que mais contribuem para o suicídio de jovens. Em vez disso, ter uma forte rede de apoio pode amortecer o estresse nesta fase da vida. Pela mesma razão, garanta que seu filho tenha um ambiente social amplo e saudável.
6. Promover um estilo de vida saudável
Descansar o suficiente, manter uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos regularmente são aspectos a serem observados. Estes têm uma influência importante no humor e promovem uma melhor saúde mental e emocional. Portanto, tente incutir um estilo de vida saudável em seus filhos desde a infância e cuide para que eles o mantenham à medida que crescem.
7. Educar em inteligência emocional
Como dissemos, é fundamental que as crianças e os jovens tenham recursos para enfrentar as adversidades que possam surgir em suas vidas. É natural que, pela sua imaturidade cognitiva e emocional e pela sua inexperiência, nem sempre saibam como reagir da melhor forma. Por isso, a educação emocional deve ser trabalhada desde a infância. Ensinar a compreender e processar suas emoções, a estabelecer limites, a se comunicar e a ter uma autoestima sólida são tarefas essenciais.
8. Procurar ajuda profissional para prevenir o suicídio
Por fim, é importante lembrar que não cabe inteiramente aos pais prevenir o suicídio. Mesmo a criança mais saudável, amada e com mais recursos pode ficar sobrecarregada ou ter pensamentos suicidas. Portanto, é de vital importância recorrer aos profissionais diante de qualquer sinal ou indício. Eles podem não só intervir junto do menor, como também orientar os pais para que acompanhem o percurso de recuperação dos seus filhos.
O que os pais podem fazer para prevenir o suicídio?
O diálogo, a escuta e o acompanhamento das crianças e adolescentes são fundamentais para a construção de um vínculo de confiança em que os menores se sintam seguros para recorrer aos pais quando precisarem de ajuda. Devemos prestar atenção especial e agir com base nos sinais que observamos, em vez de ignorá-los pensando que é um problema menor. Lembre-se de que você sempre pode contar com um profissional para ajudar seu filho. Ele pode, inclusive, dar algumas orientações para você saber como agir nesses casos.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Navarro-Gómez, N. (2017). El suicidio en jóvenes en España: cifras y posibles causas. Análisis de los últimos datos disponibles. Clínica y Salud, 28(1), 25-31.
- Suicidios en adolescentes en España: factores de riesgo y datos. (2022, 8 febrero). Save the Children. Recuperado de https://www.savethechildren.es/actualidad/suicidios-adolescentes-espana-factores-riesgo-datos#:%7E:text=En%20una%20encuesta%20de%20nuestro,entre%2013%20y%2016%20a%C3%B1os.
- 12 cosas para prevenir el suicidio que los padres pueden hacer. (s. f.). HealthyChildren.org. Recuperado de https://www.healthychildren.org/Spanish/health-issues/conditions/emotional-problems/Paginas/ten-things-parents-can-do-to-prevent-suicide.aspx