Quais são os fatores que influenciam na altura de meu filho?
Segundo dados da Associação Espanhola de Pediatria, a partir dos 6-12 meses de vida, pouco a pouco, vai ficando claro o componente hereditário do crescimento.
Como consequência disso, a relação entre o tamanho da criança ou depois em sua vida adulta e o tamanho de seus pais é forte e sua altura aumenta muito ao final do terceiro ano de vida. Além disso, a influência progressiva da genética determina que entre o 2º e 4º ano de vida as crianças começam uma “virada de crescimento” que tendem a manter até o início da puberdade.
Por isso, as crianças com genética favorável ao crescimento e ritmo de amadurecimento rápido experimentam um período de aceleração que faz com que alcancem uma altura considerável; enquanto as que têm tendência por causa do histórico a serem mais baixas, tem um ritmo de amadurecimento lento, e um crescimento menor.
Sistema hormonal
Em artigos de pediatria afirma-se que mesmo que todo o sistema hormonal intervenha, o hormônio de crescimento é o principal regulador hormonal do crescimento após o nascimento, sobretudo a partir dos 6 meses de vida.
Durante o período fetal, seu papel como regulador do crescimento é quase nulo, com um mínimo de impacto ao final da gestação; de forma que as crianças que nascem sem o hormônio de crescimento têm, em muitos casos, longitudes e pesos normais no nascimento. Essa situação se mantém durante os primeiros meses de vida extrauterina.
Na verdade, crescer depende de múltiplos fatores. Mesmo que a genética e a alimentação pesem muito, não são tudo. Francesc Botet, professor de Pediatria da Universitat de Barcelona, enfatiza que, internamente, os hormônios têm muita influência:
“No período pré-natal, a insulina e outras substâncias parecidas têm grande importância; e uma vez que os bebês nascem, o mais determinante hormônio é o do crescimento, mesmo que outros tenham importância”, como os hormônios relacionados ao sexo.
Em uma nota à imprensa, Manuel J. Castillo, catedrático de Fisiologia Médica da Universidade de Granada, explica que durante os primeiros anos de vida os hormônios relacionados à tireoide também tem grande poder.
“Sobretudo se se produz um déficit dos mesmas”–, mesmo que o que determine a velocidade de crescimento para que se alcance o potencial genético seja fundamentalmente o hormônio do crescimento.
Além dos nutrientes, os fatores que incidem na produção desse hormônio são a atividade física, as horas de sono, possíveis doenças ou o estresse.
A altura final de uma pessoa dependerá do que ela come, como dorme, quantas vezes fica doente, quais exercício faz, quais atividades realiza e como se sente emocionalmente durante sua infância. Além disso, também influenciam o que a mãe comeu ou fumou durante a gravidez ou como funcionou a placenta.
Etapas de crescimento
Ambos especialistas concordam que o crescimento não é um processo periódico e gradual; há etapas em que se cresce muito e outras que nem tanto.
Botet explica que, durante o período pré-natal, o crescimento se concentra no último trimestre da gravidez. Uma vez nascidos, se cresce muito rápido durante o primeiro e incluso o segundo ano de vida, e logo o crescimento freia um pouco e volta a acelerar ao chegar na puberdade.
Pegando pela média, calcula-se que as crianças crescem uns 25 centímetros em seus primeiros doze meses de vida e outros 10 durante o segundo ano, para seguir a um ritmo de 4-6 centímetros anuais até chegar na puberdade, quando o crescimento ganha força até os 8-10 centímetros anuais durante um período de dois ou três anos.
E uma vez realizado o estirão da puberdade, o crescimento se reduz a 1 ou 2 centímetros até os 20 anos, que é quando os especialistas estimam que o crescimento acaba.