Síndrome da fadiga crônica em adolescentes
De acordo com a médica clínica geral Brenda Cubillo Badilla, até 70% dos adolescentes admitem ficar com muito sono e excessivamente cansados ao longo do dia. Isso pode acontecer por vários motivos, incluindo a possibilidade de sofrer da síndrome da fadiga crônica, também conhecida como encefalomielite miálgica ou doença sistêmica de intolerância ao esforço.
Nesses casos, é importante que a síndrome seja identificada rapidamente porque, quanto antes for detectada, mais cedo o tratamento pode ser iniciado para, dessa forma, evitar o agravamento dos sintomas e problemas que podem se manifestar por causa dessa doença.
Por essa razão, nas linhas a seguir, vamos explicar em que consiste a síndrome da fadiga crônica em adolescentes e quais são as suas principais características.
Síndrome da fadiga crônica em adolescentes
A síndrome da fadiga crônica é uma doença grave e complexa, caracterizada pela presença de fadiga intensa, frequente e incapacitante.
Essa síndrome costuma ocorrer em adultos, principalmente em mulheres, com idades entre 40 e 50 anos. No entanto, também pode ocorrer em qualquer época da vida, mas o seu aparecimento é mais frequente na adolescência do que na infância.
Critérios diagnósticos
Para o seu diagnóstico, de acordo com o Grupo Internacional para o Estudo da Síndrome da Fadiga Crônica, é necessário que sejam atendidos os seguintes critérios:
- Fadiga crônica persistente (durante pelo menos seis meses) ou intermitente, que não tem explicação aparente e não é aliviada através do descanso. Isso afeta negativamente o funcionamento diurno e o desempenho das atividades diárias.
- Não pode ser melhor explicada pela presença de outras doenças que possam causar fadiga crônica.
É importante destacar que, em crianças e adolescentes, não é necessário completar seis meses de cansaço, bastando ter sofrido com essa fadiga durante três meses. Além disso, quatro ou mais dos seguintes sintomas devem estar presentes:
- Distúrbios de concentração ou memória.
- Dor de garganta recorrente.
- Adenopatias cervicais ou axilares dolorosas, ou seja, inflamação dos gânglios linfáticos em qualquer uma dessas partes do corpo.
- Dores musculares consistentes.
- Dor nas articulações, sem sinais inflamatórios.
- Cefaleia de início recente ou de características diferentes do normal.
- Sono pouco reparador.
- Sensação de mal-estar 24 horas após ter feito algum esforço físico ou mental.
Tratamento da doença e prognóstico na adolescência
Atualmente, não há cura específica para a síndrome da fadiga crônica. No entanto, existem tratamentos e recursos que permitem controlar e reduzir a gravidade dos sintomas causados pela doença, tais como:
- Psicoterapia cognitivo-comportamental.
- Tratamento farmacológico.
- Realização de exercícios físicos graduais.
- Aquisição de hábitos adequados para a higiene do sono.
- Grupos de apoio.
- Tratamento para o desequilíbrio ortostático.
- Tratamento para a dor.
Com esse tipo de tratamento, ajustado às necessidades e características dos pacientes, os adolescentes que sofrem da síndrome da fadiga crônica geralmente se recuperam, de forma parcial ou total, em um tempo médio de quatro a cinco anos após o aparecimento dos primeiros sintomas. Na verdade, eles tendem a se recuperar muito melhor e mais rapidamente do que os adultos.
Sobre a síndrome da fadiga crônica
A síndrome da fadiga crônica afeta significativamente e de forma muito negativa a vida cotidiana de qualquer pessoa que a apresente. No caso dos adolescentes, isso pode ter consequências devastadoras para o desempenho acadêmico e para as relações sociais, dois aspectos muito importantes durante essa fase do desenvolvimento. Tudo isso pode levá-los a ter sentimentos recorrentes de raiva, culpa, ansiedade, solidão e abandono.
Infelizmente, apesar da gravidade da doença, até hoje ainda é uma síndrome pouco conhecida pela população, embora exista cada vez mais consciência e sensibilização a respeito. Dessa forma, muitos cientistas estão pesquisando o assunto, a fim de proporcionar uma melhor qualidade de vida às pessoas que apresentam esse problema.
E então, agora que você já sabe mais sobre a síndrome da fadiga crônica, você acha que o seu filho possa ter esse problema? Em caso afirmativo, recomendamos consultar um médico imediatamente para que o profissional tire as suas dúvidas e, se necessário, inicie o tratamento correspondente.
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