Ensine seu filho a não guardar rancor
Como pode ser feliz alguém que está cheio de rancor? A vingança é tão doce assim como todos dizem? A pessoa que se deixa dominar pelo rancor é como o peixe que morde o anzol: agora outro o controla. Não seja rancoroso. Mas como conseguir? Ensine seu filho a não guardar rancor. Como? Aqui ajudamos você.
Se pedissem sua opinião você diria que o fogo é bom ou ruim? Pode ser que você responda: “Depende”. Provavelmente você diria que em uma fria noite de inverno em frente a uma lareira, o fogo é bom. Mas esse mesmo fogo, se deixado sem controle, poderia se alastrar rapidamente e queimar toda a casa. Não há dúvidas de que nesse momento você já não pensaria o mesmo.
Algo parecido acontece com as emoções. Quando você as expressa de forma controlada são benéficas e podem ajudar, dentre outras coisas, a estreitar laços com outras pessoas. Mas se você não as controla, elas podem ter um efeito desastroso em você e nos que estão à sua volta. Como você pode ensinar seu filho a não guardar rancor?
O que é o rancor ou o ressentimento?
É uma reclamação ou irritação que surge devido a uma ação ofensiva e que pode durar muito tempo, reaparecendo quando tal ofensa é lembrada. Essa sensação de mal-estar pode dificultar e impossibilitar as relações com quem fez a ofensa. A pessoa que fica ressentida ou guarda rancor chega a acumular sentimentos de vingança ou querer realmente dar o troco. Por isso, sentimos indignação quando somos ofendidos ou irritados de alguma maneira.
Por natureza, nosso sentido de bem e de mal nos faz desejar uma retificação frente a qualquer injustiça. Assim, para os adultos é difícil não guardar rancor. Mas, para as crianças esse sentimento pode ser muito mais prejudicial já que eles estão formando seu caráter, sua personalidade e também estão começando a criar laços de amizade que, por uma ofensa, pode acabar se rompendo facilmente.
Guardar rancor no coração é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra.
A vingança é mesmo doce?
É claro que existem muitas situações nas quais as crianças sentem vontade de se vingar. Como quando elas recebem um insulto, um tapa, um empurrão ou quando são vítimas de maus tratos físicos, roubo ou qualquer outro tipo de injúria na escola.
Como elas reagem quando sofrem tais injustiças? É claro que não queremos que nenhuma dessas situações aconteça com nossos filhos, mas animá-los dizendo frases como “você não pode deixar assim” ou “aqui se faz aqui se paga” não é nada positivo.
Essa forma de pensar somente causa mais dor porque as vinganças costumam provocar uma interminável espiral crescente de violência. Como dizem algumas pessoas, “vingança atrai mais vingança”. Como são verdadeiras essas palavras! Dedicar todas nossas energias a alimentar o rancor nos prejudica enormemente.
“A pessoa que pensa que a vingança é doce deve observar o rosto daquele que viveu consumido pelo rancor durante anos. Sua própria ira o consome. Faz gastar tempo e energia, enquanto segue remoendo suas próprias experiências passadas, jogando maldições contra aqueles que o machucaram e planejando como dar o troco.” -Livro Saber perdoar e viver sem rancores-
Como reagir frente a uma ofensa
- A criança tem o direito de se defender, mas deve evitar as brigas. É preferível orientá-la para que converse com o pai, a mãe ou um professor.
- Às vezes coisas injustas acontecem. Ao invés de ficar se lamentando e se enchendo de frustração, tente esquecer.
- Se o desentendimento é entre irmãos, amigos ou colegas de escola, lembre seu filho de que às vezes ele também ofende alguém ou faz coisas que os outros não gostam. Se ele quer que as pessoas o desculpem, deve saber se desculpar também.
- Ajude seu filho a não levar tudo pelo lado pessoal. O que parece ser uma ofensa proposital pode ser o resultado de um mal-entendido. Ensine-o a ter uma mente aberta quando for vítima de grosserias ou mal criações.
- Ensinar seu filho que perdoar é uma demonstração de amor e de bom caráter e, além disso, poderá deixá-lo mais feliz.
- Demonstre com seu exemplo que você não guarda rancor e que sabe perdoar.
Muitas vezes, quando há qualquer desacordo entre duas pessoas, ambas estão convencidas de que estão com a razão e de que a outra pessoa é quem tem culpa. Como resultado, dois amigos acabam ficando em guerra, por assim dizer.
Brigam com armas silenciosas: um vira as costas quando o outro passa e, se estão em grupo, não se dirigem a palavra. De longe se olham de esguelha ou friamente e com rancor. Quando se falam, conversam bruscamente ou se insultam com palavras que ferem como facadas.
“Não quero falar com essa pessoa nem quero voltar a vê-la”. Se alguma vez você já disse essas palavras sobre alguém, deve tomar medidas imediatas para reparar o dano que você causou e, desse modo, dar um bom exemplo ao seu filho. Lembre-se de que o rancor somente fará com que você perca amizades, causará estresse, angústia emocional e até doenças cardíacas.
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- Jordán, M. E. L., & Medina, M. F. G. (2006). Disciplinar con inteligencia emocional: técnicas para enseñar hábitos y valores en los niños. Ediciones Gamma SA.
- Ortega Ruiz, P., & Mínguez Vallejos, R. (2003). Familia y transmisión de valores. https://gredos.usal.es/handle/10366/71937