O que é o baby blues?
O nascimento de uma criança é um dos momentos mais esperados e importantes na vida de qualquer mãe. Durante a gravidez, a mulher se prepara para a chegada do bebê e fica imaginando a felicidade e a realização que a dominará após o parto. No entanto, nem sempre essas são as emoções predominantes. Medo, ansiedade e tristeza também podem aparecer. E nesse sentido, o baby blues é um dos fenômenos mais comuns no puerpério.
Quando a apatia, o choro ou a irritabilidade invadem a nova mãe, ela pode se sentir totalmente confusa e culpada. Você pode estar se perguntando como podem surgir esses sentimentos nesse momento que deveria ser um dos mais felizes da vida de uma mulher. Porém, a realidade é que o baby blues atinge até 80% das mulheres e não é motivo de vergonha ou culpa.
O que é o baby blues?
O baby blues pode ser definido como “tristeza pós-parto” ou depressão pós-parto em um grau leve e transitório. Geralmente, aparece após o nascimento e dura entre algumas horas até 15 ou 20 dias depois, dependendo do caso. Como comentamos, é um fenômeno muito comum e não é grave, desde que devidamente administrado.
Quais são os sintomas?
Quando o baby blues surge, a mãe pode apresentar sintomas nos âmbitos emocional, cognitivo e fisiológico. Entre as principais manifestações estão as seguintes:
- Sensação de ansiedade.
- Tristeza repentina.
- Choro frequente e descontrolado.
- Irritabilidade ou alterações de humor.
- Fadiga, cansaço ou exaustão.
- Apetite alterado.
- Dificuldade para dormir.
- Pensamentos negativos sobre a criação do recém-nascido.
Causas e fatores associados ao baby blues
Se você deu à luz recentemente ou se o seu parto está se aproximando, é importante conhecer as causas do baby blues para poder entender melhor o que acontece se ele se manifestar. O principal fator que causa essa tristeza pós-parto são as alterações hormonais típicas desse momento.
Após o parto, há uma queda acentuada nos hormônios placentários (incluindo estrogênio e progesterona). Isso pode afetar o estado emocional da mãe, que pode ficar instável e mutável. Além disso, as demandas físicas e psicológicas do puerpério contribuem para o agravamento desse quadro.
Lembre-se de que, ao se tornar mãe, a mulher adquire uma série de responsabilidades que podem parecer avassaladoras. Ser a cuidadora principal do recém-nascido, ter todas as suas rotinas e prioridades alteradas, vivenciar uma severa privação de sono por causa do bebê, etc. Todos esses fatores influenciam no aparecimento da tristeza pós-parto.
No entanto, alguns acontecimentos anteriores também estão relacionados a um risco aumentado do aparecimento do baby blues. Por exemplo:
- Ter sofrido episódios depressivos antes do parto.
- Ter sofrido eventos obstétricos traumáticos ou a morte de um filho anteriormente.
- Possuir certos traços de personalidade, como baixa autoestima ou altos níveis de estresse.
Baby blues ou depressão pós-parto?
Embora compartilhem semelhanças, o baby blues e a depressão pós-parto são entidades diferentes. Elas diferem principalmente na intensidade dos sintomas e na duração (muito mais longa no segundo caso). Além disso, embora o baby blues geralmente desapareça por conta própria, a depressão é uma patologia grave que requer tratamento.
A mãe como prioridade
Em conclusão, vale ressaltar a importância do manejo adequado dos sintomas do baby blues para evitar que progridam a uma depressão pós-parto. O mais importante nesse momento é que a mãe se estabeleça como prioridade, que procure descansar o suficiente e que receba ajuda do seu entorno próximo, tanto no cuidado do bebê quanto no apoio emocional.
É importante também que você tenha consciência do que está acontecendo com você e que entenda que é algo frequente e natural, para que o possível sentimento de culpa não piore o quadro. Ter uma preparação e um apoio adequados durante a gravidez (por exemplo, fazer parte de grupos de pais) também pode ser um bom fator de proteção. Se o baby blues for abordado de maneira adequada, geralmente desaparece em alguns dias ou semanas. Mas caso os sintomas se prolonguem, é importante procurar ajuda profissional.
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