O que é o planejamento familiar natural?
O planejamento familiar natural consiste em evitar a concepção de uma criança usando como ferramenta a análise dos ciclos de ovulação feminina e a interrupção da relação sexual. Esse método implica em não recorrer de forma alguma ao uso de contraceptivos de barreira ou à ingestão de hormônios.
O planejamento familiar natural foi o método contraceptivo usado até a chegada dos contraceptivos hormonais e de barreira no século XX. No entanto, até hoje, muitos casais continuam usando métodos contraceptivos naturais.
A justificativa para optar por eles pode ser a impossibilidade financeira de adquirir profiláticos ou pílulas, bem como recomendações médicas ou razões religiosas. Para saber mais sobre esse assunto, não perca as informações a seguir.
Planejamento familiar natural
Na primeira metade do século XX, com o surgimento dos contraceptivos hormonais e de barreira, ocorreu uma revolução nos lares em relação à questão do planejamento familiar. Devido ao seu alto grau de eficácia, essas novas alternativas destronaram qualquer outra forma de prevenção.
No entanto, também durante o século XX, vários pesquisadores médicos realizaram importantes contribuições na área da contracepção natural. Dois exemplos são o método Ogino-Knaus, mais conhecido como tabelinha, ou o altamente eficaz método Billings de análise do muco vaginal.
Embora a eficácia dos contraceptivos naturais seja controversa, eles ainda são usados atualmente, seja como um complemento a métodos não naturais – barreiras e hormônios – ou como a única maneira de evitar a gravidez.
Sobre a funcionalidade do método
Os métodos contraceptivos naturais funcionam a partir de dois fatores: primeiramente, o conhecimento e a observação do ciclo reprodutivo feminino. Em segundo lugar, o controle do homem sobre a ejaculação.
Para a maioria das pessoas, essa pode parecer a maneira menos confiável de prevenir a gravidez, considerando que vivemos em uma época na qual há uma abundância de contraceptivos que oferecem até 98% de eficácia.
No entanto, existem casais que, por razões médicas ou em função dos seus preceitos religiosos, simplesmente não podem usar contraceptivos naturais ou, na sua falta, precisam recorrer a um planejamento misto.
Vale destacar que, para obter sucesso na aplicação do planejamento familiar natural, é importante que haja a participação ativa de ambos os membros do casal.
Os métodos naturais não devem ser utilizados de forma alguma se você não estiver em um relacionamento estável, pois há o risco de contrair uma doença sexualmente transmissível.
“Esse método implica em não recorrer de forma alguma ao uso de contraceptivos de barreira ou à ingestão de hormônios”.
A religião e o vínculo com o planejamento familiar natural
A maioria das religiões, ou pelo menos aquelas relacionadas ao cristianismo e ao islamismo, recomendam ou estipulam em seus dogmas que sempre sejam usados métodos contraceptivos naturais.
O argumento dessas doutrinas é que é contra a natureza e contra Deus alterar os processos biológicos naturais através da introdução de corpos estranhos, tais como preservativos ou diafragmas, ou contaminar o corpo com a pílula anticoncepcional.
Quanto a essa última, a Igreja Católica estipula que o uso da pílula anticoncepcional do dia seguinte é proibido. Nesse âmbito, ela não é vista como um método de prevenção, e sim como um mecanismo abortivo.
Dados sobre o uso de produtos naturais como contraceptivos
Embora esteja claro que o planejamento familiar natural e o uso de produtos naturais como métodos contraceptivos não são a mesma coisa, uma pequena seção histórica será incluída nas linhas a seguir para falar das peripécias às quais era necessário recorrer antes do século XX para evitar as gestações indesejadas.
Obviamente, nenhum desses remédios caseiros tem a sua eficácia ou segurança endossada pela ciência médica atual.
Sucos de frutas como contraceptivos
Nos antigos textos judaicos e egípcios, aparecem referências ao uso de suco de frutas como espermicida. Entre os mais relevantes estão o limão, que poderia ser aplicado na área genital feminina, ou a cebola, que era esfregada no membro masculino.
Extremos perigosos
Na pior parte das crônicas sobre os contraceptivos, há papiros egípcios sobre como as mulheres egípcias introduziam fezes de crocodilo na vagina, pois eram consideradas espermicidas. O mais paradoxal desse caso é que, de fato, o esterco desse animal tem um componente alcalino análogo aos espermicidas atuais.
Como informação final, vale a pena ressaltar que, se você e o seu parceiro optarem por recorrer ao planejamento familiar natural, isso deve ser discutido com o seu ginecologista. Ele é o profissional que pode oferecer as melhores orientações a fim de aplicar corretamente esse método.
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