Prevenir o bullying: uma tarefa de todos
Devemos ter a consciência de que todos nós desempenhamos um papel fundamental quando se trata de prevenir o bullying e, portanto, devemos assumir essa responsabilidade.
É imprescindível dar visibilidade a esse problema e desconstruir alguns mitos sobre ele, pois, longe de ser “coisa de criança”, estamos falando de uma situação de violência que impacta a saúde mental dos jovens afetados de forma significativa.
É tarefa de toda a sociedade rever os valores e princípios que nos regem e que transmitimos para as novas gerações. Nesse sentido, é necessário entender o tremendo impacto que o bullying pode causar nas crianças. Além disso, devemos estar dispostos a erradicar essa situação a partir da posição que cada um de nós ocupa.
Como os pais podem prevenir o bullying?
Criança agressora
A família é o primeiro agente de socialização da criança. Nela, os principais valores, atitudes e comportamentos são internalizados. Portanto, é extremamente importante que os pais cuidem do que ensinam aos filhos, não só com as palavras, mas também por meio de suas ações.
Muitas vezes, as crianças que praticam o bullying contra seus pares apresentam graves deficiências em sua educação: falta de afeto, ausência de limites, exigências excessivas dos pais… Por outro lado, ser testemunha ou vítima de comportamentos violentos dentro da própria casa também pode levar a criança a adotar a mesma postura na escola.
Se o seu filho apresenta qualquer uma das seguintes características, fique atenta e tente agir o mais rápido possível:
- Tem comportamentos manipulativos ou tenta dominar as outras pessoas ao se relacionar com elas.
- Não tolera a frustração, tem um temperamento explosivo e não reconhece os próprios erros.
- Tem baixa autoestima e tem uma inveja que não sabe administrar.
- Não tem empatia por outros seres vivos.
- Reage de maneira prepotente e desafiadora quando você o corrige ou tenta discipliná-lo.
Criança vítima do bullying
Por outro lado, se você é a mãe ou o pai de uma criança que sofre bullying, deve saber que a sua reação e o seu apoio podem fazer a diferença. É provável que o seu filho se sinta envergonhado, culpado ou com medo do que está acontecendo com ele e não queira falar sobre isso com você. Portanto, tente ficar atenta aos sinais e se certifique de oferecer total compreensão e apoio.
Tome uma atitude. Assim que ficar sabendo sobre a situação pela qual o seu filho está passando, tome uma atitude a respeito. Fale com a escola e com as autoridades, caso a primeira não queira cooperar. Convide o seu filho a consultar um psicólogo infantil, se considerar necessário. E, acima de tudo, repita que não há nada de errado com ele, que ele não é culpado de forma alguma. Isso vai ajudar a preservar a sua autoestima, e ele vai se sentir mais confiante e menos sozinho durante o processo.
Prevenir o bullying na escola
Por ser o espaço onde o bullying ocorre, a escola é um fator fundamental para prevenir o bullying. Ela deve assumir uma postura clara e enérgica sobre o assunto e educar os jovens em valores, tolerância e diversidade. Além disso, também deve promover a cooperação e tomar medidas rigorosas caso o bullying ocorra.
Uma das propostas de maior sucesso até o momento é o método KiVa, que foi implementado primeiramente na Finlândia e atualmente está sendo aplicado em vários países. Esse método não se concentra em tentar empoderar a vítima ou em fomentar a empatia do agressor. Pelo contrário, essa proposta inovadora e eficaz foca nos espectadores, ou seja, as outras crianças, os colegas de classe que presenciam as agressões.
Se elas tiverem consciência e forem capazes de se posicionar a favor da vítima, rejeitando a violência diretamente, o agressor vai abandonar esse comportamento por não obter a resposta esperada. Como não vai alcançar uma maior popularidade, e sim o contrário, ele vai parar de agir dessa forma.
O método KiVa mostra de forma contundente que prevenir o bullying é uma tarefa de todos, que todos fazemos parte do problema ou da solução. Por isso, todos os dias, temos que ser conscientes dessa dura realidade e apoiar os jovens que precisarem de nós.
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- Rojas Morales, J. M. (2017). Lo solucionamos como en Finlandia: El método KiVa. PublicacionesDidácticas, 81(1), 336-342.
- Torres Calero, C. J. (2019). Perfil psicológico de los niños acosadores que asisten a la escuela de educación básica fiscal “29 de mayo” en la ciudad de Quito en el periodo 2017-2018 (Bachelor’s thesis, Quito: UCE).