As consequências de não amamentar um bebê prematuro

As consequências de não amamentar um bebê prematuro

Última atualização: 21 junho, 2017

O leite materno para um bebê prematuro é muito importante devido às suas propriedades imunológicas e seus hormônios úteis para o crescimento. Ainda que esse leite tenha sido produzido antes do tempo estipulado, a princípio ele é um pouco diferente, porque é mais rico em proteínas. Além das suas principais características nutritivas, com o passar dos meses continua mudando e se adaptando a todas as necessidades do bebê.

Sabemos que dar o peito é muito importante tanto para o bebê quanto para a mãe. A alimentação com leite materno é fundamental ao nascer.

Este alimento é adequado porque é um elemento natural que oferece todos os nutrientes ao seu bebê. Serve para ajudá-lo a crescer forte, para o proteger de numerosas doenças e ao mesmo tempo favorece seu desenvolvimento intelectual.

Vale destacar que as estatísticas são muito altas sobre as consequências de não amamentar um bebê prematuro. Devemos levar em conta que se você não lhe dá o peito, o bebê estará exposto a muitos fatores negativos que o afetarão durante seu crescimento. Além de que os bebês nestas condições necessitam de mais conexão com a mãe e com os elementos básicos que o acompanharam durante a gestação.

Quando não é possível amamentar

Levemos em conta que a maneira de dar o leite materno a um bebê prematuro em seus primeiros dias, não será diretamente nos seios. O baixo peso do bebê não o torna o suficientemente forte para sugar.

Por essa razão, a melhor maneira de dar o leite é através de sondas, que são introduzidas através do nariz ou da boca até o estômago. Isso se realiza até que se desenvolvam os órgãos no mesmo nível de um bebê normal.

Uma vez ultrapassado o perigo, se pode colocar o bebê para que mame diretamente nos seios ou na mamadeira, dependendo de como se vai desenvolvendo. Entretanto, é possível que os bebês prematuros não bebam uma grande quantidade de leite, mas logo o farão. Portanto, é preciso que façamos a extração mecânica para manter a produção e assim ter leite disponível para quando for necessário.

Também é importante que tentemos amamentá-los para que pratiquem a sucção com calma. Em algum momento o bebê superará seus problemas de saúde e deverá começar a mamar regularmente. De maneira que, é conveniente ter leite disponível e que ele já tenha provado e desenvolva seu reflexo de sucção.

Consequências que um bebê prematuro pode sofrer

Primeiramente, um bebê que nasce desta maneira nem sempre pode receber seu leite. Contudo, alguns bebês não são amamentados por outras razões, algo que não é conveniente para nenhum deles e especialmente se é prematuro. A deficiência mental e o atraso no crescimento são as principais consequências que pode sofrer o prematuro que não é amamentado.

Segundo um estudo do INSERM (Instituto Nacional de Pesquisa Medica e de Saúde) realizado na França, 45% das crianças prematuras demonstram um quociente de desenvolvimento inferior a 85. Em relação às crianças que nasceram no tempo correto apresentam um coeficiente médio de 100.

Isso se deve ao fato que o cérebro se encontra imaturo porque ao nascer antes do tempo não se desenvolveu totalmente. Ao mesmo tempo, conduz a um desenvolvimento no crescimento muito crítico, como sofrer de entorpecimento muscular ou dificuldades para permanecer de pé.

Assim mesmo, consumir pouco leite materno ou a ausência do mesmo faz com que o cérebro tenha pouca massa cinzenta. Ainda que aos 7 anos de idade, o cérebro de todos as crianças seja do mesmo tamanho, cabe destacar que seu quociente intelectual é diferente.

O processo de aprendizagem sempre será diferente e, mais ainda, nas crianças nascidas prematuramente. Principalmente a dificuldade na leitura, memória e cálculos matemáticos.

Outra consequência é o desenvolvimento da Enterocolite necrosante. Esse transtorno se deve à inflamação e morte do tecido intestinal, devido à diminuição do fluxo sanguíneo até o intestino. Isso é produto da imaturidade da motilidade intestinal e da função digestiva.

Esse caso acontece principalmente quando os bebês prematuros são alimentados com leites de fórmula, ou seja, fórmulas concentradas. Este tipo de produto não ajuda no desenvolvimento do aparato digestivo e aumenta a demanda oxidativa do intestino introduzindo bactérias. Além disso, muitos bebês apresentam intolerância às proteínas desse leite.

O leite materno ajuda a prevenir essa infecção em crianças que nascem antes do tempo porque tem anticorpos e células imunitárias. A composição do leite diminuí o risco de proliferação das bactérias que causam Enterocolite necrosante. É recomendável que não se dê fórmulas lácteas à criança prematura para não aumentar o risco de sofrer desse transtorno.


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