Filmes para trabalhar a perda e o luto com as crianças
No nosso afã por proteger os nossos filhos dos aspectos dolorosos da vida, às vezes, optamos por não falar de certos temas importantes. No entanto, apesar das nossas intenções, cedo ou tarde as crianças terão que encarar situações duras, e é preferível que elas tenham aprendido, da nossa boca, como lidar com elas. Por isso, neste artigo apresentamos para você alguns filmes para trabalhar a perda e o luto com as crianças.
Desde bichos de estimação a parentes mais ou menos próximos, é possível que, em algum momento da infância, os nossos filhos tenham que passar pela experiência da morte de alguém que amamos. Esse é um assunto com o qual, até para os adultos, é difícil lidar.
Além disso, quando não trabalhado de maneira adequada, o luto pode se complicar e causar sérias repercussões. Portanto, devemos ajudar os nossos filhos a entender o fim da vida de um modo adaptativo.
Por que os filmes são úteis para trabalhar a perda e o luto?
O mundo audiovisual é extremamente chamativo para as crianças. Elas ficam absortas, escutando a narração que acompanha esse espetáculo de cores, sons e personagens queridos.
Por isso, os filmes infantis são um valioso recurso para abordar temas importantes com as crianças de uma forma natural. Assim, vão nos permitir escutar as reflexões das crianças e também criar um momento para apresentarmos as nossas.
O filme será um elemento importante de transmissão de valores e aprendizagem de habilidades de confronto, pois o comportamento dos protagonistas vai servir de modelo de como agir e, além disso, vai ajudar as crianças a contarem com um referente quando elas se encontrarem cara a cara com uma situação semelhante.
Filmes para trabalhar a perda e o luto com as crianças
O Rei Leão
Esse clássico da Disney é um dos longas-metragens com uma das mensagens mais sólidas e esperançosas. Após ser testemunha da morte de seu pai, o jovem leão Simba se afasta de sua família, afundado na culpa e na tristeza. No entanto, ao longo da sua travessia pela savana, ele conhecerá a lealdade, o apoio e a amizade. Mas, sobretudo, ele vai descobrir que ninguém morre completamente.
Os valores, as lembranças, os ensinamentos que o seu pai deixou para ele antes de falecer acompanharão o jovem Simba e o guiarão em seu caminho. Por fim, ele vai compreender que o seu pai nunca morreu, pois viverá para sempre no seu coração e nas estrelas. E, então, ele vai achar forças para regressar ao seu lar, junto de quem ama, e construir uma linda vida.
Viva: A vida é uma festa
Com essa fantástica produção, a Pixar traz cores a uma morte geralmente relegada à escuridão. Em muitas das nossas culturas, quando alguém falece, nós nos afundamos em cemitérios cinzentos, roupas pretas e silêncio. Dessa forma, a vida dessa pessoa se transforma em um tabu, do qual não se fala e que gera unicamente dor e incômodo.
Entretanto, por meio de Viva: A vida é uma festa, somos convidados a voltar a reunir a vida e a morte (como um todo indissolúvel) e a celebrar esta última com afeto e agradecimento pelo tempo compartilhado com quem amamos.
O filme reflete a arraigada tradição mexicana do Dia dos Mortos, no qual são decorados altares e são dedicadas oferendas àquelas pessoas queridas que partiram para o outro mundo. Ele nos fornece uma visão colorida e vital da perda e, além disso, apresenta o luto como um processo compartilhado e expressado, em vez de um lugar escuro, silencioso e solitário.
Up – Altas aventuras
Nesse filme, somos apresentados, por meio do personagem de Carl, à desolação que podemos chegar a sentir quando perdemos alguém que amamos. Após a morte de sua esposa, Carl sente que a sua vida também já terminou completamente.
Desse modo, ele está triste, sozinho e perdido. Ele se transforma, portanto, em uma pessoa solitária e irascível, que lida com uma casa cheia de recordações às quais ele se apega fortemente. No entanto, quando ele menos espera, Russell aparece na sua vida para mostrar que vale a pena seguir em frente.
Por meio desse novo vínculo que o idoso estabelece com a animada criança de oito anos, Carl poderá, por fim, reacomodar a perda da sua esposa e se libertar dela. Ele vai compreender que o amor incondicional que eles tiveram nunca desaparecerá, e que ele pode continuar vivendo.
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