Desempenho escolar: o que fazer como pais?
Certamente, um dos questionamentos mais comuns dos pais que têm filhos em idade escolar é o desempenho escolar e o que fazer a respeito disso.
Isso acontece porque durante anos permaneceu no imaginário coletivo a ideia de que a criança deve ser punida se tirar notas ruins.
Ou que uma nota excelente deve ser recompensada com presentes ou, ainda, que o professor é o único responsável pelo ensino acadêmico de nossos filhos.
Mas todos esses lugares comuns passaram da data de validade. A realidade é muito mais complexa.
Existem nuances que influenciam cada situação e cada indivíduo é único. Portanto, seus processos de aprendizagem podem ser particulares e complexos.
Abaixo, daremos algumas ideias que podem ser úteis ao conversar com nossos filhos sobre seu desempenho escolar. Além disso, elas também nos permitem ter um papel ativo no processo de ensino.
Desempenho escolar: o que podemos fazer?
1-. Entender os sinais e usá-los a nosso favor
A primeira coisa que devemos ter em mente em relação a notas boas ou ruins é que elas fornecem uma boa oportunidade para conhecer nossos filhos: seus pontos fortes, suas fraquezas e motivações.
A partir daí, podemos reforçar a aprendizagem deles e incentivá-los a fazer o que mais gostarem.
Notas baixas ao longo de um período ou uma etapa escolar não significam necessariamente um reflexo de uma incapacidade de aprendizagem permanente.
Muitas crianças têm habilidades para estudar matemática. Outras, por outro lado, têm inclinações para escrever, memorizar ou aprender a língua. O mesmo vale para temáticas como esportes ou atividades artísticas.
Se nos lembrarmos de nossa própria infância, certamente nos lembraremos de como sentíamos uma inclinação natural para alguns assuntos mais do que para os outros. Muito provavelmente, isso tenha nos levado a escolher a profissão que temos hoje.
Da mesma maneira, embora tenhamos inclinações naturais para determinadas áreas em particular, isso não significa que não possamos aprender corretamente o conteúdo necessário para passar em determinada matéria.
Daí vem a ideia de que, com o conhecimento prévio sobre as inclinações de nossos filhos, podemos oferecer o apoio acadêmico e emocional de que precisam para que possam passar em todas as matérias de maneira satisfatória.
“Notas baixas ao longo de um período ou uma etapa escolar não significam necessariamente o reflexo de uma incapacidade de aprendizagem permanente”
2.- Acompanhamento escolar
Como apontamos anteriormente, um dos lugares comuns que foram eliminados é aquele que diz que a responsabilidade pela aprendizagem é toda do professor.
Portanto, se não formos parte ativa da educação de nossos filhos, não seremos capazes de vê-los desenvolver plenamente suas capacidades.
Por essa razão, partimos da ideia de que uma boa comunicação com os filhos e a observação atenta de seu histórico escolar nos permitirão usar as ferramentas adequadas para melhorar sua aprendizagem.
Uma vez que essas duas ações sejam realizadas, podemos nos concentrar no acompanhamento escolar.
- Se for possível, procure um tutor responsável por reforçar a aprendizagem nos temas em que seu filho apresenta um desempenho escolar insatisfatório. Se isto não for possível, peça ao professor para indicar algumas leituras ou exercícios extras que poderão ajudar seu filho a entender os conteúdos por meio de exemplos.
- Estudem juntos. Reserve pelo menos meia hora por dia para ler, revisar ou fazer algum exercício da matéria na qual ele tem dificuldade. Certamente, seu filho se sentirá apoiado. Além disso, você também poderá identificar de onde vem a raiz de suas dificuldades. Pode ser muito útil criar um plano de estudos para ele.
- Forneça os meios ou instrumentos para sua aprendizagem. Por exemplo, livros, calculadoras ou qualquer instrumento que permita executar corretamente suas tarefas. Se você não tiver recursos, pode levá-lo a uma biblioteca. Também é importante que você forneça um espaço confortável para que ele possa estudar.
3.- Apoio emocional
Vamos dar ênfase a esta área porque, acredite ou não, é a maior motivadora da desmotivação quando se trata de desempenho escolar.
- Não grite ou critique caso seu filho reprove em uma matéria. Alguns pais acreditam que, se repreenderem seus filhos, eles mudarão magicamente suas notas. Entretanto, muitas crianças nem sequer têm a maturidade emocional necessária para entender a situação.
- Não compare seu desempenho com o dos irmãos ou colegas. Ensine, ao contrário, que cada indivíduo é único, que sua experiência de aprendizagem não precisa ser a mesma que a de outros e que uma nota não é reflexo de inferioridade de forma alguma.
- Nunca o faça estudar como punição. Pais que trancam o filho em uma sala para estudar, como método de punição, criam na criança um condicionamento negativo. Ela vai relacionar a aprendizagem com algo ruim e chato. Portanto, vai querer ficar longe disso.
- Encoraje-o. Ensine desde a infância que, durante nossa vida pessoal e profissional, sempre enfrentaremos dificuldades, mas que o amor, o apoio e a compreensão dos entes queridos nos ajudarão a superar qualquer contratempo.
Por fim, você poderá perceber que a educação de crianças e jovens não acontece apenas na escola.
De fato, os pais são atores fundamentais nesse processo. É por isso que devemos garantir que nossa intervenção seja apropriada.
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