O que são os órfãos digitais?
Os órfãos digitais são os filhos dos pais que prestam mais atenção aos benefícios que a tecnologia oferece que em seus próprios filhos. São adultos que sacrificam o tempo com a família e a atenção com seus pequenos para estar mais tempo navegando na internet, trocando mensagens com pessoas do outro lado do mundo que só conhecem de maneira virtual, jogando, estudando ou buscando informação.
Os órfãos digitais da atualidade têm casa, comida, roupa, sapatos… recebem atenção médica e são levados para a escola, entretanto, carecem de carinho e apego. Seus pais, mesmo presentes fisicamente, podem ser considerados como ausentes.
As famílias dos órfãos digitais
Os familiares dos órfãos digitais compartilham de características comuns. Entre elas podemos citar:
- Dedicam muito tempo às redes sociais
- Se seus filhos são suficientemente grandes para usar a tecnologia, a comunicação é feita diversas vezes via mensagem, mesmo que todos estejam em casa
- Não se desconectam da internet nem para conversar um assunto sério com suas crianças
- Preferem delegar todas as tarefas que podem fazer com seus filhos para outras pessoas: a avó, uma cuidadora, uma tutora que ajuda com as lições de casa, etc…
Consequências de ser um órfão digital
Como você já deve ter percebido os órfãos digitais são vítimas de seus pais. O fato de se sentirem ignorados, menosprezados e gerando menos atenção que um aparato tecnológico, faz as crianças:
- Desenvolver uma baixa autoestima e falta de confiança em si mesmos
- Sentir grande desmotivação
- Ter baixo rendimento escolar
- Ter a tendência de se isolar, manter pouco contato social e se fechar no quarto quando estão em casa
- Preferir o silêncio em comparação com o diálogo
- Sentir estresse
- Tornar-se agressivos ou tímidos
- Confiar em desconhecidos, em geral, pessoas que encontram na internet
- Ter dificuldades para conseguir se concentrar
- Serem tristes
- Fazer o mesmo que seus pais: dar preferência para a vida virtual em detrimento da real
O que fazer para não transformar meu filho adolescente em um órfão digital?
Para que seu filho não corra o risco de ser um órfão digital você deve, antes de tudo, analisar se realmente os eletrônicos importam mais que ele. Se não é o caso então por que por em risco a relação entre vocês?
Sobre isso lhe damos alguns conselhos.
- Estabeleça o diálogo quando estiverem em casa. Deixe as telas de lado, diga para ele fazer o mesmo e sente-se para conversar sobre qualquer tema. Vocês podem até começar falando de seus amigos virtuais ou qualquer outra tema que se relacione com os eletrônicos. Se ambos são apaixonados pelas novas tecnologias, isso pode ser um belo tema para estabelecer uma conversa
- Combinem horários para estar juntos: os horários das refeições, por exemplo. É uma ótima hora para sentar na mesa e conversar sobre o dia e os assuntos que envolvem a família
- Planeje um tempo longe dos dispositivos eletrônicos mesmo que seja só algumas horas
- Abuse do carinho e aproveite a resposta deles. Se desde pequeno você não ensinou a beleza do carinho nem criou um apego forte com seu filho, agora que ele é maior pode ser um pouco difícil gerar uma empatia logo de cara. Mas nunca é tarde. Se há o desejo, há a possibilidade.
- Utilize o celular como forma de comunicação com ele apenas quando não houver outra maneira.
- O uso e abuso dos dispositivos eletrônicos pode se converter em um vício. Sabendo dos perigos para a saúde que são os vícios você precisa fazer de tudo para mudar sua vida e ajudar seu filho para que não se torne também um dependente
- Compartilhem as tarefas domésticas, fazendo elas ao mesmo tempo e conversem enquanto isso para criar um laço de companheirismo e trabalho.
- Busquem afinidades e interesses mútuos que não envolvam um aparato eletrônico e combinem compromissos e momentos para falar sobre isso e compartilhar bons instantes. Pode ser um hobby como coleções de selos ou moedas, o desenvolvimento do gosto pela arte, seja a pintura, a música… Mamãe, convide seu filho para uma sessão de dança, cantoria, bordado, a mexer com madeira ou tecidos, peça para ele lhe ensinar a andar de patins, jogar bola… passatempos nunca faltam e há aos milhares. Qualquer um deles vai servir para tirar seus olhos de uma tela, aproveitar a vida e ficar junto de seu filho.
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