Você precisa frustrar um pouco os seus filhos para que eles sejam adultos felizes

Descubra por que ensinar as crianças a lidar com a frustração tem o poder de torná-las adultos felizes e bem resolvidos.
Você precisa frustrar um pouco os seus filhos para que eles sejam adultos felizes

Escrito por Equipo Editorial

Última atualização: 11 abril, 2022

Não é segredo que as relações entre pais e filhos vem sofrendo mudanças significativas ao longo das últimas gerações. Os desafios são ainda maiores com a internet e as redes sociais, e os pais ficam na eterna dúvida se estão fazendo o certo para tornar seus filhos adultos felizes.

O pediatra Daniel Becker, que faz diversas publicações sobre esse assunto em suas redes sociais, recentemente comentou sua opinião sobre um padrão de criação que vem se tornando cada vez mais comum em nossa sociedade e que infelizmente não é saudável para as crianças.

Em uma entrevista concedida ao programa Tudo Sobre Minha Mãe, Daniel disse que estamos vivendo em uma era na qual a infância está sendo supervalorizada pela mídia e pela sociedade em geral. No entanto, o que a esse período realmente representa está sendo perdido.

O pediatra afirma que a falta de convivência entre pais e filhos motivada por jornadas de trabalho cada vez mais intensas é o principal motivo para essa mudança.

Os responsáveis precisam trabalhar cada vez mais para sustentar a família e consequentemente têm menos tempo de qualidade com os filhos. Porém, quando existe tempo livre, os pais simplesmente não sabem o que fazer com ele, pois o distanciamento em relação aos filhos é tão grande que já não existe conexão. Nesse caso, muitas vezes o diálogo é substituído pelo uso de celulares e tablets.

Essa falta de contato se reflete na conduta das crianças, que muitas vezes acabam se comportando mal como forma de chamar a atenção dos pais, que mais uma vez não sabem como lidar com a situação e ficam desconfortáveis com os julgamentos e olhares dos outros.

Assim, essas crianças crescem sem aprender a lidar e manifestar as próprias emoções, e não vivenciam comportamentos que deveriam ser comuns na infância.

Os pais se sentem culpados pela ausência e acabam fazendo todas as vontades dos filhos, que não aprendem a noção de limite e consequentemente não são capazes de lidar com imprevistos e frustrações, tão comuns na vida adulta.

Não impor limites às crianças pode parecer uma boa solução, mas a verdade é que esse tipo de criação é bastante perigoso, pois faz as crianças acreditarem que o mundo se curva aos seus desejos.

Experimentar a frustração faz com que as crianças se tornem adultos felizes

Daniel afirma que dessa forma as crianças não têm um crescimento saudável, pois é essencial que uma criança experimente frustração, riscos e até mesmo quedas e machucados. Ele defende que não é correto que as crianças sejam criadas dentro de casa, com televisões e celulares como únicas companhias.

Na opinião dele, é preciso levar as crianças para fora, passear em parques, praias e outros locais, e ensiná-las a enfrentar o mundo com as experiências e riscos que cada local oferece.

Em suma, ele diz que os pais precisam assumir seu papel de responsáveis, exercendo de forma ativa a criação dos filhos e não apenas “tampando buracos” para não terem que lidar com os momentos mais desafiadores.

É essencial que uma criança saiba ouvir “não”, aprenda a se levantar após uma queda e lide com as frustrações e problemas da vida. Caso contrário, teremos uma geração de adultos que não entendem a necessidade de administrar seus sentimentos e batalhar para alcançar seus objetivos.

As crianças que experimentam a frustração de forma saudável se tornam adultos bem resolvidos e felizes, pois sabem que o mundo não se preocupa com seus desejos, de forma que aprendem a superar os desafios com resiliência e inteligência emocional.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.