A superdotação no período da educação infantil
A superdotação no período da educação infantil é um assunto pouco conhecido, pois muitos pais ignoram que os seus filhos possuem essa condição intelectual. A avaliação precoce das habilidades da criança para definir se ela é ou não superdotada é essencial para focar no desenvolvimento do seu potencial.
Diz-se que uma criança é superdotada quando ela tem um QI superior a 130. No entanto, esses pequenos são difíceis de detectar, uma vez que a população estudantil geralmente iguala ou excede esse intervalo numérico. Além disso, em alguns casos, essas crianças apresentam mau comportamento e baixo desempenho estudantil.
Para evitar a desmotivação e o tédio na escola, é necessário que os pais de crianças superdotadas as ajudem a passar por esse estágio da educação. Em muitas ocasiões, as escolas não têm profissionais adequados para atender essas crianças de maneira especial, desencadeando, assim, a sua baixa produtividade acadêmica e a baixa valorização ou aproveitamento do seu potencial.
Características dos superdotados de acordo com a idade
Bebês
- Demonstram grande precocidade no aprendizado.
- Despertam a interação com o ambiente rapidamente.
- Respondem mais rapidamente a estímulos visuais e auditivos.
- Têm memória fotográfica.
- Começam a falar prematuramente.
Crianças
- São muito competitivas e querem ser as melhores.
- Aprendem rapidamente e desenvolvem suas habilidades ao máximo.
- São perseverantes e gostam de expressar quando se sentem orgulhosas de si mesmas.
Adolescentes
- Grande capacidade cognitiva.
- Alto nível de reflexão para conceitos sobre valores sociais, morais e culturais.
- Gostam de conversar com pessoas mais velhas.
- Grande autoestima e autoconfiança.
Adultos
- Excelente desempenho no trabalho. Procuram bons empregos e geralmente se especializam em algo.
- Permanecem isolados.
- Alta capacidade para resolver problemas de qualquer tipo.
“Inteligência não é apenas conhecimento, mas também a capacidade de aplicar os conhecimentos adquiridos.”
—Aristóteles—
Como tirar proveito das habilidades da superdotação infantil?
Esses pequenos têm uma capacidade intelectual acima da média. No entanto, nem todos se mostram superinteligentes.
Existem muitas crianças aplicadas e produtivas que não têm um QI elevado. A melhor maneira para esses gênios demonstrarem as suas habilidades é com as tarefas escolares e a resolução de problemas específicos.
Esses pequenos precisam de programas educacionais que os ajudem a desenvolver o seu nível intelectual ao máximo. Existem muitos modelos que podem explorar o seu potencial se aplicados com regularidade e disciplina. Aqui estão dois exemplos deles:
Aceleração
O objetivo desse modelo educacional é colocar a criança no grau que lhe corresponde de acordo com o seu nível intelectual e não de acordo com a sua idade. Geralmente, fica evidente no primeiro nível acadêmico.
Seguindo esse mecanismo, o aluno poderá ingressar em uma universidade mais cedo, fazer especializações, pós-graduação e mestrados.
Além do que já foi mencionado, esse método avalia as habilidades cognitivas da criança com mais rigor e, por consequência, os seus talentos em estudos superiores serão aproveitados ao máximo.
A grande vantagem em termos sociais é que serão evitadas as dificuldades causadas pela imaturidade dos colegas de classe e pelo tédio na sala de aula por já dominar o conteúdo com facilidade.
Esse sistema educacional também tem as suas desvantagens. Uma delas é que, ao se adiantar para um nível mais avançado, o aluno não terá a maturidade necessária para enfrentar os desafios mais difíceis por causa da idade. Isso pode ter consequências negativas no nível familiar e social.
Sala de aula normal
Esse é o modelo mais comum. Refere-se a manter as crianças superdotadas no período da educação infantil regular. Lá, elas vão conviver e se expressar com alunos da mesma idade e avançar em um ritmo menos acelerado, sem prejudicar os seus conhecimentos e aproveitando todos os recursos possíveis para um progresso significativo.
Como vantagem, essas crianças podem ser perfeitamente educadas em grupos heterogêneos, desfrutando de suas habilidades e talentos e sendo tratadas como iguais. No entanto, elas podem receber atenção ou ajuda especial para aproveitar ao máximo todo o seu potencial.
A desvantagem mais específica é que, estando em uma sala de aula normal, o aluno se contentará apenas em se destacar e alcançar o primeiro lugar nas notas sem exercer um mínimo de esforço. Pode ser que, dessa forma, todas as habilidades intelectuais da criança não sejam exploradas e desenvolvidas como merecem.
Para atender a superdotação no período da educação infantil adequadamente, é necessário avaliar os aspectos positivos e negativos de cada método usado para educar crianças com QI elevado.
Ajudá-las a explorar todo o seu potencial no modelo educacional que melhor lhes convier, sem pressão ou grandes expectativas, deve ser o objetivo dos pais e professores. A ideia é que elas mesmas demonstrem com fatos tudo o que são capazes de fazer.
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