Tudo o que você precisa saber sobre o líquido amniótico
O líquido amniótico é o líquido que envolve o feto durante o período de gestação, dentro do útero materno. Ele desempenha um papel muito importante no crescimento e desenvolvimento do feto.
Composição do líquido amniótico
O líquido amniótico muda de composição conforme a gestação avança. Além disso, o seu volume aumenta à medida que ela progride, geralmente até a 32ª semana. A partir da 40ª semana, no entanto, ele começa a diminuir.
Inicialmente, ele é o resultado de gradientes osmóticos. Ou seja, no início ele é formado pelo plasma do sangue materno e por substâncias provenientes da placenta, da membrana uterina e da superfície corporal do embrião.
Então, uma vez que o feto tenha desenvolvido a micção e a deglutição, ele passa a ser formado principalmente por:
- Urina fetal.
- Líquido proveniente dos pulmões.
- Secreções orais e nasais.
O feto ingere parte desse líquido pela boca continuamente e, ao mesmo tempo, o elimina através da urina. Isso proporciona uma regulação da quantidade presente no saco amniótico, conferindo, assim, o equilíbrio necessário.
Funções
Algumas das funções mais importantes do líquido amniótico são:
- Função de proteção contra traumas ou choques externos.
- Efeito amortecedor para o feto e o cordão umbilical dentro do útero da mãe.
- Proteção e defesa contra infecções.
- Depósito de alimentos e fatores de crescimento para o feto durante a gravidez.
- Ajuda a manter a temperatura do feto constante.
- Contribui para a maturação dos pulmões, graças à presença de várias enzimas.
- Permite o desenvolvimento dos sistemas musculoesquelético, gastrointestinal e pulmonar do feto.
Patologias relacionadas ao líquido amniótico
Alterações na quantidade de líquido
Durante a gravidez, podem ocorrer variações na quantidade de líquido amniótico, tanto por excesso quanto por falta dele, por vários motivos. Ambos os casos são patológicos:
- Oligohidrâmnio: pouca quantidade de líquido. Está associado a complicações como as seguintes:
- Indução precoce do trabalho de parto.
- Fetos de peso reduzido.
- Bradicardia fetal durante o parto.
- Pode causar morte fetal.
- Polidrâmnio: quantidade excessiva de líquido. Está associado a complicações principalmente maternas, tais como:
- Diabetes gestacional.
- Hipertensão durante a gravidez.
Essas alterações geralmente são detectadas por meio da medição do volume de líquido amniótico no ultrassom. Essa medição é realizada por meio do Índice de Líquido Amniótico ou ILA. Para obter esses dados, o útero é dividido em quatro quadrantes e as áreas livres do feto e do cordão umbilical são medidas em centímetros verticais. Um ILA é considerado normal quando está entre 8 e 21 cm.
Embolia por líquido amniótico
Outra patologia relacionada é a embolia por líquido amniótico. Basicamente, consiste na entrada de substâncias estranhas na circulação sanguínea da mãe, tais como o mecônio fetal. É uma condição muito séria que pode causar hipóxia sistêmica, além de alterações na coagulação.
Líquido amniótico meconial
Por fim, destacamos outro aspecto a ser considerado. A presença de mecônio no saco amniótico é chamada de líquido amniótico meconial. O mecônio é a secreção intestinal do feto, ou seja, o seu primeiro cocô. Geralmente, essa evacuação ocorre após o nascimento.
Às vezes, no entanto, principalmente no caso dos bebês que ficam dentro da mãe por mais tempo, isso pode ocorrer antes de o bebê nascer. Nesse caso, estamos falando de um líquido ou água com coloração.
Geralmente, quando a bolsa da mãe estoura, o líquido que sai é transparente ou amarelado. Se, pelo contrário, ele for opaco, esverdeado e espesso, isso indica a presença de mecônio. Nesse caso, é conveniente que um especialista avalie a situação, pois esse pode ser um indicador de sofrimento fetal.
Conclusão
O líquido amniótico tem uma função muito importante para o desenvolvimento e o bem-estar do feto durante a gravidez. Além de ser um meio de proteção contra impactos, ele também atua como um reservatório de nutrientes e permite o desenvolvimento dos sistemas musculoesquelético, gastrointestinal e pulmonar do feto. Qualquer alteração pode, portanto, causar danos significativos.
Além disso, o exame e a análise pré-natal desse líquido são de grande ajuda para a detecção de defeitos congênitos, como as cromossomopatias. Isso é feito por meio da amniocentese. No entanto, essa técnica também está associada a grandes riscos que sempre devem ser avaliados antes de expor uma paciente a eles.
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