Quais são os riscos de uma educação permissiva?
Atualmente, um dos grandes dilemas dos pais é a educação das crianças em casa. Muitas vezes, a incerteza sobre o que é necessário e o que é dispensável os confunde. Nesse sentido, os pais se perguntam, principalmente, se a educação permissiva é saudável.
O que está claro é que eles sempre procuram optar pela alternativa mais benéfica para as crianças. Assim, os pais tentam manter um bom equilíbrio entre rigidez e flexibilidade.
No entanto, embora possa não parecer, não é necessário cair na permissividade para conseguir ser cúmplices dos nossos filhos e manter uma atmosfera familiar próxima e positiva.
Onde está o limite?
Para sermos bons pais, devemos evitar, a todo custo, cair em extremos. Quanto mais moderados formos, mais fácil será tomar as decisões a cada dia.
Devemos nos lembrar de que existem maneiras saudáveis de ser firme com amor para ensinar um valor ou promover um bom hábito de vida. O que é prejudicial é aplicar a rigidez sem justificativa, por tudo e para tudo.
O segredo é aprender a estabelecer limites saudáveis para que, no futuro, as crianças cresçam com parâmetros realistas e possam se comunicar com os seus pais com confiança.
Além da moderação, também é necessário tentar aprender com os erros e cultivar os aspectos positivos sempre que possível.
Além disso, uma vez que as crianças já tenham idade suficiente para isso, é conveniente promover o diálogo e, dessa forma, criar um ambiente de trabalho em equipe que inspire todas as partes. É conveniente aproveitar a linguagem para orientar com carinho.
A educação permissiva
Uma educação permissiva é baseada na ideia de que temos que intervir o mínimo possível na vida dos nossos filhos. A premissa dessa ideia é que a criança tem autoridade para decidir o que fazer, como e quando, sem ser orientada ou corrigida. Nesse sentido, há uma confiança nos próprios critérios.
Esse modelo, embora pareça amigável à primeira vista, não promove a verdadeira autonomia nem cria um ambiente familiar verdadeiramente saudável.
Alguns pais tendem a pensar que a permissividade é o método ideal para educar as crianças, uma vez que o fato de não impor limites nem regras à criança faz com que ela não tenha motivo para birras ou para ser rebelde. Além disso, espera-se que esse método proporcione uma maior proximidade entre pais e filhos.
No entanto, a prática mostra que as crianças que crescem sem limites ou imposições não são exatamente as mais equilibradas. De fato, elas são as que geralmente apresentam mais carências, tanto no campo educacional quanto emocional.
Infelizmente, a permissividade dá origem a um certo tipo de abandono, falta de atenção e orientação que prejudica as crianças em grande medida.
Riscos de uma educação permissiva
Em geral, as crianças que crescem com uma educação excessivamente permissiva tendem a ser imaturas, intransigentes, imprudentes, irresponsáveis, desafiadoras, transgressoras e com uma acentuada tendência ao egoísmo. Esse tipo de personalidade carrega os seguintes riscos:
- Desprezo pela norma, pelo esforço e pelos valores.
- Desprendimento do núcleo familiar.
- Incapacidade de estabelecer laços saudáveis dentro e fora do núcleo familiar.
- Má percepção da realidade.
A melhor opção
Assim como foi mencionado acima, não se trata de que tudo seja preto ou branco, rígido ou flexível, mas sim de saber encontrar um meio-termo. Haverá momentos nos quais é necessário ser um pouco mais autoritário e haverá momentos nos quais é possível ser mais permissivo.
Uma educação com limites saudáveis é essencial para que as crianças cresçam de forma saudável e se preparem adequadamente para a vida adulta.
Os limites nos permitem lidar com a frustração, controlar as emoções e fazer um esforço para alcançar os objetivos. Ou seja, a falta de limites condiciona o desenvolvimento da autonomia e independência da criança.
Ser compreensivos e justos nos ajudará não apenas a educar, mas também a nos aproximar dos nossos filhos. Ninguém nasce com um manual para educar, mas é necessário tentar aprender ao longo do caminho e ter em mente que nem todas as crianças são iguais e nem todas as situações são fáceis.
Em conclusão, uma educação permissiva não precisa ser ruim se limites saudáveis forem estabelecidos. De fato, podemos aproveitar a flexibilidade de pensamento e ação para fazer com que as crianças assimilem algo específico, de uma maneira mais agradável e prática.
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