O que são as mulheres NoMo?

A maternidade sempre deve ser uma situação buscada e desejada. Também merece respeito a escolha das chamadas 'mulheres NoMo': aquelas mulheres que decidiram não ter filhos.
O que são as mulheres NoMo?

Escrito por Equipo Editorial

Última atualização: 14 junho, 2020

‘A maternidade será desejada ou não será’ Esse histórico lema feminista atualmente é uma bandeira que tem sido levantada. Por um lado, implica que a maternidade não é uma condição sine qua non na vida das mulheres. E, por outro, deixa mais do que claro que muitas mulheres não querem ser mães.

As mulheres NoMo (Not Mothers) afirmam a sua posição de não desejar a maternidade, não aspirando ter filhos e, acima de tudo, não se sentindo incompletas como pessoas por causa de suas decisões. 

Fala-se de uma nova tendência, mas na verdade, ao longo dos séculos, as mulheres NoMo sempre existiram. A diferença é que agora podemos falar sobre isso e renunciar à imposição cultural segundo a qual a maternidade pareceria completar as mulheres.

Na prática, há números que indicam que 30% das mulheres ocidentais não querem ser mães. Em geral, elas são profissionais ou mulheres com nível educacional médio ou médio alto.  

Mulheres NoMo: Jody Day e outras experiências de vida

O amor romântico aprisionou a maioria das mulheres em relacionamentos tóxicos ou fez com que elas perdessem a vida em busca do príncipe encantado. O que ganhou força foi a ideia da maternidade como a cereja do bolo de todo conto de fadas.

Atualmente, as histórias mais vendidas têm mais a ver com Jody Day, autora da ‘Bíblia das mulheres’ e fundadora da Gateway Women, em defesa dos direitos reprodutivos e contraceptivos das mulheres.

Em seu livro, a autora expressa que, para ela, a não maternidade foi algo que simplesmente aconteceu. Em seu relato, ela diz que um dia ‘percebeu que tinha 40 anos e que não teria mais ter filhos’. ‘A vida para a qual eu tinha me preparado desde pequena não existia’, ela reflete.

as mulheres NoMo

Day confessa que não foi fácil se desligar de anos estruturados de acordo com um plano de vida totalmente afastado da sua realidade. No entanto, abandonar o ‘arquétipo de família‘ acabou sendo muito libertador.

Por outro lado, temos Audrey García, uma profissional de comunicação e uma referência para milhares de mulheres NoMo no mundo todo. No seu caso, ela recorreu à esterilização como planejamento de vida aos 35 anos.

‘A sociedade vê as mulheres como incubadoras de bebês’, explica García. Nesse sentido, sentir que as decisões sobre o próprio corpo eram da conta de outras pessoas é uma das coisas das quais ela se lembra com maior pesar.

As mulheres NoMo são questionadas a tal ponto que a comunidade quer fazer com que elas mudem de ideia a qualquer custo. ‘Somos vistas como uma espécie de demônio’, afirma Audrey.

Pressão social e maternidade forçada

Sempre em referência às mulheres que, por livre vontade e com plena saúde física e mental, decidem não dar à luz a um filho, a pressão social pode ser sentida imediatamenteQuando uma mulher na casa dos 40 anos não tem filhos, ela é digna de piedade ou de raiva.

Na verdade, as mulheres NoMo avaliaram perfeitamente a questão de ter ou não filhos. Para a maioria delas, não querer filhos é algo que se baseia em um ato de total responsabilidade.

Essas mulheres avaliaram as necessidades do ser humano desde o nascimento até a idade adulta ou, simplesmente, nunca tiveram a intenção de procriar. Elas não precisam dar explicações a respeito.

A educação sexual e reprodutiva é de vital importância para acompanhar os desejos das mulheres em relação à concepção de uma vida. Nesse sentido, existem muitos pontos de vista diferentes.

as mulheres NoMo

“As mulheres NoMo avaliaram perfeitamente a questão de ter ou não filhos. Para a maioria delas, não querer filhos é algo que se baseia em um ato de total responsabilidade.”

Ter filhos na sociedade atual

A imensa maioria das mulheres NoMo tomou sua decisão seguindo exclusivamente sua própria vontade. Algumas decidem não ter filhos para não precisarem renunciar aos confortos materiais, às viagens e à profissão.

Em primeiro lugar, a questão é: o que aconteceria em uma sociedade na qual a maternidade fosse valorizada como uma função social e as crianças  ocupassem o lugar que merecem na estrutura da comunidade?  

Outra questão é a seguinte: o que aconteceria se a grande maioria das mães não fosse relegada à solidão doméstica, onde a educação resulta em um caminho que geralmente é tortuoso?

Uma conclusão interessante para essa seção seria pensar que é a sociedade adultocêntrica que empurra as jovens profissionais para a decisão de renunciar a maternidade e, assim, não desistir do rumo de suas carreiras.

Em resumo, em uma sociedade eminentemente patriarcal, é necessário refletir sobre os privilégios que as mulheres perdem ao se tornarem mães. Diante dessas circunstâncias, sem dúvida, muitas vão preferir não ter filhos do que se tornarem sofridas donas de casa.


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