O pai que eu quero ser
Carlos acaba de ficar sabendo que vai ser pai. Desde que soube da notícia uma grande quantidade de sentimentos invadiu sua cabeça. Ele deseja o filho mais que tudo nesse mundo, mas também sente medo. Sim, medo, simples assim. Uma torrente de perguntas passa pela mente dele, mas uma delas é a mais importante: Como é o pai que eu quero ser? Será que eu vou ser rigoroso? Bondoso? Muito nobre ou muito rígido?
A notícia da chegada do bebê fez com que Carlos se reencontrasse com os próprios sentimentos. Pouco a pouco ele obteve as respostas daquelas perguntas e, a partir de profundas reflexões, surgiram frases como estas: Quero ser uma versão melhorada de mim mesmo. Quero ter sabedoria suficiente para dar ao meu filho todas as respostas adequadas para as dúvidas que possam aparecer, assim como meu pai fez comigo.
Com o meu papai, aprendi que um bom pai não sente medo de demonstrar ao filho que também é humano, que também chora e que não há nada de errado em derramar lágrimas quando se sente necessidade. Ao fim e ao cabo, as lágrimas ajudam a aliviar a alma.
Com o meu pai também aprendi que conhecer e se conectar com os próprios sentimentos, e também com os sentimentos alheios, significa muito mais do que dizem. Essas qualidades, além de não serem fragilidades, enchem o ser humano de uma força que poucos homens possuem. Ao lado do meu pai, entre outras coisas, também compreendi que lavar os pratos ou o chão da casa não nos torna menos homens.
A sociedade atual é regida por alguns padrões muito antigos de como deve se comportar um homem. Trata-se de um estereótipo cujo comportamento “ideal de um homem” está repleto de uma dureza acompanhada de conceitos que estimulam a não demonstrar os sentimentos.
Quantos homens já quiseram aliviar alguma dor por meio do choro? E quantos desses homens terão reprimido o choro por se lembrar de frases como: “Homens não choram” ou “Seja homem”. Quando na verdade essas frases encerram os conceitos mais errôneos que se pode incutir no gênero masculino.
Um bom pai guia o filho
Durante os momentos de reflexão Carlos também descobriu outra coisa: O pai que eu quero ser não vai chegar cansado em casa, fugindo da sua família. Ele também compreendeu que o mesmo ímpeto e a mesma emoção que investiu na universidade ou no trabalho devem ser empregados agora em casa, já que é nesse lugar que está o legado que vai deixar ao mundo. Esse pai sabe que o trabalho termina quando a jornada de trabalho chega ao fim, mas a vida não. Em casa, toda sua família o vai estar esperando. “Minha família, a base do meu futuro”, pensa.
O pai que eu quero ser deve servir de líder e guia. Por isso, devo agir de maneira consciente com minhas palavras e meus pensamentos. Porque compreendi que meu filho será o meu reflexo e que, portanto, devo me esforçar sempre para não decepcioná-lo. Devo agir sempre com retidão e honestidade. Esse é o melhor exemplo que posso dar ao meu filho.
Eu vou ser o super-herói humano. Esse, à diferença daqueles que se vê nas telas do cinema, é um herói real e palpável que, entre outras coisas, vai poder responder dúvidas, estender uma mão no momento adequado e fazer os outros se sentirem seguros. Ah! Isso sim são verdadeiros poderes humanos.
O exemplo é o verdadeiro valor de um superpai
Um superpai sabe que todos nós podemos cair, mas que todos nós também podemos nos levantar. Esse fator encerra a verdadeira dificuldade de ser pai: conseguir todos os dias um motivo para se levantar ao cair e educar uma criança, fazer com que ela enxergue os próprios erros e corrigir um filho sem ferir os sentimentos dele, educar com uma sabedoria salomônica sempre buscando a equidade e a justiça, valores que devem começar a aparecer em casa para que a criança perceba que a justiça não está somente em casa, mas que aparece aonde quer que se vá.
Uma das minhas principais missões é ensinar ao meu filho que a vida é cheia de pequenos detalhes e que são esses detalhes que marcam a diferença das coisas.
Os detalhes são infinitos e, a partir deles, percebemos que cada ser é único, digno de ser admirado e apreciado detalhadamente. Essa é uma boa lição para aprender quando se é criança. Ela é essencial e não deve nunca ser esquecida, pois vai impedir que você se torne um adulto chato, vai ajudar a conservar a pureza dos anos de criança, quando acreditamos que tudo é possível e que o mal não existe.
Sou um homem que prefere a fidelidade, que compreendeu que é melhor ser o homem de uma só mulher que ser o homem de muitas, que a lealdade e o compromisso são valores que somente os verdadeiros homens possuem, os mais valentes. Também estou consciente de que minhas palavras vão e vêm, mas minhas ações são lembradas para sempre.
São muitos os homens que possuem um discurso bom para conquistar, oferecer e galantear, mas são poucos aqueles que agem da mesma forma todos os dias, sem se importar com as circunstâncias. Isso é parte do conhecimento que quero passar ao meu filho. Por isso vou me empenhar para ser o melhor pai e o melhor homem que eu puder, já que sei que o exemplo fala mais alto que as palavras.
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