O jogo simbólico para crianças com autismo

As crianças com autismo geralmente têm problemas para desenvolver o jogo simbólico. A seguir, vamos falar mais sobre esse assunto.
O jogo simbólico para crianças com autismo

Escrito por Equipo Editorial

Última atualização: 28 janeiro, 2021

O autismo é um transtorno do desenvolvimento neurológico caracterizado por significativas deficiências na comunicação e na interação social e pela presença de interesses restritos e comportamentos repetitivos. Esses sintomas fazem com que, em muitos casos, o jogo simbólico não se desenvolva normalmente para crianças com autismo.

Isso implica um problema sério, pois o jogo é essencial no processo de maturação. De fato, é brincando que se aprende uma infinidade de habilidades e capacidades úteis para o desenvolvimento humano.

“O jogo é frequentemente mencionado como uma pausa no aprendizado sério. Mas para as crianças o jogo é um aprendizado sério. Na verdade, o jogo é o trabalho da infância.”

– Fred Rogers –

O que é o jogo simbólico?

O jogo simbólico consiste em criar ficções que simulam situações cotidianas ou extraídas de fontes familiares para a criança (histórias, filmes etc.), usando objetos ou assumindo papéis para recriar uma história inventada. Assim, as crianças refletem o seu conhecimento do mundo e a sua interpretação dele.

Na verdade, pode-se dizer que esse tipo de jogo é o mais representativo e o mais típico da fase infantil. Além de ser uma maneira ideal para as crianças expressarem tudo o que está se passando dentro delas, essa capacidade também é essencial para desenvolver a criatividade e a imaginação.

crianças com autismo

“Na brincadeira, a criança sempre se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário. Na brincadeira, é como se ela fosse maior do que é na realidade.”

–  Lev Vygotsky –

A aquisição do jogo simbólico

O jogo pré-simbólico é desenvolvido a partir do primeiro ano de vida. Essa fase anterior refere-se ao uso funcional de objetos comuns e de brinquedos simples, de tal forma que eles sejam utilizados para executar ações conhecidas usando o próprio corpo. Por exemplo, beber em um copo vazio, fingir que está falando ao telefone, etc.

Pouco a pouco, após completar os dois anos de idade, as crianças passam a usar esses objetos ou brinquedos em agentes passivos. Ou seja, elas começam a recriar situações da vida cotidiana com bonecas ou outras pessoas, que servem como receptoras de tais ações simbólicas.

Então, elas adquirem a capacidade de assumir um papel e agir como se fossem outra pessoa. Portanto, a partir desse momento, é comum que elas brinquem de ser professor, bombeiro, médico, etc.

Além disso, no início, elas brincam com objetos realistas, dando a eles a função e as propriedades que eles geralmente têm.

Mas, conforme o tempo vai passando, elas aprendem a brincar substituindo alguns objetos por outros menos semelhantes aos reais. Assim, as crianças podem usar uma caixa como se fosse uma cama ou então um pedaço de madeira como uma colher.

Finalmente, a partir dos quatro anos, o jogo simbólico se torna mais complexo, de tal forma que mais sequências de ações são realizadas e mais personagens são incluídos durante o momento lúdico. Em suma, a aquisição do jogo simbólico vai se desenvolvendo desde os primeiros anos da infância e continua ao longo da infância toda.

O jogo simbólico

O jogo simbólico para crianças com autismo

Como explicamos anteriormente, a capacidade de inventar histórias fictícias através da imaginação geralmente começa a surgir aos dois anos de idade. Ou seja, ela aparece de forma inata e evolui gradualmente até se tornar uma teoria da mente completamente elaborada.

Mas, para a maioria das crianças que apresentam distúrbios do espectro do autismo, isso não acontece dessa forma. Elas, geralmente, têm dificuldade para estabelecer essa capacidade mental. Portanto, é necessário trabalhar esse aspecto nas intervenções com crianças com autismo.

Para isso, algumas estratégias que podem ser usadas para desenvolver e estimular o jogo simbólico são:

  • Ensinar a brincar com objetos por meio da imitação, orientando a criança em suas ações.
  • Fazer jogos de dramatização.
  • Definir roteiros com histórias a serem representadas.
  • Criar histórias com a sua ajuda.

Dessa forma, as crianças com autismo vão interagir com o ambiente de uma maneira lúdica e divertida, o que também está bastante relacionado à melhoria das habilidades sociais e de comunicação da criança.


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  • Pecci, M. C., Herrero, T., López, M., & Mozos, A. (2010). El juego infantil y su metodología. España: Editorial Mc Graw Hill.

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