Por que o segundo filho é mais desobediente que o primeiro?

Por que o segundo filho é mais desobediente que o primeiro?
María Alejandra Castro Arbeláez

Revisado e aprovado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Escrito por Gladys González

Última atualização: 27 dezembro, 2022

Apesar de não ser uma regra imutável,  é mais provável que os filhos mais novos sejam menos disciplinados e obedientes que os mais velhos. Vamos ver os motivos.

Quando somos mães pela segunda vez é comum achar que o segundo filho é um pouco mais travesso que o primogênito, e isso nos faz questionar com frequência quais são os motivos desse pensamento.

Para começar, afirmar categoricamente algo desse tipo é claramente um erro, já que cada família é diferente e, obviamente, as pessoas não são umas iguais às outras.

Com frequência ouvimos que cada criança é um universo e não há nada mais verdadeiro que isso. Nós, os adultos, também conservamos essa diferença inata que nos torna indivíduos.

Mas, ainda assim, há um elemento que também devemos levar em consideração. A maneira de agir de cada criança é influenciada pelo ambiente no qual ela se desenvolve. Em outras palavras, se existem outras crianças na família, com que idade começa a frequentar a escolinha, quem é o adulto encarregado de cuidar dessa criança no dia-a-dia, os pais, os avós, a babá – ou ainda se possui à sua disposição espaços adequados para se desenvolver.

Os pais frente aos filhos

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Definitivamente, são várias as circunstâncias que ajudam a delinear a personalidade de uma criança. Entre elas, há uma que se destaca em relação às outras: o tratamento que nós pais, damos a cada filho.

Os pais garantem veementemente que as regras estabelecidas na infância foram as mesmas para cada um dos seus filhos. Mas, observando de uma perspectiva externa, vemos que há determinadas variáveis que são mais claramente percebidas pelos pequenos da casa. Sobre o que estamos falando?

Os pais se sentem mais relaxados com o segundo filho que com o primeiro. Quando somos novatos na complicada tarefa de criar, sejamos pais ou mães, ficamos mais atentos a cada passo da criança, com o objetivo de atender a qualquer necessidade e garantir a segurança do pequeno.

Proteção em excesso

Os irmãos mais novos costumam superar em caráter, travessuras e invenções os irmãos mais velhos

Mas, às vezes, cruzamos a fina linha da prudência e acabamos nos tornando pais superprotetores que se transformam em uma sombra da criança. De fato, fotografamos e filmamos nosso pequeno com frequência para documentar cada momento que, para nós, é uma grande novidade: a primeira palavra, a primeira fruta, o primeiro passeio, apenas para mencionar alguns.

Com o segundo filho já não ficamos mais todos os dias com a câmera na mão. Documentar cada um dos passos deixa de ser uma prioridade. O tempo e a atenção precisam ser divididos entre duas crianças de maneira equilibrada. Colocamos todo o nosso esforço nessa tentativa, apesar de muito provavelmente falharmos.

O caminho percorrido junto ao filho mais velho nos ajuda a permitir ao filho mais novo criar um pequeno espaço de ação no qual possui mais liberdade em relação ao irmão mais velho. Sem dúvidas, ao se sentir mais seguro de si mesmo, o filho mais novo vai ser mais ousado e se atreverá a experimentar mais coisas.

Nós, pais, costumamos ser menos rígidos com os filhos mais novos.

De fato, estudos científicos realizados na Europa e na América concordam com a hipótese de que o segundo filho costuma ser mais irreverente e aventureiro. Ele cresce com uma noção diferente das regras e da disciplina. Assim, procura ganhar espaço entre os outros membros da família.

Não se trata de considerar que nos importamos menos com o segundo filho. Mas sim, de que se abre uma pequena brecha que é aproveitada por ele para lidar com uma liberdade não oferecida ao primogênito.

Seguindo os passos do filho mais velho

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A maneira mais fácil de aprender é por meio do exemplo. Não importa quantas vezes você disser a uma criança para descer de determinado lugar, para não sujar as paredes ou não jogar comida no chão.

Se o mais novo ver que o mais velho faz essas travessuras, vai repeti-las como algo normal e, inclusive, pode ser que supere o atrevimento do seu irmão, a quem possivelmente vê como o principal recebedor da atenção dos pais.

Sendo assim, se o irmão mais velho escrever seu nome em uma parede, o mais novo vai rabiscar o dele, e adicionar uma linda paisagem na parede toda, a fim de marcar a diferença.

Como se não bastasse, o mais novo aprecia sua condição de caçula. Desde o começo vai saber que todos ao seu redor, incluindo o irmão mais velho, o tratam com uma doçura e uma flexibilidade que o fazem se sentir como o rei ou a rainha da casa. E isso vai ser suficiente para conferir sua licença para fazer as coisas da forma que quiser.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.