Como agir com as mordidas das crianças?

Como agir com as mordidas das crianças?

Última atualização: 15 novembro, 2016

As mordidas das crianças geralmente chamam a atenção dos pais, mas nem sempre são um problema grave. Por que os pequenos mordem? Como prevenir as mordidas e o que podemos fazer se nosso filho morde?

As mordidas das crianças são ocasionais e não sugerem nenhum problema grave. São utilizadas como modo de expressão pelos pequenos que ainda não desenvolveram uma linguagem mais rica para manifestar sentimentos.

Essa atitude se deve geralmente a uma razão válida ou a um propósito específico em suas mentes. É possível que essa forma de agressão se deva a um sentimento de frustração, solidão ou impotência, ciúmes ou a uma necessidade de afeto e autonomia. Pode também estar pondo em prova a lei de causa e efeito ou imitando outro bebê.

Este comportamento pode machucar os companheiros do seu filho e talvez gerar mal-estar na família, por isso evite se concentrar apenas no ato da criança. Tente averiguar as causas subjacentes para satisfazer suas necessidades e dar fim a essa atitude infantil.

Para evitar que esse comportamento se converta em hábito, é fundamental oferecer ao seu filho outras formas de se expressar e se relacionar com seus companheiros. Se você somente o repreende ou castiga, continuará castrando sua expressão emocional.

Quando as crianças começam a morder?

As mordidas geralmente aparecem e se tornam frequentes no início do ciclo escolar das crianças, ainda que na maioria dos casos essa atitude desapareça ao superar o período de adaptação.

shutterstock_160699241-500x331

Tenha em conta que antes de procurar o berçário o pequeno tinha contato apenas com outros bebês em encontros entre amigos e familiares, e sempre seguido pela atenção de seus pais ou de adultos pertencentes ao seu círculo íntimo.

Contudo, a verdadeira relação social com seus semelhantes começa com a escolarização da criança, quando terá que esquecer aqueles dias em que era o centro das atenções e aprender a compartilhar não somente a vista do adulto, como também o espaço e as brincadeiras.

Pode-se prevenir as mordidas das crianças?

Se a criança se sente querida, em paz e à vontade com seu entorno raramente irá morder seus companheiros. Por esse motivo, sempre se sugere criar um ambiente que favoreça o desenvolvimento desses sentimentos para evitar possíveis mordidas.

Um ponto fundamental para afastar esse recurso da criança é observar com atenção seu comportamento. Outra forma de prevenir as mordidas é reduzir o estresse e levar um estilo de vida mais tranquilo, que permita dedicar mais tempo aos pequenos.

Por que algumas crianças mordem?

Os motivos pelos quais eles começam a morder variam de acordo com a idade. Por exemplo, entre o primeiro e o segundo ano de vida é normal que a criança chore e morda para conseguir a atenção do educador. Morder é o modo de expressão que ele dispõe.

Em etapas de desenvolvimento anteriores é possível que eles mordam tudo sem intenção ruim, se não para aliviar as dores que geram a saída de algum dente. Ainda, na fase oral, o bebê geralmente leva tudo à boca, como uma maneira de conhecer o mundo.

shutterstock_275130602

Porém, algumas crianças mordem porque se sentem infelizes, ansiosos ou com ciúmes. Outros bebês podem morder como consequência de uma disciplina excessiva ou severa e, inclusive, por estarem expostos a violência física intra-familiar.

Se as mordidas persistirem aos três anos de idade você deve ensiná-lo a refletir e a pedir desculpas, mas sem gritar, bater ou castigá-lo. Lembre sempre que a melhor forma de evitar que as crianças batam ou mordam é a prevenção, que se constrói com o exemplo dos mais velhos.

Como agir em relação às mordidas das crianças?

  • Imediatamente, diga “não” com um tom calmo mas firme. De forma tranquila, sem gritar ou ficar irritada, desaprove sua ação: “Isso não se faz. Veja como o seu coleguinha está chorando, está doendo. Com a boca só se dá beijo, venha dar um nele para sarar.”
  • Ao bebê que começa a andar (de um a dois anos) deve-se afastá-lo dos demais para que entenda que sua atitude não está certa.
  • À criança pequena (entre dois e três anos), explique que morder machuca as pessoas.
  • Em todos os casos, ofereça ao pequeno – com voz reconciliadora – algumas alternativas para poder se expressar sem a necessidade de recorrer a essa atitude agressiva: “Você queria o ele lhe desse o brinquedo? Então simplesmente peça por favor.”
  • Uma boa ideia é elogiar a criança quando ela resolve a situação sem morder: “Muito bem, você pegou o brinquedo do amiguinho sem machucá-lo.”
  • Se a criança não assimila sua atitude, ignore-o durante os cinco minutos que seguem à mordida. Desse jeito, ela aprenderá que usa uma forma errada de chamar a atenção.
  • Está proibido gritar ou ofender. Evite bater na sua boca ou rotulá-lo de criança difícil, mal ou conflitiva. Dessa forma, você só vai expô-lo e humilhá-lo, quando ele precisa simplesmente da mesma atitude de respeito e amor que qualquer outro.
  • Não morda seu filho nunca para que ele experimente na própria pela como é uma mordida. Isso só vai enfatizar a reprodução de comportamentos agressivos.

 


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Bourcier, S. (2012). La agresividad en niños de 0 a 6 años:¿ energía vital o desórdenes de comportamiento? (Vol. 68). Narcea Ediciones. https://books.google.es/books?hl=es&lr=&id=Zy95BgAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA77&dq=niños+que+muerden&ots=YraJSu1Ibh&sig=xGyjcrJz1q3RgkSZKNnQFZYe1vY#v=onepage&q=niños%20que%20muerden&f=false
  • Zárate, L. O., & Luna, E. R. (1999). Comportamiento agresivo en niños preescolares. Enseñanza e Investigación en Psicología, 4(2), 327-339. https://go.gale.com/ps/anonymous?id=GALE%7CA116035871&sid=googleScholar&v=2.1&it=r&linkaccess=abs&issn=01851594&p=IFME&sw=w

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.