Crianças que perturbam os outros: o que fazer?
A infância se caracteriza por liberdade, energia e espontaneidade. As crianças agem de acordo com seus impulsos e desejos, sem refletir muito sobre como suas ações podem afetar os outros. E isso é normal. No entanto, se certos limites forem ultrapassados, isso pode gerar rejeição em outras pessoas e criar problemas nas relações interpessoais. Por isso, é importante saber orientar e estabelecer limites para as crianças que perturbam muito os outros.
O egocentrismo infantil faz parte do processo de desenvolvimento. Nos primeiros anos de vida, os pequenos não conseguem se colocar no lugar do outro nem contemplar uma perspectiva diferente da sua. Isso pode levá-las a irritar as outras pessoas para se entreter, ganhar atenção ou assumir o controle da situação. Elas não agem por mal, simplesmente estão explorando o mundo e aprendendo a se relacionar, mas é importante que os adultos respondam a essas manifestações.
Como agir com as crianças que perturbam os outros?
Como mencionamos, em princípio não é preocupante que uma criança tenha certos comportamentos irritantes ou imprudentes. No entanto, se não a ajudarmos a desenvolver empatia e habilidades sociais, ela pode se tornar uma pessoa rude, ofensiva ou agressiva. Para evitar que isso aconteça, recomendamos que você implemente as seguintes orientações de educação na sua casa.
Oferecer atenção e estímulos
Às vezes, o que acontece não é que as crianças perturbem, mas que os adultos tenham expectativas irrealistas em relação a elas. Dependendo da idade da criança, não podemos esperar que ela permaneça sentada, parada e em silêncio por longos períodos de tempo. Sua mente curiosa e inquieta precisa de atenção e estímulo que, se não forem recebidos, provavelmente vão levar a criança a colocar em prática comportamentos inadequados, como gritar, interromper ou bater.
Certifique-se de compreender as necessidades do seu filho e atendê-las sempre que possível. Dessa forma, ele não vai precisar perturbar para ser visto.
Promover uma autoestima saudável
Uma autoestima inadequada pode levar os pequenos a implicar com os mais fracos para reforçar sua própria confiança. Atacar os irmãos ou colegas de classe é um comportamento inaceitável, mas geralmente é motivado pelas deficiências emocionais da criança. Assim, fortalecer a autoestima do seu filho o ajudará a se sentir válido, valioso e seguro. Então, a partir desse ponto, ele poderá se relacionar de forma saudável e respeitosa com os outros.
Fomentar a empatia
Como já afirmamos, devido ao próprio processo de amadurecimento, as crianças não são capazes de se colocar naturalmente no lugar do outro, pois sua perspectiva é a única que elas levam em consideração. No entanto, os adultos podem ajudá-las a desenvolver a empatia.
Se o seu filho está sendo hostil, diga a ele como seu comportamento está afetando os outros, explique como isso faz os outros se sentirem e o incentive a pensar sobre como ele se sentiria no lugar das outras pessoas. Essa simples consciência pode ajudar a melhorar seu comportamento.
Desenvolver habilidades sociais
As habilidades sociais são essenciais ao interagir com outras crianças e também com os adultos. Desde as boas maneiras até saber fazer solicitações, negociar ou resolver conflitos, essas habilidades ajudam as crianças a se desenvolver facilmente e com sucesso em suas interações. Sem elas, é muito mais provável que os pequenos recorram à agressividade e a comportamentos inadequados para atingir seu objetivo.
Estabelecer limites
O ponto anterior pode ajudar a evitar que as crianças perturbem os outros, mas se apesar de tudo o fizerem, é imperativo estabelecer limites. Elas devem saber que certos comportamentos ou comentários são inaceitáveis e têm consequências. Explicar os motivos e tornar as regras claras para elas as ajudará a segui-las e entendê-las.
As crianças que perturbam os outros têm problemas sociais
Ensinar as crianças a se comportar adequadamente não é apenas uma questão de não perturbar os outros. Por exemplo, não se deve agredir outras crianças nem importunar os adultos. Além disso, é um benefício importante para elas mesmas.
Como seres sociais, ter relações harmoniosas e satisfatórias nos ajuda a ser mais saudáveis e felizes, e uma criança que não sabe se comportar experimentará a rejeição dos outros. Portanto, ensine seu filho a levar os outros em consideração, assim como a cooperar e negociar, e você estará oferecendo a ele ferramentas extremamente valiosas.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Gimeno Morales, M., & Galbe Sánchez-Ventura, J. (2015). Trastorno por déficit de atención e hiperactividad:¿ incrementa su prevalencia o se promueve su diagnóstico?. Pediatría Atención Primaria, 17(65), e95-e98. https://scielo.isciii.es/scielo.php?pid=S1139-76322015000100024&script=sci_arttext&tlng=en
- Estévez López, E., Martínez Ferrere, B., & Musitu Ochoa, G. (2006). La autoestima en adolescentes agresores y víctimas en la escuela: La perspectiva multidimensional. Psychosocial Intervention, 15(2), 223-232. https://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1132-05592006000200007