"Divertida Mente", um filme para ensinar inteligência emocional
Mas mamãe, você não precisa se preocupar. Existem vários livros e filmes capazes de ajudar nessa difícil, mas importante tarefa.
Neste artigo, vamos falar sobre um filme realmente útil para ensinar inteligência emocional ao seu filho e entender os mecanismos internos que existem em cada ser humano. Por isso, neste artigo estaremos focados em “Divertida Mente”, produção animada da Disney Pixar.
Esta produção audiovisual chamou muito a atenção de crianças e adultos, sendo também bastante recomendada por psicólogos, já que foca na importância de nossas emoções para uma ótima saúde mental, além de formar nossa personalidade e capacidade de socialização.
Ao mesmo tempo, o filme ressalta a necessidade de quando estivermos em situações difíceis e traumáticas, próprias desta vida multicor e não somente rosa, nos dar tempo para processar o que precisamos enfrentar e simplesmente sentir, tanto o bom como o mau, evitando criar incongruências entre o interior e o exterior.
Do que se trata “Divertida Mente”?
O filme “Divertida Mente” se destaca das demais produções da Disney Pixar por recriar o rol das emoções em nossas ações cotidianas. A historia se centra em Riley, uma menina de 11 anos, idade em que, segundo vários estudos, as emoções positivas diminuem em frequência e intensidade.
Essa menina precisa mudar de cidade devido ao trabalho de seu pai, o que implica deixar para trás sua casa, amigos, atividades, lugares conhecidos e partir somente com suas recordações. Mas a verdadeira historia ocorre no íntimo de Riley e as protagonistas são suas emoções.
Assim, Alegria, Raiva, Tristeza, Medo e Nojinho, emoções básicas de todo ser humano, começam a trabalhar ansiosas a fim de guiar a menina nessa dura transição. No entanto, cada uma delas cumprirá funções muito específicas no comportamento da pré-adolescente.
Ensinar inteligência emocional e muito mais
Contudo, essa tentativa de ensinar inteligência emocional infantil demonstra que os seres humanos não só são compostos de emoções, como também de pensamentos e memória em curto e longo prazo, sonhos, subconsciente, fantasia, pensamento abstrato e personalidade.
Esse filme tem o mérito de esclarecer às crianças que as emoções se encarregam de organizar o pensamento racional. Pois são elas que guiam nossa percepção do mundo, nossas lembranças e, inclusive, todo o juízo moral ao redor do bem e do mal.
Definitivamente, a mensagem do filme não seria outra senão aprender a valorizar positivamente todas as emoções, sem importar o peso que cada uma tenha. O ideal é, então, respeitar e valorizar as emoções por igual, para manter uma personalidade equilibrada.
A importância de todas as emoções
- Alegria. É responsável por manter a protagonista positiva. Celebra seus sucessos, desperta seu otimismo e alimenta seu bom humor. É também a responsável por garantir a repetição de condutas que foram boas ou prazerosas.
- Nojinho. É quem se encarrega de proteger Riley diante de qualquer fator interno ou externo que nos magoe ou faça mal. Em seguida, será quem vai checar se a menina não cheire mal, não come nem bebe algo em mau estado de conservação, não anda por lugares sujos ou malcheirosos e que se vista bem.
- Medo. Tem como função a simples e complexa sobrevivência, decidindo qual é o tênue limite entre o perigo e o seguro. É simples, sem medo não sobrevivemos. Sendo assim, o medo – especialmente nas crianças – é capaz de atuar tanto diante de perigos reais quanto imaginários.
- Raiva. É a responsável por defender nossos entes queridos e, claro, nós mesmos. Por isso, a ira irrompe quando os limites são ultrapassados ou quando a menina se irrita em excesso. Essa emoção também atua diante das injustiças, na qualidade de defensora da integridade e da coerência.
- Tristeza. Mesmo sendo uma emoção à parte das demais, dado que muitos consideram a tristeza como não-útil, já que só atrapalha, isso não é verdade. A tristeza é uma das mais importantes. É um pilar fundamental no crescimento pessoal, já que se encarrega da lembrança de tomarmos um tempo para nós mesmos a fim de pensar e meditar nas mudanças necessárias para encerrar etapas. Ou seja, necessitamos da tristeza para juntar nossas partes que estavam quebradas, depois de estar em farrapos para finalmente nos reintegrar como pessoas.
Uma lição sobre a tristeza
Sem duvida alguma, “Divertida Mente” deixa as crianças com uma lição moral enriquecedora e capaz de ensinar inteligência emocional. Assim, o ensinamento deste filme sugere que não é conveniente esconder nem fugir de emoção alguma.
Não se deve disfarçar a raiva, espantar o medo, inibir a alegria e, menos ainda, afogar a tristeza. O melhor é viver, experimentar e manifestar cada uma delas, pois toda emoção precisa do seu espaço. Por isso, o ideal é que a criança não reprima o choro, a risada, a raiva ou o carinho.
O filme “Divertida Mente” se destaca das demais produções de Disney Pixar por recriar o papel das emoções nas nossas ações cotidianas.
Geralmente, nós temos estigmatizado tanto a raiva quanto a tristeza, acreditando erroneamente que estar triste é ruim ou que o choro é sinal de fraqueza.
A primeira coisa que fazemos é forçar a alegria ou se esquecer de solucionar o problema da criança, impedindo que desfrute e construa sobre sua tristeza.
Sim, as crianças devem tirar proveito da tristeza, essa emoção tão útil e válida como qualquer outra. Pois ela permite que a criança dê lugar a sua dor para refletir, construir e – por que não? – compartilhá-la.
Que a criança não fuja desse mal-estar. É melhor escutar e explicar para seus filhos que eles devem liberar sentimentos e cargas negativas.
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