O que é a síndrome do bebê sacudido?
A síndrome do bebê sacudido é uma das principais consequências do maltrato infantil, ou ao menos a mais comum. O transtorno resulta da sacudida violenta do bebê, cujo cérebro impacta no crânio, causando lesões irreversíveis e, frequentemente, fatais.
A cabeça do bebê é pequena e ainda muito sensível. Além disso o cérebro ocupa a maior parte dela, por isso é possível que por meio de uma sacudida a massa cefálica se choque bruscamente com o crânio, ocasionando inflamação e possível hemorragia interna.
De modo geral, não se percebem sintomas externos desse padecimento. Por isso, não sabemos imediatamente se nosso filho foi sacudido por alguém, ou se o fizemos nós mesmas, não dá para notar alguma mudança súbita.
Em quais condições se pode falar de síndrome do bebê sacudido?
Pode até ser uma surpresa para nós, mas apenas com uma pequena sacudida de menos de 10 segundos o bebê pode sofrer esse problema. É possível que se efetue a contusão da cabeça contra algo, como em situações em que ele é sacudido de forma não acidental.
Nos bebês recém-nascidos ou ainda muito pequenos um golpe na cabeça, por mais simples que pareça, pode causar uma lesão. Isso também pode ocorrer através de um golpe com algo suave, por exemplo, quando o bebê é jogado no colchão ou atingido com uma almofada.
A síndrome se apresenta mais frequentemente em crianças menores de dois anos de idade, mas algumas vezes pode aparecer até os cinco anos. Geralmente, essa síndrome acontece quando a criança é maltratada, porque é quando há o uso de força maior.
Embora seja menos frequente, a síndrome também poderia suceder de sacudidas mais leves, como correr com o bebê nos braços, jogá-lo para cima e dar alguns pulos com ele.
Em casos fatais, o bebê sacudido pode ter sido afetado por uma hiperextensão cervical ou chicotada, assim como acontece em acidentes de trânsito.
Quais são os sintomas?
Quando uma criança é vítima desse problema muitos pais não sabem distinguir os sintomas porque, como já sabemos, é um caso de maltrato infantil. Do mesmo modo, é provável que não eles nem desconfiem, porque ninguém está esperando que seja essa a situação.
Contudo, podemos falar de um quadro clínico em que pode-se perceber as seguintes mudanças:
- Perda de consciência
- Crise respiratória
- Visão modificada
- Convulsões
- Excesso de sono ou apatia
- Falta de apetite, vômitos ou má alimentação
- Comportamento alterado
- Nível baixo de alerta
- Mudança de tonalidade da pele. Palidez ou pele azulada
Como agir em caso de síndrome do bebê sacudido?
É muito comum que algumas pessoas se estressem com o choro do bebê ao ponto de ter um impulso de sacudi-lo. Por isso, é possível que não saibamos se o cuidador do nosso bebê o tenha maltratado.
Ainda assim, é possível que sejamos testemunhas dessa situação, seja com familiares ou com pessoas de fora.
Em todo caso, o principal é prestar auxílio à criança, se ela deixou de respirar, se desmaiou ou está sofrendo alguma convulsão; é preciso agir de acordo com as ferramentas básicas de reanimação, embora seja preferível chamar pelo socorro profissional. Em seguida, é recomendável que se avise as autoridades sobre o maltrato infantil.
Antes de passar por essa situação é preferível evitá-la, ter muito cuidado ao agitar a criança sem motivo algum, e estar atento para que os cuidadores sejam pessoas controladas e tolerantes com os pequenos. Para acalmar o bebê não é necessário sacudi-lo. Além de ser muito perigoso é preferível usar algum ruído com um equipamento, como o aspirador de pó ou o rádio, cantar ou conversar com ele.
Em todo caso, se você está muito cansada ou estressada pode pedir que alguém lhe ajude enquanto descansa ou se acalma. Um bebê chora por diversas razões, é possível que ele haja algo sensível para se resolver, por isso é importante se assegurar de que ele não está dolorido ou tem algo o incomodando.
O choro do bebê não vai o causar nenhum problema, mas expô-lo a uma sacudida pode ser muito perigoso. Contudo, nos casos em que a criança já esteja sofrendo essa síndrome é muito importante levar ao médico e evidenciá-lo todos os sintomas que temos notado, e de qualquer detalhe relevante sobre o problema, pois o principal é a saúde dela.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Campos Rufo, M. El síndrome del niño sacudido. Cuad Med Forense, 12(43-44), Enero-Abril 2006.
- P. Abenia Usón, S. Ferraz Sopena, F. Guirado Giménez, J.A. Rábano Rodríguez, A. Gastón Faci, F.J. López Pisón. Encefalopatía aguda y colección pericerebral en el “síndrome del lactante sacudido”. An Esp Pediatr 1999;50:610-612.