O colesterol infantil
O colesterol infantil alto é combatido com hábitos de vida saudáveis. Uma boa dieta e uma rotina de exercícios são a melhor receita para evitá-lo.
Também conhecido como hipercolesterolemia ou hiperlipidemia, ele é um distúrbio que pode ter origem genética, mas quase sempre é resultado de uma má alimentação.
O risco de doença cardiovascular é alto. Na Espanha, por exemplo, o colesterol infantil afeta uma média de 2 em cada 10 crianças. Deixou de ser um problema exclusivo dos adultos, manifestando-se cada vez mais cedo.
O colesterol é uma gordura (lipídio) que o corpo necessita para produzir hormônios e as membranas das células. É produzido no fígado e transportado pelo sangue.
Existem três tipos de colesterol:
- A lipoproteína de alta densidade (HDL) é mais conhecida como o bom colesterol.
- O colesterol ruim é a lipoproteína de baixa densidade (LDL).
- O colesterol total é a combinação dos dois.
O processo
O HDL recolhe o colesterol dos tecidos e o leva até o fígado. Quando o organismo recebe mais gordura do que o necessário, há um aumento do colesterol ruim, (LDL).
Quando existe excesso de LDL, o organismo corre um risco maior. Por que? Porque tem mais chances de ter doenças, especialmente cardíacas e acidentes vasculares cerebrais.
- Os níveis ideais de colesterol ruim devem ser inferiores a 110 mg/dl.
- O HDL, ou colesterol bom, deve ser maior do que 45 mg/dl.
- O colesterol total deve ser inferior a 170 mg/dl.
- Os triglicerídeos devem ser inferiores a 90 em crianças a partir de 10 anos.
Fatores de risco
A dieta, a obesidade e a hereditariedade são três fatores que influenciam o aumento da hipercolesterolemia. Geralmente, a causa principal é a má alimentação.
As comidas gordurosas e com baixo valor nutricional contribuem para o aumento do colesterol infantil. Vale lembrar que o excesso de carne vermelha e carboidratos é um fator determinante. Portanto, o consumo abusivo de hambúrgueres, refrigerantes e doces também são prejudiciais para as crianças.
Frios, embutidos, gema de ovo, camarões, queijos curados, macios e frescos são comidas de alto risco devido ao excesso de gorduras.
Por outro lado, frutas, verduras, legumes e grãos (cereais como o arroz, por exemplo) carecem de colesterol ruim. Isso significa que podem ser ingeridos várias vezes ao dia; o peixe é uma das opções mais saudáveis.
A genética
A maioria das crianças com colesterol alto tem um ou ambos os pais com a mesma condição. Ainda que existam outras doenças hereditárias, como a diabetes e a obesidade, exames de sangue são essenciais.
A obesidade
O excesso de peso é uma das causas de aumento do colesterol infantil. Além disso, o sedentarismo é um mau hábito que aumenta o risco de colesterol infantil elevado.
Outras doenças
Quando doenças renais, hepáticas, hipertensão, hipotireoidismo, doença de Kawasaki ou diabetes são identificadas, os cuidados com o estilo de vida devem ser ainda maiores e é necessário fazer acompanhamento médico. Por outro lado, é fundamental fazer exames de rotina nas crianças para avaliar seu estado de saúde.
Dos 9 aos 11 anos de idade (e, depois, entre os 17 e 21 anos) é importante certificar a ausência de colesterol infantil alto. Se a criança apresentar os supracitados fatores de risco, será ainda mais urgente fazer o controle.
O coração e o cérebro são os mais prejudicados
O excesso de colesterol ruim no sangue se acumula nas paredes das artérias que chegam ao coração e ao cérebro. Esse acúmulo endurece e obstrui os vasos sanguíneos. Aumenta o risco de coágulos que podem causar ataque cardíaco ou um derrame cerebral.
Quando as artérias se endurecem, um fenômeno conhecido como arteriosclerose acontece e pode diminuir o fluxo de sangue nos intestinos e rins. O que transforma o colesterol infantil em um assunto que merece atenção.
A importância de uma alimentação saudável
Uma alimentação saudável e livre de gorduras saturadas é fundamental para prevenir e controlar o colesterol infantil ruim.
Os ácidos graxos monoinsaturados e poli-insaturados do peixe, do azeite e de sementes são parte importante da dieta. Também os vegetais, os legumes, os cereais, as hortaliças e as frutas.
Prefira temperos, molhos e sobremesas com baixo teor de gordura. Também é igualmente importante consumir leite desnatado, carnes magras e peixe. Evite bebidas açucaradas e industriais, assim como carne vermelha em excesso.
Exercícios contra o colesterol infantil
É importante evitar o sedentarismo a todo custo. Caminhar, nadar, andar de bicicleta e corridas moderadas aumentam o colesterol bom e reduzem o ruim. Também diminuem os níveis de triglicerídeos.
Uma hora de atividade física ao dia é o mais recomendado para crianças com mais de 5 anos de idade. Os videogames e a televisão não devem ser a única “atividade” extra ou de lazer das crianças em seu dia a dia. É imprescindível que passem tempo ao ar livre, brinquem e pratiquem exercícios de maneira recreativa.
Tratamento adequado
Os medicamentos para controle do colesterol infantil podem ser receitados a partir dos 10 anos. Se uma dieta saudável durante mais de seis meses não surtir efeitos, será necessário tomar uma atitude imediatamente.
Quando o colesterol ruim (LDL) está acima de 190 mg/dl, é necessário consultar o pediatra e considerar o uso de medicamentos. O mais importante é ficarmos atentos e cuidar da saúde de nossos filhos.
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