O DNA do bebê pode sofrer alterações se você fumar durante a gravidez
Basta que nos avisem que podemos colocar em risco a saúde do nosso pequeno para pensar melhor antes de fumar. Estudos recentes se encarregaram de revelar os efeitos que o cigarro poderia produzir no feto. Entre eles, há, inclusive, a possibilidade de modificar o DNA do bebê.
Aparentemente, a mãe que fuma durante o processo de gestação coloca em risco o desenvolvimento de doenças causadas pelas alterações genéticas que podem afetar seu bebê. Essa situação se relaciona a possíveis complicações no sistema pulmonar do feto, alguns tipos de câncer e malformação dos lábios, entre outras.
Como a modificação do DNA afeta o bebê?
O DNA, ou o ácido desoxirribonucleico, é uma molécula cuja importância reside na capacidade de conter a informação vital de cada ser vivo. Como sabemos, nele estão os cromossomos que determinam todas as características das pessoas, os quais, ao sofrerem modificações, dão lugar às principais malformações e doenças de nascimento.
Uma única alteração dos cromossomos pode ser responsável por doenças como a Síndrome de Down. No entanto, estudos revelaram que o tabagismo está mais relacionado a malformações como a do lábio leporino. Nesse sentido, os estudos revelaram que essa doença poderia estar diretamente relacionada ao consumo de tabaco durante a gravidez.
Segundo os resultado de um estudo do Instituto Nacional de Saúde Ambiental, apesar de o bebê não ser capaz de respirar por conta própria, aquelas substâncias que são resultado da combustão no ato de fumar são transmitidas ao feto por meio da placenta. A análise de uma amostra produziu aproximadamente seis mil modificações diferentes no DNA do cordão umbilical de mães fumantes.
“Acreditamos que os componentes produzidos pela combustão do tabaco, e não a nicotina dos cigarros, são os responsáveis pela modificação do código genético”
-Stephanie London, epidemiologista –
Apesar de se supor que o tabagismo poderia ser uma possível causa de malformação no paladar ou no lábio, somente recentemente se descobriu que essa malformação era produto da modificação do DNA. Também se descobriu que os genes modificados estão relacionados à formação dos sistemas nervoso e pulmonar. Essa descoberta ocorreu devido ao estudo da incidência desse ato em outras doenças.
O estudo
Um grupo de pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde Ambiental dos Estados Unidos, encabeçado pela doutora Stephanie London, realizou a análise genética de mais de seis mil amostras de cordões umbilicais em diferentes lugares do mundo. Para classificar essas amostras, foi feita uma divisão percentual entre mães “não fumantes”, “fumantes ocasionais” e “fumantes assíduas”.
Os resultados foram publicados pela revista American Journal of Human Genetics. Após o parto, foram recolhidos e analisados o DNA dos pequenos. Outros estudos haviam determinado incidências negativas do tabagismo no feto. Mas até então não se sabia o que a perigosa modificação era capaz de produzir a nível genético.
Em consequência disso, os especialistas conseguiram comprovar que o cigarro poderia afetar as pessoas inclusive antes de nascer. Além disso, a possível modificação também poderia estar relacionada a outras complicações prematuras de saúde.
Nesta ocasião se tratava de um estudo que um grupo de especialistas realizou com a finalidade de identificar quais eram os principais fatores que causavam uma modificação genética. O propósito era determinar se elementos como o sobrepeso da mãe, a contaminação do ambiente ou o consumo de álcool e tabaco poderiam ser os causadores de tais modificações no feto ou durante a infância.
Outros riscos para o bebê se você fumar durante a gravidez
Além da perigosa modificação genética que os especialistas descobriram, se você fumar durante a gravidez, seu bebê correrá o risco de ser afetado de muitas maneiras. Como já dissemos anteriormente, talvez não seja somente a nicotina que chega ao feto por meio do sangue. Demonstrou-se também que o produto da combustão é perigosa.
Se você fumar durante a gravidez, seu bebê correrá o risco de sofrer as seguintes complicações.
- Atraso no crescimento do feto
- Aborto espontâneo
- Estresse em recém-nascidos
- Baixo peso ao nascer
- Síndrome de morte súbita do lactente
- Risco de desenvolver obesidade
- Possíveis problemas de comportamento e/ou aprendizado
- Propensão ao vício de tabaco