Como podemos explicar o método científico às crianças?
Pode ser que a curiosidade tenha matado o gato, mas, por sermos animais curiosos, chegamos onde estamos. A nossa capacidade de observação nos levou a formular as mais incríveis teorias sobre o cosmos, o ser humano, etc. Porém, o caminho que percorremos até aqui deve ser bem demarcado, caso contrário, não saberemos se nossos resultados são fruto do acaso ou representam a realidade, daí a importância de explicar o método científico.
Ao longo da história, a abordagem científica variou muito: empírica, racionalista, indutivista…, bem como as realidades sociais. A forma como o método científico é explicado e como o abordamos e aplicamos influenciará posteriormente na interpretação dos resultados pelo pesquisador. Mas o que é o método científico e por que ele sempre é objeto de debate?
O que é o método científico?
O método científico é o conjunto de etapas e procedimentos que os cientistas utilizam para dar uma resposta fundamentada aos processos que observamos, tanto nas realidades naturais como sociais, a fim de formular leis para a compreensão dessas realidades.
Desde a Grécia Antiga, e já na Mesopotâmia, os fóruns de discussão eram o lugar onde os estudiosos trocavam seus pontos de vista e as conclusões a que haviam chegado após árduos processos de pesquisa. É, portanto, impossível saber a quem devemos atribuir o método científico, visto que é parte própria da ciência e, portanto, do ser humano.
Embora os seres humanos tenham divagado muito — e com ele a ciência — e tenha havido muitas discrepâncias entre eles, parece que nos passos a seguir eles concordam, embora não em sua ordem. Alguns cientistas partem da premissa de que o método é cíclico e pode ser iniciado a qualquer momento. No entanto, vamos escolher a rota linear para explicar o método científico às crianças de uma forma simples.
Etapas do método científico e como explicá-lo
Explicar o método científico pode ser tão simples quanto imaginar que somos os melhores farejadores da cidade, que não existe outro pesquisador como nós. E como cães velhos que somos, temos os nossos truques para não perdermos nada, mas acima de tudo o que nos torna excepcionais é que somos muito, muito minuciosos.
O método científico começa quando o pesquisador, o cientista, questiona um fato que observa. A partir daí, seguiremos sempre esse mesmo roteiro e tentaremos estar abertos a qualquer possibilidade.
- Observação: microscópio, lupa ou telescópio em mãos (dependendo do momento ou da situação) analisaremos cuidadosamente as pistas e os fatos do nosso evento. É muito importante levar sempre lápis e papel para fazer anotações.
- Formulação da hipótese: uma hipótese é uma ideia prévia do que pode ter acontecido e como o fenômeno ocorreu.
- Experimentação: agora devemos verificar se nossa explicação está correta, para isso desenharemos um experimento para testá-la.
- Organização e análise dos dados: organizaremos todos os dados que obtivemos na nossa experiência em tabelas e gráficos que facilitam a sua interpretação.
- Conclusões: nesse ponto, duas coisas podem acontecer. O experimento confirma a hipótese? Se a resposta for não, teremos que voltar ao ponto 3 e pensar em um novo experimento, mas se a resposta for sim…
- Comunicação: já temos nosso culpado. Só nos resta apresentar um relatório com as nossas conclusões.
E como disse Sherlock Holmes:
“Elementar, caro Watson. Não há nada mais enganoso do que um fato óbvio.”
Conclusões a esse respeito
Atualmente, nas escolas e faculdades, principalmente nas disciplinas de ciências, nossos filhos aplicam o método científico sem nem perceber. Qualquer pequeno trabalho de pesquisa que eles tenham que fazer para realizar uma tarefa já envolve o uso do método, mesmo que seja de maneira inata.
A sua aplicação na vida diria que fomenta as suas capacidades racionais e analíticas, bem como os obriga a ter de se expressar de forma clara e concisa, melhorando as suas competências linguísticas. Além disso, o fato de ter que refutar a teoria os ajuda a fazer uma autocrítica de seu próprio trabalho e a verbalizar suas próprias conclusões, embora a palavra nem sempre seja lei.
“O pensamento é como uma torre, é preciso construí-la passo a passo.”
-EU. Vygotsky-
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