O que fazer se meu bebê cair no chão?

Para evitar ferimentos graves em uma queda, o principal é tomar as devidas precauções. Não deixe o bebê sozinho nem por um segundo!
O que fazer se meu bebê cair no chão?
Marcela Alejandra Caffulli

Revisado e aprovado por a pediatra Marcela Alejandra Caffulli.

Última atualização: 27 dezembro, 2022

É provável que a maioria dos pais intua que, quando um bebê cai no chão, isso representa um risco para sua saúde. E a realidade é que essa hipótese é totalmente verdadeira, especialmente quando falamos de bebês muito pequenos.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, as lesões por causas externas (anteriormente conhecidas como “acidentes”) são uma das principais causas de morte e invalidez em todo o mundo.

Estima-se que a cada hora, mais de 100 crianças morram por esse motivo e que em 90% das vezes são eventos não intencionais, traumatismos decorrentes de acidentes de trânsito e quedas.

Qual é o perigo se meu bebê cair no chão?

Quando um bebê cai no chão, isso causa um traumatismo em uma ou mais partes de seu organismo. Isso significa que seu pequeno corpo está sujeito a um brusco excesso de energia, capaz de danificar os diversos tecidos que o compõem.

Como consequência do impacto, são produzidas lesões que variam em sua extensão e gravidade, dependendo de como esse evento ocorreu.

Em geral, as quedas são muito comuns a partir do momento em que o pequeno se move por conta própria. Mas isso não significa que não possam acontecer antes.

As quedas de crianças são um tipo de trauma muito comum e causam um alto percentual de incapacidades entre 0 e 14 anos. (OMS, 2008)

Devido à composição corporal dos bebês, quando eles caem de uma altura normal, costumam bater com a cabeça. Essa lesão é conhecida como traumatismo cranioencefálico e é um dos principais motivos de consulta em prontos-socorros pediátricos.

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O que devo fazer se meu bebê cair no chão?

Dependendo do mecanismo da queda, da idade da criança e do seu estado de saúde após a pancada, pode se definir o risco de ocorrer uma lesão grave.

A primeira coisa a fazer após uma queda é proporcionar à criança os cuidados necessários, para ajudá-la a recuperar seu estado original de saúde. Isso inclui as seguintes medidas:

  • Contenção: pegá-la no colo ou oferecer o que for necessário para acalmá-la.
  • Segurança: removê-la do ambiente de risco, como o chão ou outra superfície inadequada.
  • Alívio: ofereça o peito (pelo seu efeito analgésico), um pouco de frio local na região afetada e algum analgésico indicado pelo seu médico.

Ao mesmo tempo, é importante que os pais avaliem o estado geral da criança após a queda. Com base nessas informações, o pediatra pode estimar o risco da queda e orientar adequadamente os pais.

Aspectos que os pais devem avaliar quando o bebê cai no chão

  • O estado de consciência e comportamento: como o bebê fica depois quando para de chorar: se fica muito irritado, se apresenta sinais de sono ou se está em seu estado normal.
  • O andar: como se move, se está se locomovendo da maneira usual ou se apresenta perda de equilíbrio.
  • Fala: se a criança já tem linguagem oral, é importante avaliar como ela se expressa após a queda.
  • Vômitos: se a criança vomitou uma ou mais vezes nos minutos após a queda.
  • Hematomas ou feridas: é importante determinar o número e a localização das lesões, por isso é apropriado despir completamente a criança para avaliar possíveis cortes, arranhões ou hematomas.
  • Sangramento: em relação ao anterior, localizar o local do sangramento permite entender melhor como foi a queda.
  • Convulsões, desmaios ou desconexão um tempo após a queda.

Outro aspecto a determinar é o mecanismo da queda. Para isso, é fundamental saber onde a criança estava localizada, de que altura ela caiu e como foi encontrada no chão.

Sinais de alerta de queda

A presença de um ou mais desses sinais constitui uma situação de alto risco. Nesse caso, uma consulta urgente é necessária. De acordo com o guia PECARN, esses sinais são:

  • Perda de consciência por pelo menos 5 segundos.
  • Estado alterado de consciência, como agitação, sonolência, fala lenta ou respostas repetitivas sem sentido.
  • A criança apresenta um comportamento diferente do normal.
  • Hematoma na cabeça em um local diferente da testa.
  • Fratura craniana palpável.

Por sua vez, todas as quedas em crianças menores de 3 meses e as que ocorrem de altura superior a 90 centímetros em menores de 2 anos são consideradas de alto risco.

Prevenção de quedas em casa

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Devido ao risco potencial representado por uma queda de altura em um bebê pequeno, é importante evitá-las. Deve-se lembrar que, embora o bebê ainda não esteja rolando ou engatinhando, ele consegue se mover devido ao impulso de suas pernas.

Portanto, nunca é uma boa opção deixá-lo sozinho em uma superfície elevada do solo. Nem mesmo por alguns segundos.

Algumas medidas de prevenção de quedas em casa

  • Não deixe o bebê sozinho em trocadores, camas, poltronas ou outras superfícies altas.
  • Não use almofadas como barreiras de contenção, pois não são seguras.
  • Coloque a criança no berço com grades ou no cercadinho sempre que não puder segurá-la.
  • Se a criança for colocada em uma cadeira de balanço, carrinho ou sistema de retenção, deve estar sempre com cinto de segurança. Você também deve evitar colocar esses itens em cima de uma mesa ou cadeira.
  • Instale portas ou grades nos acessos às escadas da casa.
  • Coloque proteção contra quedas em janelas, terraços e varandas.
  • Instale cercas ao redor das piscinas.
  • Evite usar andadores.

Ao tomar essas precauções, você limita a possibilidade de seu bebê sofrer lesões graves e incapacitantes. Se você tiver dúvidas sobre o assunto, escreva na sua lista de perguntas do pediatra e discuta com ele na próxima consulta.


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