Como manter as crianças seguras na internet

A internet é um excelente recurso para as crianças, uma vez que pode ajudá-las com o dever de casa, tem espaços para jogar on-line enquanto aprendem e muitos outros recursos interessantes. Mas é importante não nos esquecermos da segurança na rede.
Como manter as crianças seguras na internet
María Alejandra Castro Arbeláez

Revisado e aprovado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Escrito por Azucena Fernández

Última atualização: 27 janeiro, 2023

Um dos maiores desafios que os pais enfrentam atualmente é conseguir fazer com que as crianças estejam seguras na internet. Desde cedo, há crianças que têm seus próprios tablets, smartphones e até mesmo seus próprios computadores. Portanto, é cada vez mais difícil saber qual conteúdo elas estão acessando e com quem estão se comunicando na rede.

As crianças de hoje em dia são nativas digitais. Elas cresceram com a internet e não sabem como era a vida sem ela. De fato, elas se sentem totalmente confortáveis com a tecnologia. Para elas, usar um mouse ou uma tela touch screen para navegar é algo tão básico quanto aprender a ler e a escrever.

Então , vamos falar sobre quais são os perigos da internet e como podemos proteger as crianças deles. A maioria das dicas é, acima de tudo, bom senso. Mas também há alguns ajustes mínimos que podem ser feitos para limitar o conteúdo e os aplicativos disponíveis em um telefone, tablet ou computador.

Estudo sobre a segurança das crianças na internet

Um estudo recente do Oxford Internet Institute (OII) da Universidade de Oxford, na Inglaterra, no qual um grupo de 515 crianças de 12 a 15 anos foi entrevistado sobre as suas experiências na internet, expõe os seguintes resultados:

  • 14% tiveram uma experiência on-line negativa no último ano.
  • 8% foram contatados por estranhos.
  • Quase 4% encontraram alguém que pretendia fingir ser outra pessoa.
  • 2% encontraram conteúdo sexual que fez com que se sentissem desconfortáveis.
  • E 3% viram algo que os assustou.
Jogos on-line e crianças seguras na internet

Filtros parentais: sim ou não

A grande maioria dos pais dessas crianças entrevistadas (90%) ou não sabia quais filtros parentais poderiam usar ou não os usavam. Além disso, os filtros mal utilizados podem estar retornando falsos positivos que podem deixar as crianças mais vulneráveis.

O OII sugere que, em vez de usar filtros parentais (segundo o OII, eles deverim ser desativados), o que precisamos é educar as crianças adequadamente. Pesquisas futuras sobre a segurança das crianças on-line devem examinar cuidadosamente o valor dos filtros a longo prazo e verificar se protegem os jovens em uma faixa etária mais ampla.

No fim das contas, optar por seguir o caminho do controle parental ou optar por trabalhar em uma melhor educação na internet depende dos pais como educadores. Qualquer que seja a idade das crianças, é importante mantê-las seguras na internet.

É necessário estabelecer regras para manter as crianças seguras na internet

Embora pareça que, às vezes, as crianças saibam mais do que os pais sobre o uso da Internet, é nossa responsabilidade garantir que elas estejam protegidas das áreas que representam um perigo para elas. Como dissemos antes, o senso comum tem um papel mais importante do que geralmente se acredita.

Para começar, é aconselhável não permitir que as crianças usem qualquer dispositivo (notebook, tablet ou smartphone) sozinhas no quarto. Pedir para que sejam utilizados em uma área comum afasta a maioria das atividades inadequadas.

Falar com elas

Além disso, é fundamental conversar com cada criança. É preciso explicar, de uma forma apropriada para a idade, os perigos reais que a internet pode acarretar para elas e qual é a razão pela qual elas não podem usar os aparelhos sozinhas no quarto.

Também é importante incentivá-las a nos avisar com confiança quando virem algo que as perturbe ou incomode. Mesmo quando se tratar simplesmente de algo que não era esperado.

É necessário pedir que elas nos avisem se receberem mensagens ou e-mails ameaçadores ou que provoquem medo. Dessa forma, podemos acabar com o problema adicionando o endereço do remetente a uma lista de bloqueio do programa de e-mail que estivermos usando.

Esclarecer as coisas antes do contato com a rede para manter as crianças seguras na internet

Certamente, devemos esclarecer o que é aceitável on-line e o que não é. Isso deve ser decidido por nós como pais. Não podemos esperar que as crianças saibam que estão fazendo algo errado se não tivermos estabelecido limites expressos.

Um exemplo disso pode ser dizer que elas não podem baixar aplicativos ou arquivos sem a nossa permissão. Assim como não devem compartilhar um arquivo com alguém sem o nosso consentimento.

Temos que decidir quais programas de mensagens instantâneas elas poderão usar: WhatsApp, Telegram, etc… Peça também que elas não respondam a e-mails não solicitados e que não se registrem em contas gratuitas sem que possamos verificar se não há nenhum problema.

Jogos on-line e crianças seguras na internet

Quando falamos de crianças seguras na internet, geralmente nos concentramos nos problemas que podem ser encontrados nas redes sociais; tais como Snapchat, Facebook e Instagram (embora elas nem devessem ter contas se não tiverem 13 anos).

Além disso, pesquisas recentes dos laboratórios de segurança da Kaspersky descobriram que os jogos on-line também devem ser uma fonte de preocupação.

“Em um estudo com crianças de 11 a 16 anos, a Kaspersky descobriu que 38% das crianças havia conhecido pessoas que fingiam ser outras pessoas em plataformas de jogos on-line. Da mesma forma, 23% receberam perguntas pessoais suspeitas enquanto estavam online.”

A estatística mais preocupante foi que 20% das crianças entrevistadas disseram que achavam adequado conhecer pessoas da plataforma na vida real. Além disso, também sabemos que quase um terço das crianças respondeu que seus pais não sabiam com quem elas estavam conversando enquanto jogavam on-line.

Existem alguns programas que permitem controlar a atividade das crianças na internet (Qustodio é um deles). Se decidirmos usá-los, devemos informar às crianças que estamos fazendo isso. Pode ser muito prejudicial para a confiança de uma criança descobrir por si mesma que estamos monitorando os seus movimentos de maneira secreta.

Como manter as crianças seguras na internet

O Facebook e as crianças

Quando se fala de conteúdo no Facebook, quase tudo vale. Não há filtros para restringir o conteúdo, pois o que aparece no nosso feed de notícias depende dos amigos que temos. No Facebook, podemos ensinar a bloquear usuários e aplicativos individuais nas opções de configurações.

Mas, insistimos que a idade mínima para ter uma conta no Facebook é de 13 anos. Ou seja, esta não é uma rede social criada para crianças.

Muitos dos pacotes de softwares de segurança familiar atualmente disponíveis geralmente incluem recursos de mídia social (por exemplo, ‘Guardian Kids’). Então, se o nosso filho é um usuário regular do Facebook, devemos pesquisar essas opções.

Concluindo…

Certamente, o mais importante para manter as crianças seguras na internet não é procurar por ferramentas de controle parental muito sofisticadas ou fazer grandes investimentos.

De fato, o que funciona melhor é sempre falar com elas e orientá-las, para que assim elas sintam que podem confiar em nós e que fazemos as coisas pensando no seu bem, não por querer controlá-las.


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