Sepse neonatal: causas e sequelas

A sepse neonatal é uma condição potencialmente grave e mortal. É essencial diagnosticá-la e tratá-la o mais rápido possível.
Sepse neonatal: causas e sequelas

Escrito por Equipo Editorial

Última atualização: 14 novembro, 2020

A sepse neonatal consiste na invasão do sangue do recém-nascido por microrganismos, que geralmente são diferentes tipos de bactérias. Embora seja uma condição que possa afetar qualquer pessoa, existem dois grupos populacionais particularmente vulneráveis: os bebês recém-nascidos e os idosos.

A sepse neonatal produz um quadro com sintomas muito inespecíficos e variados, principalmente em bebês. A isso, devemos acrescentar a dificuldade de o bebê ainda não saber expressar o que está acontecendo. De qualquer forma, é um quadro grave que pode levar rapidamente à falência de alguns órgãos e à morte. Por isso, é preciso estar alerta diante de qualquer sinal apresentado pelo bebê. Aqui, vamos contar tudo o que você precisa saber sobre a sepse neonatal.

O que é a sepse neonatal?

Conforme já comentamos, a sepse é a infecção do sangue de uma pessoa por microrganismos. Quando falamos em sepse neonatal, estamos nos referindo à ocorrência dessa infecção em recém-nascidos, mais especificamente em recém-nascidos com menos de três meses de idade.

Os bebês dessa idade são um grupo especialmente vulnerável, pois seu sistema imunológico ainda não está maduro e, portanto, eles não podem se defender contra infecções da mesma forma que um adulto saudável.

Sepse neonatal: causas e sequelas

Por sua vez, algumas classificações dividem a sepse neonatal em duas. De um lado, haveria a sepse neonatal precoce, que ocorreria no recém-nascido com menos de uma semana de vida. Do outro lado, teríamos a sepse neonatal tardia, em crianças que tenham entre uma semana e três meses de idade.

Quais são as causas da sepse neonatal?

A forma como a infecção é adquirida e os microrganismos envolvidos são diferentes entre os dois tipos de sepse neonatal.

Na sepse neonatal precoce, o mais comum é que o recém-nascido adquira a infecção durante o parto. Isso ocorre porque a mãe está infectada por algum microrganismo, que passará para o bebê no momento do parto, quando certas estruturas de ambos estiverem em contato.

Nesses casos, as bactérias mais comumente envolvidas seriam a E. coli e os estreptococos do grupo B (EGB). A prevalência desses últimos diminuiu, já que as mães são monitoradas durante toda a gestação para evitar que cheguem ao parto com uma infecção que possa ser transmitida para o feto. Entretanto, existem muitos outros organismos que podem estar envolvidos na sepse neonatal precoce.

Por outro lado, na sepse neonatal tardia, os organismos que geralmente estão presentes são os estafilococos e, assim como na sepse precoce, a E. Coli.

Esse tipo de infecção, ao contrário das precoces, é adquirido durante as primeiras semanas de vida. Isso geralmente ocorre com bebês prematuros nascidos com peso extremamente baixo ou com bebês que, por qualquer motivo, precisam permanecer com acessos ou cateteres durante algum tempo.

Quais são os sintomas?

Os bebês, especialmente os recém-nascidos com poucos dias ou uma semana de vida, geralmente apresentam sintomas muito inespecíficos quando têm alguma doença. O caso da sepse neonatal não é uma exceção. Assim, alguns dos sintomas mais comuns são:

  • Fraqueza do bebê: pode ser notada quando percebemos que o bebê se movimenta menos. A força de sucção do mamilo durante a amamentação também diminui e o bebê pode ficar mais sonolento.
  • Desânimo e falta de apetite.
  • Irritabilidade e choro.
  • Alteração da frequência cardíaca, que pode ficar mais acelerada ou mais lenta.
  • Dificuldade respiratória.
  • Mudanças na temperatura corporal. Algumas crianças têm febre, enquanto outras podem apresentar hipotermia.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito com base na suspeita clínica e no estado do bebê, e por meio de alguns exames complementares. Os exames complementares mais úteis para investigar a sepse são:

  • Análise do sangue. São estudados diferentes parâmetros do sangue que ficam alterados quando o organismo sofre uma infecção. É mais rápido, porém menos específico.
  • Hemocultura. É baseada na coleta do sangue do bebê, o qual é cultivado a fim de se observar se há a presença de algum microrganismo. Além disso, também é possível analisar qual antibiótico vai funcionar melhor.
  • Punção lombar. É igual à hemocultura, mas, nesse caso, é o líquido cefalorraquidiano que é analisado.
  • Cultura de urina.
Sepse neonatal: causas e sequelas

Tratamento e prognóstico da sepse neonatal

A sepse neonatal é um quadro muito grave. Em poucas horas, se a infecção não for controlada, ela pode levar à falência de órgãos vitais e, com isso, à morte do bebê. É por isso que é extremamente importante saber identificar e diagnosticar a condição o mais rápido possível para que ela possa ser tratada.

O tratamento é feito com antibióticos. É necessário saber qual é o germe responsável pela infecção para estabelecer o tratamento mais adequado e específico. Em alguns casos, se a infecção for grave e progredir rapidamente, ela será tratada com um antibiótico que cubra a maioria dos microrganismos até que os resultados da cultura sejam obtidos e seja possível fazer o tratamento com o antibiótico mais adequado.

O prognóstico da sepse é complicado. Uma vez que ela pode ser causada por diferentes microrganismos, alguns casos serão mais rápidos e fulminantes e outros mais benignos. Por esse motivo, a mortalidade da sepse neonatal varia entre 3 e 40%.

Se o bebê superar o quadro, poderá ficar sem sequelas ou poderá apresentar algumas delas. As mais comuns podem ser, por exemplo, uma deficiência cognitiva que afete o desenvolvimento da criança ou uma disfunção de algum dos órgãos afetados.

O mais importante é reconhecer qualquer sinal de alerta no bebê e ir imediatamente ao pronto-socorro. A sepse é uma condição potencialmente grave que pode progredir muito rapidamente e ter graves consequências para o bebê.


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