Síndrome de abstinência em bebês: causas, sintomas e prevenção
O consumo de drogas ilegais e o abuso de drogas receitadas, assim como de álcool e tabaco, pode causar muitos problemas na saúde da mulher grávida e na vida do bebê. Vamos ver porquê isso acontece e como tratar os sintomas de abstinência em bebês.
A síndrome de abstinência em bebês ocorre quando, durante a gravidez, a mãe consome drogas que viciam, sejam prescritas ou ilegais. Isso pode desencadear muitos inconvenientes para a saúde do bebê. Hoje vamos falar sobre os principais efeitos e seus tratamentos.
Causas e sintomas da síndrome de abstinência em bebês
Drogas como anfetaminas, barbitúricos, cocaína, diazepam, maconha ou opiáceos (heroína, metadona, codeína) provocam consequências negativas para a mãe e para o bebê em gestação. O mesmo pode acontecer com drogas de prescrição, quando usadas excessivamente, e com álcool ou tabaco.
A síndrome de abstinência em bebês, também conhecida como Síndrome de Abstinência Neonatal (SAN) é causada quando estas drogas chegam à placenta e, consequentemente, também são transmitidas ao bebê. Isso cria um vício para os dois. Como o bebê deixa de recebê-la ao nascer, pode apresentar um quadro de abstinência pela hiperestimulação do sistema nervoso produzida por essa carência.
A síndrome de abstinência em bebês pode durar de 1 semana a 6 meses e gera distúrbios psicológicos e clínicos. Os sintomas geralmente apresentados são:
- Anomalias congênitas.
- Baixo peso.
- Irritação, choro excessivo e problemas para dormir.
- Problemas digestivos (diarreia, vômitos, má alimentação ou lento aumento de peso).
- Respiração rápida, sudorese ou convulsões.
- Nascimento prematuro.
- Perímetro cefálico pequeno.
- Síndrome de morte súbita do bebê (em casos extremos).
Diagnóstico
A gravidade dos sintomas depende, é claro, do tipo de drogas que a mulher grávida tenha consumido, da quantidade, do período de tempo em que as consumiu e do tempo que o bebê foi afetado por este consumo.
“A síndrome de abstinência em bebês gera distúrbios psicológicos, psicossociais e clínicos”
Para detectar a síndrome de abstinência em bebês a mãe deverá ser consultada sobre os fatores mencionados acima. É necessário que ela seja totalmente honesta ao responder para que o problema possa ser tratado da melhor maneira.
Além disso, pode-se fazer exames de urina na mãe, avaliar os sintomas de acordo com a escala de Finnegan (um sistema de pontuação utilizado para as SAN que atribui pontos de acordo com a gravidade do paciente para determinar seu tratamento) e um exame toxicológico de urina e primeiros movimentos intestinais do bebê.
Tratamento
Com o tratamento ocorre algo semelhante. Dependerá em grande parte do tipo e da quantidade de drogas que a mãe consumiu e do tempo de exposição do bebê.
Na primeira semana, os médicos farão um acompanhamento do estado de saúde do bebê. Eles vão analisar como o bebê dorme, a alimentação, se seu organismo trabalha de forma eficiente e se manifesta algum sintoma de abstinência. Também avaliarão o ganho de peso e o crescimento, assim como a densidade muscular.
Os métodos mais simples para acalmar um bebê com abstinência são propiciar um ambiente tranquilo, balançá-lo suavemente e falar em seu ouvido.
Em uma segunda etapa, pode-se receitar uma droga semelhante a consumida pela mãe durante a gravidez e diminuir a dose aos poucos para que desacostume. Isso não é necessário em 50% dos bebês que sofrem deste transtorno.
Se os sintomas se agravarem, receitam-se drogas como fenobarbital ou clonidina para um tratamento mais extenso e progressivo.
Quanto à alimentação, assunto extremamente delicado nessa idade, são fornecidos ao bebê alimentos com mais calorias para compensar a falta de nutrientes.
Números alarmantes sobre a síndrome de abstinência em bebês
66% dos filhos de mulheres que consumiram drogas, álcool ou tabaco durante a maior parte da gravidez ou nas últimas semanas apresentam sintomas da síndrome de abstinência em bebês.
Além disso, pesquisas como a realizada por especialistas da Faculdade de Enfermagem, Fisioterapia e Podologia da Universidade de Sevilha, Espanha, afirmam que na Espanha foi identificado um preocupante aumento do uso de drogas na sociedade atual que não exclui mulheres grávidas. Quase 3% das gestantes consome drogas ilegais.
No Reino Unido, estima-se que de 5 a 10% dos partos foram de mulheres que usaram drogas. Além disso, no Canadá, o abuso de drogas durante a gravidez aumentou de 8,4% para 17,2% até 2010. Nos Estados Unidos, os números são igualmente alarmantes. O percentual foi superior a 7,4% até 2010 em mulheres de 25 anos de idade.
“Na Espanha, 3% das mulheres grávidas consome drogas ilegais”
Prevenção
Embora pareça redundante, a síndrome de abstinência em bebês é evitada exclusivamente mediante o não consumo de drogas pela mãe.
É essencial realizar campanhas de conscientização efetiva para que as mulheres (especialmente as gestantes) conheçam os danos que essa prática pode causar em sua fertilidade e no organismo do seu futuro bebê.
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